O que é o wahhabismo? O que é o islamismo wahhabita?

O wahhabismo é uma forma intolerante e agressiva do Islã sunita praticada principalmente na Arábia Saudita, mas também, em menor escala, no Catar, com alguma influência nas nações vizinhas. Ele busca purificar o Islã de quaisquer práticas ou inovações que não sejam provenientes dos ensinamentos de Maomé. O termo wahhabi vem do nome do estudioso muçulmano Muhammad bin Abd al Wahhab, que viveu de 1703 a 1791 e defendeu essa abordagem radical. Os seguidores zelosos de Wahhab às vezes são chamados de unitaristas ou Salafiyyun (da palavra que significa "seguir"). Salafiyyun pode se referir a qualquer movimento que tente purificar o Islã, enquanto Wahhabi se refere a um movimento mais específico que será descrito aqui. Por exemplo, o Talibã pode ser Salafiyyun, mas não Wahhabi. Os muçulmanos que seguem as crenças wahabitas não necessariamente se denominam wahabitas; eles simplesmente se denominam muçulmanos. Os muçulmanos que não seguem as crenças wahabitas são chamados de pagãos ou inimigos.

Abd al Wahhab viveu na Península Arábica e procurou purificar o Islã de muitas das crenças e práticas populares que ele considerava idólatras, como a veneração de santos e muitas tradições e práticas xiitas. Ele conclamou os muçulmanos a voltarem aos fundamentos do Islã, conforme encontrados em uma interpretação rigorosa do Alcorão. Muhammad bin Saud fez uma parceria com Abd al Wahhab para tentar unificar as várias tribos da Península Arábica (daí o nome "Unitários"), o que acabou levando à fundação do reino da Arábia Saudita e aos laços estreitos entre esse país e o wahhabismo. Muitas ideias wahabitas foram princípios orientadores para a formação das leis e normas sociais da Arábia Saudita.

A história do wahhabismo sempre incluiu ações militares e conflitos violentos para impor os ideais wahabitas. De acordo com a filosofia wahhabita, a Arábia Saudita é um dos países mais repressivos do mundo muçulmano. O governo saudita também apoia a disseminação das ideias wahabitas por meio de apoio financeiro às mesquitas wahabitas em outras nações muçulmanas, bem como nos Estados Unidos e na Europa. A Comissão do 11 de Setembro descobriu que os ideais wahabitas contribuíram para o aumento do terrorismo. O Parlamento Europeu identificou o wahhabismo como a principal fonte do terrorismo global. O apoio ao wahhabismo tem sido uma fonte de tensão entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, embora os EUA e a Arábia Saudita sejam aliados e os EUA continuem a aprovar a venda de armas para o reino. A família real da Arábia Saudita frequentemente condena atos de terrorismo e violência, mas continua a apoiar a propagação das crenças wahabitas.