O que é o budismo mahayana?

Mahayana é uma das duas principais escolas do budismo. O nome vem de um termo sânscrito que significa "o Grande Veículo". Esse estilo de budismo é mais popular no Japão, Coreia, China, Indonésia e Tibete. Como na maioria das religiões orientais, os limites exatos da crença Mahayana são vagos. Entretanto, há algumas ideias que o diferenciam de outras abordagens da filosofia budista. Entre elas estão a ênfase no caminho do bodhisattva (aquele que age para levar a iluminação a todos os seres sencientes), o conceito de bodhicitta (um desejo de libertar os outros do ciclo budista de sofrimento e renascimento) e upaya (uma aceitação de mente aberta de qualquer coisa que leve os outros à maturidade espiritual).

O budismo mahayana também é mais tipicamente "religioso" do que o budismo em geral; ele atribui adoração a divindades específicas, enquanto o budismo clássico é puramente filosófico. O mahayana frequentemente ensina que houve muitos Budas, muitos iluminados, que eram projeções espirituais de um poder supremo, também chamado de "Buda". Seguindo essa crença, os praticantes do mahayana adoram o Buda e mantêm uma visão de mundo não teísta. A "divindade" do budismo mahayana não é um ser pessoal, mas uma força impessoal e abrangente.

A própria natureza das religiões orientais frequentemente desafia qualquer esforço para definir uma crença ortodoxa ou mesmo doutrinas "típicas". De qualquer forma, o budismo global pode ser dividido em duas escolas principais. A maior delas é a Mahayana, que representa aproximadamente três quintos dos budistas do mundo. Logo atrás, em termos de números brutos, está o budismo theravada, com uma variedade de grupos marginais que representam números muito menores em todo o mundo. O mahayana pode ser dividido em vários subgrupos, como o budismo terra pura, o budismo zen e o budismo vajrayana.

O ideal mais elevado do budismo mahayana é o caminho do bodhisattva. O budismo geralmente ensina que aqueles que atingem a verdadeira iluminação deixam de reencarnar, quebrando assim o ciclo de sofrimento e reencarnação. O bodhisattva, entretanto, opta por adiar sua entrada no estado de nirvana para que possa levar outros ao mesmo entendimento. Diz-se que aqueles que desejam se tornar um bodhisattva e libertar os outros do ciclo de reencarnação experimentaram a "mente desperta", ou bodhicitta.

De acordo com o mahayana, cada pessoa deve aspirar a esse exemplo de bodhisattva. Esse é um dos principais pontos de diferença entre as escolas Mahayana e Therevada. A Therevada também defende o bodhisattva como a maior aspiração possível, mas sua busca é para um grupo menor e mais elitizado. A Mahayana sustenta que todas as pessoas devem procurar seguir o caminho do bodhisattva; a Therevada ensina que tais esforços são admiráveis, mas não obrigatórios.

Para seguir o caminho do bodhisattva, espera-se que o adepto do Mahayana pratique as "Seis Perfeições": doação, autocontrole, paciência, diligência, meditação e sabedoria. Ao mesmo tempo, o Mahayana enfatiza o conceito de upaya. Em termos gerais, esse upaya pode ser resumido como "o que quer que funcione". Praticamente qualquer prática, crença ou ação é permitida, desde que não seja explicitamente condenada pelo pensamento budista e desde que leve a um maior crescimento espiritual.

Na prática, um guru budista pode justificar qualquer coisa - não importa o quão violento, bizarro ou desumano - como upaya, desde que seja para o amadurecimento espiritual de alguém. Essa ideia é confirmada na história budista, que inclui inúmeros exemplos de "sabedoria louca", em que ações ultrajantes são creditadas ao fato de o mestre estar "além" da compreensão limitada de seus alunos.

Certas sub-escolas do Mahayana também ensinam um conceito interessante sobre a "natureza búdica". Esse conceito é digno de nota por ser um espelho quase perfeito do conceito cristão de natureza pecaminosa. De acordo com a Bíblia, todas as pessoas são inerentemente más, e a salvação é concedida quando admitimos nosso fracasso e temos esses pecados perdoados pelo sacrifício de Jesus Cristo. A visão Mahayana da "Natureza Búdica" é que todos os seres sencientes estão inerentemente conectados ao Buda, a fonte suprema de tudo, mas essa Natureza Búdica está encoberta pelos apegos e sofrimentos da vida, portanto, para se libertar, é preciso "descobrir" essa verdade interior oculta.

De modo geral, o budismo Mahayana apresenta uma interpretação altruísta do Budismo, muito semelhante a outras religiões mundiais que concentram a adoração em alguma divindade ou divindades. Como a maioria das religiões orientais, ele também é composto de várias sub-escolas amplamente variadas. Essa diversidade faz com que não seja sensato presumir o que um budista Mahayana específico possa acreditar, além dos fundamentos do budismo e das linhas gerais da escola Mahayana.