Jan Willem van der Hoeven
Em 1523, Martim Lutero escreveu:
Talvez eu consiga atrair alguns judeus para a fé cristã, pois nossos tolos, ospapas, bispos, sofistas e monges… até agora os têm tratado tão mal que… sefosse judeu e visse esses idiotas cabeças-duras estabelecendo normas eensinando a religião cristã, eu preferiria ser um porco a ser cristão. Poisesses homens trataram os judeus como cães, e não como seres humanos. (LUTERO)
Essa declaração foi feita no início do período da Reforma, quando Lutero aindaera muito jovem. Nos anos seguintes, entretanto, ele ficaria cada vez maisirritado com o fato de que os judeus, ao lado de quem ele se colocara contra ospreconceitos da Igreja Católica Romana, recusavam-se terminantemente a seconverter ao Cristianismo.
Vinte anos mais tarde, amargurado e desapontado, Lutero escreveu estas palavrasinacreditáveis a respeito do povo que um dia defendera:
<Em segundo lugar, suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas…
Em terceiro, seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados…
Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte…
Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam serabsolutamente vetados aos judeus…
Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a agiotagem [cobrança dejuros extorsivos sobre empréstimos]…
Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão nadebulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seupão no suor do seu rosto…
Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade … Portanto, fora comeles… Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, seeste meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nóspossamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.>>
Com essas palavras, e a atitude assustadora por trás delas, o alemão Luterolançou os fundamentos do anti-semitismo do Terceiro Reich. Muitos de seuscompatriotas puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientaçãode Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante aKristallnacht [“Noite dosCristais”], episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muitopiores [durante o tempo do nazismo].
Com razão, o Dr. Michael Brown, um judeu messiânico, pergunta:
Seria possível que […] um homem cujos escritos deflagraram a ReformaProtestante, […] cujos comentários sobre Romanos e Gálatas contribuíram para asconversões de John e Charles Wesley […] seria possível que suas palavrastivessem ajudado a atiçar as chamas dos fornos de extermínio nazistas?
Em seu livro Why the Jews [Por Que os Judeus?], Dennis Prager e JosephTelushkin escrevem:
[…] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentosque os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentoudurante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobreos judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.
O próprio Hitler considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha,juntamente com Frederico, “o Grande”, e Richard Wagner.
Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938,no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta ecinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem aoaniversário de Martim Lutero.
Portanto, em seus últimos anos de vida, Martim Lutero pode ter abortado oefeito da Reforma que ele mesmo havia iniciado, por causa de seu ódio e de seusdiscursos amargos contra o mesmo povo que nos legou as Escrituras, que trouxeao mundo os apóstolos e profetas e através do qual veio até nós o Messias –Jesus, nosso Senhor.
Tudo isso é extremamente triste e deve nos servir de alerta, pois o que ocorreua um homem tão poderosamente usado por Deus pode acontecer com qualquer um denós, no que se refere aos judeus – o povo de Deus.
Lutero deveria ter prestado mais atenção às palavras de Paulo em sua Epístolaaos Romanos (como todos nós devemos), que ele conhecia tão bem: “Pergunto,pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum! […] Porquenão quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidosem vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entradoa plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo…” (Romanos11.1,25-26).
Portanto, talvez a arrogância e a cegueira que se verificam nos dias de hoje emrelação ao plano e propósito final de Deus para com Seu povo, os judeus, sejampiores que a cegueira e o anti-semitismo da maior parte dos membros da igrejano passado, inclusive de Lutero, pois, enquanto eles viveram no período dadispersão dos judeus, nós vivemos no período da reunião de Israel.
Poderíamos dizer que, em sentido bíblico, a dispersão dos judeus sempre teve umaconotação negativa como juízo de Deus sobre Seu povo. Mas, da mesma forma, suareunião tem uma conotação positiva, pois o que permite aos judeus retornarem aoseu lar é o amor de Deus e Sua graça para com eles. Desse modo, a atitudecrítica e muitas vezes anti-semita que a igreja de hoje adota em relação aIsrael é ainda mais condenável do que a de Lutero.
Isso nos faz lembrar as seguintes palavras: “Assim diz o Senhor dos Exércitos:Com grande empenho, estou zelando por Jerusalém e por Sião. E, com grandeindignação, estou irado contra as nações que vivem confiantes; porque eu estavaum pouco indignado, e elas agravaram o mal. Portanto, assim diz o Senhor:Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; a minha casa nela será edificada… Asminhas cidades ainda transbordarão de bens; o Senhor ainda consolará a Sião eainda escolherá a Jerusalém” (Zacarias 1.14-17).
E também: “Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquasdo mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como opastor, ao seu rebanho” (Jeremias 31.10). “Não temas, pois, servo meu, Jacó,diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei das terras delonge e à tua descendência, da terra do exílio; Jacó voltará e ficará tranqüiloe em sossego; e não haverá quem o atemorize. Porque eu sou contigo, diz oSenhor, para salvar-te; por isso, darei cabo de todas as nações entre as quaiste espalhei; de ti, porém, não darei cabo, mas castigar-te-ei em justa medida ede todo não te inocentarei” (Jeremias 30.10-11).
Portanto, fica claro que, assim como Deus disse que Seu povo seria espalhado,Ele também afirmou que haveria um dia em que ele seriam novamente reunido naterra que lhe havia prometido. O salmista anteviu que, assim como houve umperíodo de desfavorecimento, chegaria também o dia em que Israel voltaria adesfrutar do favor de Deus: “Levantar-te-ás e terás piedade de Sião; é tempo dete compadeceres dela, e já é vinda a sua hora” (Salmo 102.13).
Como é triste ver que um dos pais da Reforma estava cego para esta verdade eacabou se voltando ferozmente contra os judeus, em vez de revestir-se dahumildade que Paulo recomenda em suas cartas: “Não te glories contra os ramos;porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, ati” (Romanos 11.18).
Desse modo, por causa de seu próprio preconceito anti-semita, Lutero – cujaReforma originou-se de uma rebelião contra a influência pagã de Roma sobre a fécristã – foi incapaz de levar a igreja de volta às suas raízes judaicas e à suaorigem em Jerusalém. Curiosamente, em vez de Jerusalém e os ensinos dosapóstolos terem se tornado o ponto central da Reforma, Genebra e os ensinos deCalvino e outros reformadores ocuparam o centro do Protestantismo.
Portanto, Lutero abortou a Reforma da qual tanto desejava ser instrumento. Emvez de afastar a igreja das influências pagãs de Roma e fazê-la retornar àssuas origens bíblicas em Jerusalém – onde a igreja verdadeira está arraigada eenxertada – ele tirou-a da direção de Roma e apontou-a na direção de Genebra.E, hoje em dia, com Israel habitando novamente em sua terra, pela graça deDeus, a atitude arrogante e crítica da maior parte da igreja em relação aIsrael demonstra que ela está mais longe do que nunca de Jerusalém. Enquantoisso, Genebra está voltando às suas origens, em nome de um falso espíritoecumênico que devorará os frutos da Reforma numa igreja mundial unida, cujacapital será Roma.
Com os judeus agora de volta à sua terra e prontos para entrar no período maisabençoado de sua história, num claro cumprimento das repetidas promessas deDeus, alguém poderia pensar que a igreja, cônscia de seu vergonhoso passado emrelação ao povo judeu, estaria desejosa de consertar-se, de todo o coração,demonstrando amor e misericórdia, dando apoio e orando por esse povo. Mas,longe disso! A maioria das igrejas já está emitindo declarações oficiais emrelação aos judeus reunidos em sua terra que mostram que o anti-semitismo“cristão” do passado está mais vivo do que nunca, com uma diferença: agora elese dirige contra o povo judeu em sua terra e recebe o nome de anti-sionismo.
O capítulo sobre anti-semitismo anti-sionista do livro de Prager e Telushkinmostra com clareza que não existe nenhuma diferença real entre essas duasposturas:
Durante sua longa história, o judaísmo tem defendido a idéia de que anacionalidade judaica constitui a base do judaísmo, juntamente com Deus e aTorá. Como está escrito num antigo texto judaico, “Deus, Torá e Israel são um”.A autodefinição dos judeus como uma nação com pátria em Israel não é uma novacrença política dos judeus contemporâneos, mas a essência do judaísmo, desde ostempos bíblicos.
É quase inacreditável o modo como igrejas e crentes genuínos de hoje – aexemplo do que fez Lutero no passado – censuram e criticam violentamente o povode Israel, quando a Bíblia em que eles afirmam crer não deixa a menor dúvidaacerca das intenções de Deus para com Seu povo, repetindo diversas vezes amesma afirmação: após um período de dispersão, Ele o reunirá novamente na terraque prometeu dar-lhe em possessão eterna.
O fato de até mesmo crentes verdadeiros terem a ousadia de emitir declaraçõesantiisraelenses faz com que nos perguntemos: será que a mesma falta deprogresso evangelístico, que fez com que Lutero se voltasse contra os judeus,não estaria colocando os cristãos genuínos de hoje contra os clarosensinamentos da Palavra de Deus, em que afirmam crer? Assim como Lutero queriaque a Epístola de Tiago – irmão de Jesus – fosse retirada do cânon porqueparecia judaica demais, essas pessoas parecem querer contornar os clarosensinamentos do Novo Testamento acerca do futuro bíblico e maravilhoso deIsrael, descrito por Paulo em Romanos 9-11.
Lutero sucumbiu às influências de sua época e acreditou na calúnia de que os judeusestavam tramando envenenar os cristãos, como demonstrou ao escrever:
Se eles [os judeus] pudessem matar-nos, o fariam alegremente, sim, e muitasvezes o fazem, principalmente os que professam a medicina…
Do mesmo modo, alguns cristãos de hoje não hesitam em repetir, deliciados,todas as mentiras e invenções contra os israelenses que os muçulmanos einimigos de Israel espalham em qualquer lugar do mundo, aceitando-asprontamente como fatos comprovados, e não como distorções maldosas do querealmente está ocorrendo. Um bom exemplo é o rebuliço gerado entre os cristãosem geral, e até entre cristãos amigos de Israel, pela proposta de um projeto delei anti-missionário. Esse projeto não conta sequer com o apoio do governoisraelense, como fica claro numa carta do então primeiro-ministro BenjaminNetanyahu, recebida por um colega meu:
Gostaria de assegurar-lhe que esse projeto de lei não tem o apoio do governo deIsrael. Ele foi apresentado como uma proposta particular de alguns membros,pelas mãos de Nissim Zvilli, do Partido Trabalhista, e do rabino Moshe Gafni,do partido YaHadut HaTorah. Com menos de trinta membros do Knesset [oparlamento israelense] presentes na sessão, o projeto conseguiu aprovação numaleitura preliminar. Entretanto, para ser sancionado como lei, ele precisa seraprovado em três outras audiências. O governo é terminantemente contra esseprojeto e não poupará esforços para que ele não seja aprovado*.
Por sua vez, como lemos num artigo de Yossi Klein HaLevi publicado no JerusalemReport, a Autoridade Palestina não tem pudores de dizer que, perante suas leise costumes, o ato dum cristão levar um muçulmano a Cristo é considerado crime.Isso foi evidenciado no caso de Muhammed Bak’r, um ex-muçulmano que, depois deaceitar Jesus, levou quatro outros muçulmanos a se converterem ao cristianismoe, por isso, foi preso e torturado pelas autoridades palestinas.
O mesmo destino teve Shakr Saleh, um muçulmano que se entregou a Cristo háalguns anos e agora vive escondido após ter sido arrancado de sua casa,seqüestrado, interrogado e torturado pelos “policiais” palestinos de JibrilRajoub, em Jericó.
Segundo um recente comunicado cristão à imprensa:
Bak’r é a mais recente vítima da campanha empreendida oficialmente pelaAutoridade Palestina com o intuito de perseguir ex-muçulmanos que seconverteram à fé cristã para desestimular novas conversões. De acordo com a leiislâmica, converter-se a outra religião é crime punível com a morte.
Diante disso, é chocante ouvir o clamor de cristãos do mundo inteiro contraIsrael por causa de uma lei que ainda nem foi aprovada, enquanto não se ouvequase nenhum murmúrio pelos pobres cristãos palestinos torturados e ameaçadosde morte por seus próprios compatriotas. Isso realmente é muito estranho.
Deveríamos ler novamente os relatos sobre os gritos aterradores de muitoscristãos, homens e mulheres, que foram mortos, mutilados e violentados pelosasseclas de Arafat, durante os anos em que este exerceu seu brutal reino deterror no Líbano. Assim saberíamos qual – ou quem – é a principal ameaça àcomunidade cristã palestina. Não se trata de Israel!
Vejamos alguns relatos:
1. Testemunhando numa audiência diante da subcomissão de Relações Exteriores doSenado dos EUA sobre perseguições religiosas no Oriente Médio, em 1º de maio, aescritora Bat Ye’or declarou:
O século XIX – até mesmo após a I Guerra Mundial – foi um período traumáticomarcado pelo genocídio de cristãos em massacres que se estenderam desde osBálcãs (Grécia, Sérvia, Bulgária) até a Armênia e o Oriente Médio. Nessecontexto de morte, os cristãos orientais conceberam, em finais do século XIX, adoutrina da simbiose islâmico-cristã numa tentativa desesperada de seprotegerem contra o terror e a escravidão. Essa doutrina – que também incluía oanti-sionismo – tinha muitas facetas, tanto políticas quanto religiosas. No fimdas contas, seus resultados foram, em sua maioria, negativos.
Essa doutrina, que ainda tem seguidores nos dias de hoje, é responsável pelosilêncio geral em relação à tragédia permanente em que vivem os cristãosorientais. Qualquer menção da jihad e das perseguições de cristãos pelosmuçulmanos era assunto tabu, porque não fazia sentido denunciar a perseguiçãoe, simultaneamente, proclamar a existência de uma pretensa simbioseislâmico-cristã, desde o passado até os dias atuais. É nesse casulo de mentirase de silêncio deliberadamente imposto, firmemente apoiado pelas igrejas, osgovernos e a imprensa – cada um por suas próprias razões – que a perseguição decristãos pôde desenvolver-se livremente durante este século até o presentemomento, quase sem obstáculos.
O tributo de sangue do islã:
• Mais de 5.000 cristãos foram mortos por árabes muçulmanos no Líbano, entre1975 e 1982.
• Cerca de 120.000 católicos foram assassinados por muçulmanos nas Filipinas,desde 1972.
• Aproximadamente 200.000 católicos foram mortos durante a invasão do TimorLeste (de maioria cristã) pelas autoridades islâmicas da Indonésia.
• Uma estimativa conservadora aponta que entre 500.000 e 700.000 cristãosnegros do Sul do Sudão foram mortos ou vendidos como escravos por árabesmuçulmanos que ocuparam a região Norte do país.
• Os muçulmanos também mataram muitos judeus (cerca de 16.000 em Israel, desde1948), assim como outros muçulmanos que caíram em desgraça por qualquer razão(na Argélia, por exemplo, foram mortas cerca de 60.000 pessoas, de todas asposições sociais, desde 1992).
2. Mike Horowitz, do Hudson Institute, declarou numa entrevista concedida aChuck Colson, ex-assessor da Casa Branca:
Pelo mesmo preço que antes se pagava por algumas galinhas, é possível comprarum escravo cristão… nas feiras-livres do Sudão. As mulheres custam mais caro, esão compradas como concubinas. Esses escravos são crianças cristãs arrancadasviolentamente de seus lares pelos bandoleiros que mandam no Sudão. E essascrianças são marcadas a ferro. Se tentarem escapar, seus tendões de Aquiles sãocortados. Elas são usadas como bancos de sangue vivos para soldados feridos. Ascomunidades cristãs são submetidas sistematicamente à fome e a bombardeiosdevastadores. Além disso, no Sul do Sudão uma grande porcentagem da comunidadecristã (os números são quase impossíveis de determinar com exatidão) já foiexterminada por esse governo islâmico radical.
Exceto a do Sudão, cujos líderes perversos e fanáticos eram amigos de YasserArafat, nenhuma comunidade cristã sofreu tanto nas mãos de muçulmanos quanto oslibaneses durante o domínio dos homens comandados pelo então chefe da OLP. Aquiestão alguns relatos impressionantes e dramáticos:
1. Hassan Abdel al-Hamid contou a um repórter israelense a respeito da antigaprisão no quarteirão da casbah, a cidade velha de Sidom, que serviu de câmarade tortura para os adversários políticos da OLP e onde uma das salas foiseparada especialmente para a prática de estupros:
A prisão foi construída em 1973 e muitas famílias foram levadas para lá. Ànoite, eles traziam moças jovens para o gabinete. Numa sala especial usadaapenas para este fim, podia-se ouvir as moças gritando: “Alá, deixe-nos em paz;Alá, proteja suas mulheres; por favor, não permita que nossa honra sejamanchada”. Depois de algum tempo, os gritos cessavam.
Uma fotografia de Arafat foi encontrada sobre a cama onde as atrocidades eramcometidas. Os moradores de Sidom disseram que, nas ruas próximas, era possívelouvir os gritos das jovens quase todas as noites.
2. A escola cristã no norte de Nabatieh era dirigida por sete freiras, antes daOLP tomar o poder. A irmã A. contou o que aconteceu quando a OLP chegou:
Primeiro, eles levaram a irmã C. à força e a violentaram. Depois, nosespancaram. Ficamos escondidas nos porões do mosteiro por dezoito meses. Acomida era trazida à noite pelos cristãos da região. Durante sete anos, ossinos do nosso mosteiro não tocaram.
Não é estranho – muito estranho – que, apesar de todo esse terror e morticínioque os cristãos enfrentam nas mãos de muçulmanos e palestinos, grande parte daTV, rádio e imprensa escrita – e até mesmo a imprensa cristã – não digapraticamente nada sobre esse aspecto do sofrimento dos cristãos no OrienteMédio e, ao mesmo tempo, numa típica atitude anti-sionista e anti-semita,aponte Israel repetidamente como a ameaça à paz e à presença cristã no OrienteMédio?
Vejamos as palavras esclarecedoras do Dr. Walid Phares:
As pessoas geralmente pensam que os cristãos do Oriente Médio restringem-se aum grupo de palestinos. Na verdade, estes são apenas uma parcela dos milhões decristãos que se encontram distribuídos desde o Sudão até a Armênia: mais de 10milhões de cristãos coptas vivem no Egito; 4 milhões de cristãos no Sul doSudão; 1 milhão e meio no Líbano; 1 milhão de assírios-caldeus no Iraque; 1milhão de cristãos na Síria e 500 mil no Irã, entre outros.
Aos olhos dos cristãos do Oriente Médio, a criação do Estado de Israel foivista como um progresso altamente positivo, pois eles consideraram orenascimento de Israel como uma promessa de que sua própria libertação estava acaminho. Durante décadas, secreta ou abertamente, os cristãos de países como oLíbano, o Iraque e o Sudão têm enaltecido o modelo de Israel e procuradoimitá-lo. Essa atração entre Israel e os cristãos do Oriente Médio vemdesafiando a ordem árabe-islâmica na região.
Ouçamos também as palavras de um padre católico na Terra Santa, divulgadas numapublicação oficial do Vaticano, La Terra Sancta, em 1997:
As dificuldades enfrentadas pelos cristãos são causadas pelo fato dosmuçulmanos estarem cada vez mais tomando posse da terra a fim de impedir que oscristãos continuem habitando ali […].
Os cristãos estão abandonando o Oriente Médio. Infelizmente, este é um fatoinegável. Muitos têm analisado esse fenômeno, e alguns prevêm que, daqui a 30anos, não haverá mais cristãos na região […]
Já que os muçulmanos não podem, por enquanto, implementar uma sociedadeislâmica homogênea na nação inteira, envolvendo estilo de vida e as leis dopaís, eles estão tentando “islamizar a terra”, i.e., torná-la propriedade demuçulmanos […]
De qualquer forma, os muçulmanos continuam usando seus truques para adquirirpropriedades. Eles pagam quantias astronômicas em Belém, não só para comprarterras. Nas áreas sob a jurisdição de minha paróquia, uma família cristã quisvender parte de sua propriedade. Apareceram uns compradores muçulmanos, mas afamília avisou que preferia vender para outros cristãos. Finalmente, elesconseguiram vender a área, mas, pouco tempo depois, os muçulmanos tentaramincendiar a casa. Quem foi responsabilizado pelo fogo criminoso? “Crianças”,disseram eles. Felizmente, desta vez os proprietários da casa perceberam oinício do incêndio e conseguiram apagá-lo a tempo. Mas, em Jerusalém, duaslojas foram queimadas por dois garis e ficaram completamente destruídas.
Como vemos, a idéia de islamizar a terra provoca grandes tensões e, ao mesmotempo, diminui cada vez mais o espaço vital disponível para os cristãos. Osatuais problemas políticos, as limitações impostas sobre os cristãos comoresultado das investidas constantes e os dramas da intifada garantiram aosárabes [palestinos] islâmicos considerável ajuda por parte das naçõesmuçulmanas “irmãs”, enquanto aos cristãos é dito apenas: “Vocês têm suasigrejas” (que coletam ofertas na Sexta-Feira da Paixão e que não sãosustentadas por poços de petróleo).
Se essa situação continuar, as jovens famílias cristãs terão cada vez maiordificuldade de adquirir suas propriedades e casas e, assim, não conseguirãofincar raízes em sua terra natal e serão forçadas a juntar-se à onda decristãos que estão emigrando da Terra Santa.
Diante disso tudo, fica a pergunta: qual a razão dessa insistente atitude tendenciosa– até mesmo entre os cristãos – contra o povo judeu em geral, e contra o povode Israel em particular, enquanto os verdadeiros culpados pela situação doOriente Médio geralmente ficam impunes?
Será que o antigo antagonismo de Lutero e de outros patriarcas da igreja eteólogos está influenciando a teologia e as atitudes da igreja moderna emrelação ao povo de Israel? É isso que demonstra a recente resolução tendenciosado Sínodo Presbiteriano dos EUA contra Israel.
Será que, se algum dia os muçulmanos tiverem a bomba atômica e se sentirem emcondições de completar a Solução Final de Hitler, incorporando a naçãoindependente de Israel a um Estado palestino muçulmano, eles poderão justificarsuas ações usando como argumento as citações de muitos clérigos e críticoscristãos que ajudaram a criar o clima favorável à destruição de Israel com suasviolentas e incessantes censuras e sua tendenciosidade?
Pouca coisa mudou com o passar dos anos. A história – ao que parece –realmentese repete. (www.israelmybeloved.com – http://www.beth-shalom.com.br)
Jan Willem van der Hoeven é diretor do International Christian ZionistCenter.
Notas:
Martim Lutero: That JesusChrist was born a Jew [Que Jesus Cristo Nasceu Judeu], reimpresso em FrankEphraim Talmage, ed.Disputation and Dialogue: Readings in the Jewish-ChristianEncounter(Nova York: Ktav/Anti-Defamation League of B’nai B’rith, 1975), p. 33.
Martim Lutero: Concerning the Jews and theirlies [A respeito dos judeus e suas mentiras], reimpresso em Talmage,Disputation and Dialogue, pp. 34-36.
Michael L. Brown:Our hands are stained with blood [Nossas mãos estão manchadas de sangue]Shippensburg, PA: Destiny Image Publishers, 1992), p. 16.
Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews?The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo](Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107.
Adolf Hitler: MeinKampf, p. 213.
Prager e Telushkin, p. 107.
Prager e Telushkin, p. 171.
Joshua Trachtenberg: The Devil and the Jews: The medieval conception of the Jewand its relation to modern anti-Semitism [O Diabo e os Judeus: A concepçãomedieval do judeu e sua relação com o anti-Semitismo moderno], p. 99.
Benjamin Netanyahu, então primeiro-ministro deIsrael, em carta enviada a Elwood McQuaid, datada de 3 de junho de 1997.
Comunicado da ICEJ distribuído à imprensa em julho de 1997.
A cocoon of lies [Um casulo de mentiras]: Middle East Digest (agosto, 1997), p.6.
Middle East Digest (agosto, 1997).
Chuck Colson: Jubilee (Edição da Primavera).
Eliyahu Tal, ed: citação tirada da TV israelense, 13 de julho de 1982, em ThePLO: Now the story can be told [A OLP: Agora a história pode ser contada], (TelAviv, Achduth Press, 1982), pp. 42, 43.
Tal, p. 43.
Middle East Digest (agosto, 1997), p.6.
The bitter exodus of Christians from the Holy Land [A amarga saída dos cristãosda Terra Santa]: La Terra Sancta, 1991.
He is a cross pendant.
He is engraved with a unique Number.
He will mail it out from Jerusalem.
He will be sent to your Side.
Emmanuel
Bible Verses About Welcoming ImmigrantsEmbracing the StrangerAs we journey through life, we often encounter individuals who are not of our nationality......
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