Capítulo 5 - E Quanto A Israel?

aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis

Capítulo 5 - E Quanto A Israel?

Michael Vlach

 

Umpastor de outra geração estava pregando sobre a realeza de Cristo quando,eloqüente e poderosamente, soltou este belo resumo:

A Bíblia diz que meu Rei é rei de sete maneiras. Ele é o Rei dos Judeus.Este é um rei social. Ele é o Rei de Israel. Este é um rei nacional. Ele é oRei da Justiça. Este é um rei espiritual. Ele é o Rei dos séculos. Este é umrei eterno. Ele é o Rei dos céus. Este é um rei celestial. Ele é o Rei daglória. Este é um rei magnífico. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.Este é um rei divino. Este é o meu Rei divino.[1]

O propósito deste capítulo é estabelecer o fato de que Israel é o povo e anação sobre a qual o Rei dos reis e Senhor dos senhores governará um dia.

Poucos temas na teologia cristã são tão controversos e importantes quantoIsrael. Na realidade, Israel é a questão principal que separa PremilenismoFuturista de sistemas não-dispensacionalistas, tais como Amilenismo,Premilenismo histórico e Posmilenismo. A questão fundamental é: “A nação deIsrael ainda possui significância no plano de Deus ou esta relevância foisubstituída e transcendida por Jesus de tal forma que não há um papel futuropara a nação neste planejamento divino?” Premilenistas futuristas afirmam aprimeira opção enquanto os outros pontos de vista defendem a segunda.

A evidência bíblica mostra que o Premilenismo Futurista está correto aoconsiderar que a nação de Israel permanece importante para os propósitos deDeus. Na verdade, não se pode ter uma compreensão apropriada dos planos de Deuspara as eras a menos que se tenha uma opinião sobre como Deus está usandoIsrael para cumprir Seus propósitos. Isso inclui compreender a relação entre anação de Israel e Jesus, o israelita definitivo que, como o cabeça Israel,restaura a nação num futuro local de culto e liderança entre as nações. É aquique os premilenistas futuristas fazem uma contribuição significativa para acompreensão da teologia e onde outros sistemas teológicos têm falhadolargamente. Aqueles que não endossam o Premilenismo Futurista têm concluídoerroneamente que a identificação de Jesus com Israel significou o fim do papele da significância do Israel nacional,[2] enquanto os premilenistas futuristasafirmam que a identidade de Jesus “Israel” é parte de uma solidariedadesocietária na qual na qual um (Jesus) e muitos (nação de Israel) estãorelacionados entre si sem que Aquele retire o significado destes.

O ponto principal neste capítulo é que a Bíblia, incluindo ambos osTestamentos, frequentemente e explicitamente, ensina a salvação e a restauraçãoda nação de Israel. Vamos também estabelecer que Deus criou Israel para ser ummeio de bênção para todo o mundo.. Como Robert Martin-Achard declarou: “Aescolha de Israel (...) pertence ao domínio dos meios e não dos fins”.[3] Issoinclui ser o veículo através do qual Jesus viria. E também envolve Israel tendoum papel estratégico para as nações enquanto Cristo exerce seu justo governosobre estas nações. Assim, Israel é um meio de bênçãos para o mundo, mas não éum fim em si mesmo. Não é o propósito de Deus tornar “Israel” todos aqueles quecrêem.


UMAPALAVRA SOBRE NAÇÕES NA BÍBLIA
Muitos não-dispensacionalistascombatem a idéia de que a nação de Israel possa ter qualquer papel futuro adesempenhar nos propósitos de Deus. Para eles, a unidade que todos os crentestêm em Cristo deve significar que não pode haver a restauração de Israel. Mas,antes de examinar o que a Bíblia tem a dizer sobre Israel, é importante ter umcorreto entendimento das nações. Pois, se alguém erra na compreensão de comoDeus vê as nações, irá errar em relação a Israel como uma nação nos planos deDeus. Nossa proposta é esta – não há nada de errado ou não espiritual sobre oconceito de nações. Na verdade, Deus tem um propósito para as nações. E, se Eletem um propósito para as nações, não deve haver nenhum problema em se entenderque Ele tenha um plano futuro para a nação de Israel. A unidade salvífica quetodos os crentes experimentam em Cristo (cf. Ef 2.11-22) em nada exclui afutura relação de Deus com as nações, incluindo Israel, pois a unidadeespiritual em Cristo não exclui a diversidade em outras áreas. Unidade ediversidade podem existir em perfeita harmonia. Vemos isso com outrascategorias. Crendo que homens e mulheres são iguais em sua posição com Cristo(veja Gl 3.28), mesmo assim ainda há diferenças em suas funções na igreja (veja1Tm 2.9-15). Da mesma forma, dentro de uma igreja local, todos os cristãoscompartilham igualmente das bênçãos da salvação, mas os diáconos e líderes daigreja possuem papéis não compartilhados por outros na congregação (veja Hb13.17). A própria Trindade evidencia tanto a unidade (um só Deus) e diversidade(três pessoas). Um dos pontos fortes do Premilenismo Futurista é o entendimentode que Deus tem a intenção de glorificar a Si mesmo através de ambos, unidade ediversidade. Eles podem coexistir em harmonia e, quando o fazem, tambémrefletem a unidade e a diversidade dentro da Divindade.

Apesar de ser uma instituição pós-queda, as nações não são inerentemente más oualgo que deva transcender ou diminuir em importância com a vinda de Cristo.Sim, há muita ênfase na Bíblia na salvação individual, mas isso não émutuamente exclusivo com os planos de Deus para as nações. Na verdade, asnações foram criadas por Deus. Paulo declarou que “de um só [Deus] fez toda araça humana para habitar sobre toda a face da terra” (At 17.26ª). Isaías19.24-25 indica que um dia virá quando os tradicionais inimigos deIsrael, Egito e Assíria irão se juntar a Israel como povo de Deus:

“Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênçãono meio da terra; porque o Senhor dos exércitos os abençoará, dizendo: Benditoseja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minhaherança”.

Note que, nos últimos dias, o Egito se tornará “meu povo” e a Assíria será“obra de minhas mãos”. Estas nações se tornarão o povo de Deus ao lado deIsrael, que ainda é “herança” de Deus. As nações crentes não se tornam “Israel”,mas existem como povo de Deus junto a Israel para a glória dEle. Assim, oSenhor não apenas tem um futuro para Israel; Ele tem um plano para outrasnações também, mesmo os tradicionais inimigos de Israel, como o Egito e aAssíria. Em Zacarias 2.11, Deus declarou que “muitas nações se ajuntarão aoSENHOR e serão o meu povo”. Zacarias 14 indica que no dia em que “O SENHOR seráRei sobre toda a terra” (v. 9), “nações” (incluindo o Egito) “subirão de ano emano para adorar o Rei” (v. 16).

Mas os planos de Deus são transcendidos pela vinda de Jesus e a era do NovoTestamento? Não há evidência de que sim. Repetidamente, os planos de Deus paraa nação de Israel são afirmados (ver Mt 19.28; Lc 1.32-33; At 1.6; Rm11.26-27).Apocalipse 21.24-26 afirma ainda a presença de nações noEstado Eterno:

“As nações andarão mediante a sua [a Nova Jerusalém] luz, e os reis da terralhe trazem a sua glória. As suas portas nunca jamais se fecharão de dia,porque, nela, não haverá noite. E lhe trarão a glória e a honra das nações”.

Estas “nações” (plural) andarão pela luz da Nova Jerusalém e os “reis da terra”trarão suas contribuições culturais de suas terras para a grande cidade. Estasnações estão unidas no sentido de que todas são salvas da mesma maneira –através unicamente da fé somente em Cristo. Mas esta unidade espiritual nãoapaga todas as diferenças étnicas e geográficas que possuem entre si. Aevidência escriturística para as nações nos planos futuros de Deus é tãosignificativa que até mesmo o teólogo amilenista Anthony Hoekema reconhece aexistência das nações. Em relação à Apocalipse 21.24,26, Hoekema perguntou:“Será que é demais dizer que, de acordo com esses versículos, as únicascontribuições de cada nação para a vida da terra presente será enriquecer a vidada nova terra?”[4] Estas contribuições incluem “os melhores produtos da culturae arte que esta terra já produziu”.[5]

Este entendimento de que várias nações têm um papel nos propósitos futuros deDeus conduz a uma importante implicação teológica: Se é reconhecido que hánações no futuro com papéis e identidades específicos, por que não haveria umpapel especial e identidade para a nação de Israel? Em resposta à declaração deHoekema sobre a presença de nações e cultura na nova terra, Barry Horner corretamenteaponta que “a menção de contribuições nacionais distintas (...) certamenteteriam de incluir as benfeitorias culturais de Israel!”[6] O ponto de Horner ébem aceito. Se há nações na nova terra, por que Israel não seria uma dessasnações que contribuem para a nova ordem? Além disso, a presença de naçõesplurais no estado eterno indica que não é o propósito de Deus tornar todosIsrael, como os não-dispensacionalistas constantemente alegam. Não há nenhumaindicação de que as nações em Apocalipse 21 e 22 sejam todas identificadas como“Israel”. O papel de Israel é trazer bênçãos para as nações, não tornar todomundo Israel. Em suma, ao nos aproximarmos do tema de Israel, devemos pôr delado quaisquer noções não-bíblicas ou suposições de que as nações não são decaráter espiritual ou algo que deva ser transcendido. Ambos os Testamentos daBíblia afirmam um futuro para as nações.


ANAÇÃO DE ISRAEL COMO UM MEIO DE BÊNÇÃOS PARA TODO O MUNDO
Um entendimento apropriado sobre Israel e os propósitos de Deus para eledevem estar enraizados numa correta interpretação de Gênesis 12.1-3.Pois é aqui que encontramos o propósito para Abraão e Israel:

“Ora, disse o SENHOR a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa deteu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e teabençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que teabençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas asfamílias da terra”.

Esta passagem introduz a aliança Abraâmica. Aqui, Deus promete a Abraão bênçãospessoais, incluindo um grande nome. Deus também diz a Abraão: “de ti farei umagrande nação”. Quando o livro de Gênesis se desdobra, torna-se evidente queesta “grande nação” é Israel, os descendentes de Abraão através de Isaque eJacó. Significativamente, o propósito de Abraão e da grande nação que viriadele é encontrado no versículo 3b: “Em ti serão benditas todas as famílias daterra”. Dumbrell salienta que a gramática hebraica indica aqui o destino de Abraãoe da grande nação:

A cláusula é, mais provavelmente, para ser tomada como uma cláusula deresultado, indicando qual será a consumação das promessas que os versosprecedentes anunciaram. Ou seja, as promessas pessoais feitas a Abraão têm abênção mundial final como o seu objetivo.[7]

Assim, Gênesis 12.2-3 indica que o propósito de Abraão e da grande nação asurgir dele (Israel) é uma bênção para todo o mundo. Como Christopher Wrightressalta: “Sem dúvida, então, houve um propósito universal na eleição de Abraãopor Deus e, portanto, também uma dimensão universal para a própria existênciade Israel. Israel como um povo que foi chamado à existência por causa da missãode Deus em abençoar as nações e restaurar sua criação”.[8]

As implicações desta passagem para o conceito de povo de Deus sãosignificativas. Em primeiro lugar, desde o início, a aliança Abraâmica foideterminada para Israel e os gentios. Não apenas para Israel, embora o pactotenha sido mediado através dele. Mais tarde, quando vemos a aliança Abraâmicarelacionada aos crentes gentios (cf. Gl 3.7-9,29), isso não deve nossurpreender ou nos fazer concluir que os gentios são agora parte do Israel.Também não devemos concluir que as promessas da aliança Abraâmica foram agoratransferidas de Israel para a igreja. O propósito de Deus com este pacto não éfazer dos gentios parte de Israel, como os não-dispensacionalistas costumamacreditar. Em vez disso, o propósito de Abraão e Israel é trazer bênçãos paraos gentios enquanto gentios. Em segundo lugar, Deus não tem a intenção de queIsrael seja um fim em si mesmo. Não é um fim, mas um meio – um meio parabênçãos. Essa promessa de que a semente de Abraão seria o veículo para bênçãosaos gentios é explicitamente declarada novamente em três outras partesde Gênesis:

“Nela [a descendência de Abraão] serão benditas todas as nações da terra,porquanto obedeceste à minha voz” (Gn 22.18).

“Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todasestas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra”(26.4). 

“A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente epara o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serãoabençoadas todas as famílias da terra” (28.14).

O propósito de Israel enquanto um veículo de bênçãos para as nações também évisto em Êxodo 19.6, onde Deus declara: “vós me sereis reino de sacerdotes enação santa”. Israel deveria ser um cintilante testemunho de Deus para outrasnações. Deuteronômio 26.19 afirma: “Para, assim, te exaltar [Israel] em louvor,renome, e glória sobre todas as nações que fez”. O salmo 67 diz ainda que “SejaDeus graciosos para conosco [Israel], e nos abençoe (...) para que se conheçana terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação. (...) e todos osconfins da terra o temerão” (Sl 67.1,2,7). Estas passagens devem nos levar aconcluir, como Tuvya Zaretsky observou, que “O propósito de Deus para Israelcomo revelado na Bíblia foi de que eles seriam um veículo para resplandecer aluz de Sua revelação às nações e um sistema de entrega do Salvador de Deus, oMessias”.[9]


ARESTAURAÇÃO DE ISRAEL NO ANTIGO TESTAMENTO
Deuteronômio 30.1-6 é uma passagem estratégica sobre planos deDeus para Israel:

“Quando, pois, todas estas coisas vierem sobre ti, a bênção e a maldição quepus diante de ti, se te recordares delas entre todas as nações, para onde telançar o SENHOR teu Deus, e tornares ao SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos, detodo o teu coração e de toda a tua alma, e deres ouvidos à sua voz, segundotudo o que hoje te ordeno, então, o SENHOR, teu Deus, mudará a tua sorte, e secompadecerá de ti, e te ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais tehavia espalhado o SENHOR, teu Deus. Ainda que os teus desterrados estejam paraa extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará delá. O SENHOR, teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e apossuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais. O SENHOR,teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, paraamares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para quevivas”.

Este trecho detalha uma profecia “num quadro geral” sobre o futuro de Israel.Deus tinha tirado Israel dramaticamente do Egito. Ele também tinha dado aIsrael a lei mosaica. Em Deuteronômio 28-29, Deus descreveu as bênçãos queviriam sobre Israel se a nação O obedecesse. Ele também tratou das maldiçõesque resultariam da desobediência. Deus então descreveu o que o futuro distantereservaria para Israel. Depois de experimentar a bênção e a maldição, Deus iriabanir Israel a todas as nações por causa da desobediência. Mas um tempo viriaem que Israel voltaria para Deus e Ele o restauraria. Isso inclui uma salvaçãoespiritual (“O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração”) e uma restauraçãofísica (“na terra que teus pais possuíram”). Em suma, Deus prometeu a Israelque, após um período de banimento, a nação seria salva e restaurada à sua TerraPrometida. Esta passagem deve nos orientar claramente com relação a qualquerteologia que afirme que Deus tenha supostamente substituído ou suplantado anação de Israel por causa de sua desobediência. Tanto a rebelião quanto arestauração de Israel ao previstas e ambas acontecerão. Outras passagensreafirmam a expectativa de Deuteronômio 30.1-6.Ezequiel 36.22-30 predizque, após um período de dispersão, Israel irá experimentar salvação erestauração na sua terra:

“Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Não é por amor devós que Eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, queprofanastes entre as nações para onde fostes. Vindicarei a santidade do meugrande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meiodelas; as nações saberão que Eu Sou o SENHOR, diz o SENHOR Deus, quando Euvindicar a minha santidade perante elas. Tomar-vos-ei de entre as nações, e voscongregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então,aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossasimundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novoe porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vosdarei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nosmeus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra queEu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e Eu serei o vosso Deus.Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias; farei vir o trigo, e omultiplicarei, e não trarei fome sobre vós. Multiplicarei o fruto das árvores ea novidade do campo, para que jamais recebais o opróbrio da fome entre asnações”.

Jeremias 30.1-3 também fala de uma restauração de Israel para aterra:

“Palavra que do SENHOR veio a Jeremias, dizendo: Assim fala o SENHOR, Deus deIsrael: Escreve num livro todas as palavras que Eu disse. Porque eis que vêmdias, diz o SENHOR, em que mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, dizo SENHOR; fá-los-ei voltar para a terra que dei a seus pais, e a possuirão”.

Joel 3.20 indica que, como resultado do dia do Senhor (3.18) “Judá, porém, seráhabitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração”. Em Sofonias 3.20Deus promete novamente “mudar a sorte” de Israel. Quando se examinam estesoutros textos sobre restauração na Bíblia, certas verdades emergem: (1) Arestauração de Israel envolve tanto a salvação espiritual quanto bênçãosfísicas, incluindo a posse da terra da promessa; (2) a promessa de restauraçãonão é baseada na grandeza de Israel, mas na escolha de Deus e no caráter dEle;e (3) a promessa de restauração tem lugar após o período de desobediência deIsrael. Como as passagens acima e muitas outras indicam, a restauração deIsrael é um dos temas principais do Antigo Testamento. Trata-se de uma doutrinaexplícita.


JESUS,O SERVO E A NAÇÃO ISRAEL
Outra passagem importante para uma compreensão apropriada de Israelé Isaías 49.3-6. Este trecho trata da relação entre o Servo deIsrael (Jesus) e a nação de Israel:

“E me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado. Eumesmo disse: debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhasforças; todavia, o meu direito está perante o SENHOR, a minha recompensa,perante o meu Deus, mas agora diz o SENHOR, que me formou desde o ventre paraser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porqueeu sou glorificado perante o SENHOR, e o meu Deus é a minha força. Sim, dizele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares atrazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, paraseres a minha salvação até à extremidade da terra”.

De acordo com o versículo 3, o Senhor está falando para “meu servo Israel”. Oamilenista Robert Strimple tem razão quando afirma que Cristo “é o Servosofredor do Senhor”.[10] O versículo 5 afirma, em seguida, um dos propósitosdeste “Servo”. O papel dele é “para que torne a trazer Jacó e para reunirIsrael a ele”. O versículo 6 também afirma que o papel do Servo é “levantar astribos de Jacó, e restaurar os preservados de Israel”. Deus irá também “fazer”o Servo ser uma “luz para os gentios”. O que é significativo aqui é que o Servoestá claramente ligado a Israel (v.3), mas Ele também é distinto de algumaforma, já que Ele é aquele que irá “restaurar” Israel. A nação de Israel nãopode restaurar a si mesma, pois é pecadora. Mas o Servo – que é Jesus Cristo, overdadeiro Israel – pode restaurar esta nação e trazer bênçãos para as outras.Assim, esta passagem ensina que Jesus, o verdadeiro Israel, vai restaurar anação de Israel e trazer luz para as nações. Ele também vai restaurar Israel àsua terra (Is 49.8).

Desta forma, a presença de Jesus não significa que o povo de Israel perde seusignificado ou identidade. Não é o objetivo de Jesus que tudo seja absorvidonEle. Pelo contrário, o povo de Israel está salvo e restaurado à sua terra etransformando no que deveria ser por causa de Jesus Cristo. Em relação aIsrael, Robert Saucy corretamente aponta para o conceito de “personalidadesocial”, na qual a cabeça ministra o corpo para que este possa realizar suamissão.[11] Isto significa que Israel, a quem foi dada uma missão para asnações, será capaz de cumprir sua missão por causa do Servo – Jesus Cristo.Assim, Isaías 49.3-6 contradiz explicitamente o argumento denão-dispensacionalistas de que Cristo, enquanto o verdadeiro Israel, impliqueno fim da significância de Israel nacional. Não apenas Cristo, enquanto overdadeiro Israel, não significa o fim da nação de Israel no plano de Deus,como também a presença de Cristo significa a restauração da nação.


ARESTAURAÇÃO DE ISRAEL NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento fala da vinda de Jesus, o Servo, Aquele que representatudo o que Israel estava destinado a ser. A ligação entre Jesus e Israel é claramentevista em Mateus 2.15, onde o chamado e a partida de Jesus do Egito estãoconectados com a saída histórica da nação de Israel do Egito (cf. Os 11.1): “doEgito chamei o meu filho”. A conexão de Jesus com Israel é a de umasolidariedade social ou personalidade na qual existe uma relação entre a cabeça(Jesus) e muitos (o povo de Israel). Jesus é singularmente o representante deIsrael, mas Ele também é o único que representa e restaura o povo de Israel.


OsEvangelhos e Atos
Quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, ele indicou que a criança nascidadela um dia reinaria sobre Israel: “Este será grande e será chamado Filho doAltíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai (Lc 1.32). Aspalavras de Jesus em Mateus 19.28 e Lucas 22.29-30 mostramque Jesus esperava uma restauração da nação de Israel:

“Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes,quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória,também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt19.28).

“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais ebebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar asdoze tribos de Israel” (Lc 22.29-30).

Nestas passagens Jesus está falando sobre o que acontecerá no futuro. Quandochegar o dia em que a terra experimentará a “regeneração” e o “reino”, osapóstolos se assentarão em doze tronos para “julgar as doze tribos de Israel”.Este é o testemunho explícito e poderoso sobre a restauração de Israel, queestá ligada à segunda vinda, à renovação do planeta e ao vindouro Reino deDeus.

Mateus 23.37-39 e Lucas 13.34-35 também sãoevidências de que Jesus esperava uma restauração futura de Israel. A primeirapassagem registra as palavras de Jesus aos habitantes de Jerusalém:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foramenviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta osseus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casavossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não mevereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt23.37-39).

O texto de Lucas 13.34-35 é semelhante:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foramenviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os doseu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casavos ficará deserta. E em verdade vos digo que não mais me vereis até quevenhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Lc 13.34-35).

Nestes dois textos paralelos, Jesus anunciou que a desolação viria a Jerusaléme a seu Templo porque os habitantes da cidade O rejeitaram. Ele também anunciouque estaria oculto às pessoas de Jerusalém até o dia em que eles dissessem:“Bendito o que vem em nome do Senhor!”. A predição de que os judeus um dia irãogritar que Jesus é “bendito” é clara, mas qual o contexto do seu clamor? Seriaa exclamação dos judeus desobedientes enfrentando o julgamento escatológico oué o grito de Israel arrependido no momento da sua restauração? A última visãoestá correta. Craig L. Blomberg observa que as palavras de Jesus em Mateus23.39 indicam uma “crença genuína” por parte de Israel.[12] Esta declaração debem-aventurança sobre Jesus virá de uma nação arrependida na época de suarestauração. Assim, Robert Gundry é correto em afirmar que Mateus 23.37-39refere-se à “restauração de Israel no Reino do Filho do Homem”.[13] Emreferência a Lucas 13.35, Robert C. Tannehill também declara, com razão, que“Este lamento sobre Jerusalém inclui uma contínua esperança de que umaJerusalém restaurada vai encontrar esta salvação”.[14]

Outra passagem que apoia a ideia de uma restauração da nação de Israel é Atos1.6-7, onde os apóstolos fizeram a Jesus uma importante pergunta:

“Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo emque restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer temposou épocas que o Pai reservou pela Sua exclusiva autoridade”.

Após a ressurreição de Jesus, no dia de Sua ascensão ao céu, os apóstolosesperavam uma restauração da nação de Israel. A resposta de Jesus não incluiunenhuma repreensão ou correção a esta crença, reconhecendo assim o entendimentodeles. A idéia deles não estava equivocada por duas razões: Em primeiro lugar,Atos 1.3 afirma que Jesus esteve com os discípulos por um período de “quarentadias” após Sua ressurreição, “falando sobre o reino de Deus”. Parece improvávelque os discípulos estivessem totalmente equivocados em suas percepções do Reinodepois de terem recebido quarenta dias de instruções sobre o Reino do Senhorressuscitado. Se Jesus tivesse ensinado alguma coisa sobre o Reino Espiritualou a redefinição do Reino que não envolvesse o Israel nacional, como a perguntadeles poderia ser tão discrepante? Em segundo lugar, a falta de correção deJesus em Atos 1.7 é a validação de que os discípulos estavam corretos em suascrenças sobre a restauração de Israel pela simples razão de que Jesus nãoapresenta nenhuma repreensão ou correção para esta premissa. Se os discípulosestivessem errados sobre uma futura restauração do Reino de Israel, Jesusprovavelmente os corrigiria do equívoco, como Ele fez nas outras ocasiões. MasJesus não corrige nada. Ele afirmou que os discípulos não saberiam o momento darestauração do Reino de Israel. Assim, J. Bradley Chance está certo ao dizerque “a resposta de Jesus contesta a expectativa de uma imediata restauração deIsrael. Mas Ele não contesta a expectativa de uma restauração em si”.[15]


Romanos9-11
Romanos 9-11 oferece a maisexplícita evidência de um futuro para a nação de Israel. Em 9.3b-4, Paulo serefere a “meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;que são israelitas, dos quaisé a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e aspromessas”. Quando Paulo escreveu em sua carta aos Romanos, a era da igrejaestava em curso e a rejeição de Cristo por Israel estava bem estabelecida. MasPaulo diz que há certas coisas que ainda “pertencem” a seus irmãos israelitas.Usando o tempo presente, Paulo inclui “adoção de filhos”, “glória”, “osmandamentos” “a entrega da Lei”, “o serviço do templo” e “as promessas”. Estesainda pertencem a Israel. As palavras de Paulo não são uma declaração de quejudeus descrentes são salvos ou estão atualmente em um relacionamento corretocom Deus, mas elas indicam que o compromisso de Deus para com a nação de Israelnão acabou. Assim, apesar de seu presente estado de descrença, Deus nãoterminou com Israel. Ele não revogou Suas alianças e promessas para o Seu povo.Estas coisas ainda pertencem a Israel.

Romanos 11.1 coloca: “terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modonenhum!”. No caso, não houve nenhuma dúvida para Paulo declarar enfaticamenteque Israel ainda era “Seu povo”. Paulo então fez uma declaração estratégica emRomanos11.11-12:

“Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pelasua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E se a suaqueda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quantomais a sua plenitude”!

O tropeço de Israel é temporário, não permanente. Além disso, esse tropeço temum propósito: provocar ciúmes em Israel, trazendo a salvação para os gentios.Quando o cumprimento de Israel (salvação e restauração) acontecer, bênçãosainda maiores serão concedidas ao mundo. Isso mostra que os planos de Deus,tanto para Israel quanto para os gentios, não foram totalmente cumpridos emnossa era. Grandes bênçãos têm atualmente vindo aos gentios como resultado daqueda temporária de Israel, mas, quando este for salvo, as bênçãos aos gentiosserão ampliadas ainda mais. Em outras palavras, se você acha que as bênçãospara os gentios são grandes agora, abasta esperar até o “cumprimento” de Israelchegar! Então Paulo prevê explicitamente esta salvação e restauração de Israelem Romanos 11.25-27:

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais devós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que aplenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como estáescrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E ESTASERÁ A MINHA ALIANÇA COM ELES, QUANDO EU TIRAR OS SEUS PECADOS”.

A salvação de Israel não é apenas explicitamente declarada – “Todo o Israelserá salvo”, como também está ligada às promessas do Antigo Testamento,mostrando que as promessas de Deus serão cumpridas literalmente. Paulo tambémmenciona que a salvação de Israel está relacionada com a soberania de Deus,para fins de eleição: “quanto, porém, à eleição, amados por causa dospatriarcas” (11.28). Deus tem um futuro para o povo de Sua aliança, Israel,porque Ele é fiel às promessas que fez aos patriarcas judeus e Seus propósitosrelativos à eleição permanecem verdadeiros.

Em suma, Romanos 9-11 é um poderoso testemunho quanto ao futuro da nação deIsrael e uma forte refutação contra a “teologia da substituição”, no qual aIgreja é vista como uma troca ou substituição de Israel. O estudioso C. E. B.Cranfield declarou que estes capítulos são uma forte contestação a qualqueridéia de que a Igreja substituiu Israel nos planos de Deus:

É apenas quando a Igreja insiste em se recusar a aprender esta mensagem, emque secretamente – talvez inconscientemente – considere que a sua própriaexistência é baseada em realizações humanas, e assim falhe em entender amisericórdia de Deus para si mesma, que ela é incapaz de acreditar namisericórdia de Deus para com o Israel ainda descrente, e então entretém anoção feia e anti-bíblica [herética] de que Deus rejeitou o Seu povo Israel esimplesmente o substituiu pela Igreja Cristã. Estes três capítulos [Rm 9-11]enfaticamente nos proíbem de falar da Igreja como tendo, de uma vez por todas,tomado o lugar do povo judeu.[16]


Apocalipse
Quando chegamos  aoúltimo livro da Bíblia, Apocalipse (cerca de 95 d.C), fica claro que Israelainda é importante para os propósitos de Deus. Apocalipse 7.4-8 predizespecificamente a selagem das doze tribos de Israel durante o tempo daTribulação que cairá sobre todo o mundo:

“E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, detodas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil selados;da tribo de Rúbem, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados; datribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; datribo de Manassés, doze mil selados; da tribo de Simeão, doze mil selados; datribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados; datribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; datribo de Benjamim, doze mil selados”.

A menção específica de cada uma das doze tribos de Israel, que têm um papel detestemunhas nos dias difíceis do período da Tribulação, enfatiza a continuidadeda importância das tribos de Israel no plano de Deus. Isso não é uma referênciaaos gentios ou à “igreja militante”, como alguns afirmam.[17] Imediatamente depois,Apocalipse 7.9 declara: “Depois destas coisas, vi, e eis uma grande multidãoque ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pédiante do trono e diante do Cordeiro”. Assim, João distingue judeus (Ap 7.4-8)dos gentios (Ap 7.9). O grupo em 7.4-8 consiste de judeus étnicos, enquanto ogrupo em 7.9 é uma multidão de “todas as nações”. Além disso, o grupo em 7.4-8é um número específico e relativamente pequeno – um grupo de 144 mil, enquantoo de 7.9 é uma “grande multidão que ninguém podia enumerar”. Estes não são ummesmo grupo de pessoas.

Apocalipse 21.10-14 também enfatiza a continuidade de relevânciadas tribos de Israel no plano de Deus:

“E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade,a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sualuz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como ocristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nasportas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das dozetribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado donorte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, trêsportas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos dozeapóstolos do Cordeiro”.

Essa passagem é importante por se referir às “doze tribos dos filhos de Israel”(v.12) na eternidade. Robert L. Thomas aponta que os nomes de Israel servemcomo um “aviso explícito do papel distinto da nação na cidade eterna emcumprimento de seu papel distinto na história ao longo dos séculos de suaexistência (cf. 7.1-8)”.[18] As doze tribos de Israel se distinguem dos “dozeapóstolos do Cordeiro” do versículo 14. Isso mostra que a identidade distintade Israel ainda é mantida mesmo no estado eterno. Esta passagem também excluiqualquer idéia insana de que as doze tribos de Israel foram apenas um tipotemporário que foi substituído pelos doze apóstolos. As doze tribos de Israel,que são a base da nação de Israel, são vistas como distintas dos dozeapóstolos.


CONCLUSÃO
Como este estudo mostrou, a salvação e a restauração da nação de Israel éuma doutrina bíblica explícita. Ela é encontrada de Gênesis a Apocalipse. Ofuturo de Israel está ligado ao Israelita definitivo, Jesus Cristo, querestaura a nação de Israel e traz bênçãos às nações da terra. Que a nossaresposta à idéia anti-bíblica de que a nação de Israel não tem mais um lugarnos planos de Deus seja a do apóstolo Paulo, que declarou: “Terá Deus, porventura,rejeitado o Seu povo? De modo nenhum” (Rm 11.1).

– Michael Vlach / Os Planos Proféticos de Cristo: Um guia básico sobre opremilenismo futurista – John MacArthur & Richard Mayhue – Pág. 101-117.
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