A IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU

aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis

A IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU

Por
Dr. Roy Mason, Th.D.




A IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU.. 1

Introdução. 1

I. Capítulo Introdutório. 1

II. Jesus Fundou a Igreja? Se Sim,Quando?. 1

III. O Tipo de Igreja que JesusConstruiu. 1

IV. A Família, o Reino e a Igrejade Deus. Diferenciados. 1

V. A Promessa do Mestre. 1

VI. A Busca da Verdadeira Igreja. 1

VII. O Teste Doutrinário. 1

VIII. Pontos a Serem Lembrados. 1

IX. Os Batistas Sob Outros Nomes. 1

X. Afirmações dos Historiadores. 1

XI. Qual é a Missão da Igreja queJesus Construiu?. 1

XII. A Igreja que Jesus ConstruiuJustifica Sua Existência. 1

XIII. Conclusão. 1

LIVROS LIDOS OU CITADOS. 1

 


Introdução

Ao escrever a introdução à sétimaedição de “A IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU”, Dr. J.W. Jent, naquele tempoPresidente do Colégio Batista do Sudoeste, Bolivar, Missouri, disse:

“Escrever uma introdução à sétima edição deste livro é um prazer peculiar.Quando a primeira edição foi publicada em 1923, eu lhe dei as boas vindas nãosomente porque ela atendia a uma necessidade real como um livro texto para omeu departamento na Universidade Batista de Oklahoma, mas porque eu nunca tinhalido algo que descrevesse tão profunda e claramente minha própria concepção da‘ECCLESIA’ de Cristo. Na segunda edição, que usei como texto no SeminárioTeológico da Universidade Mercer, foi mais abrangente e mais bem organizada doque a primeira edição. É uma contribuição valiosa e oportuna para a literaturadas Polêmicas Cristãs. A emissão da sétima edição reflete a persistência dogratificante interesse nos fundamentos Cristãos – uma refutação tangível doclamor de que esse denominacionalismo esteja morto”.

“Tive minha apresentação à Eclesiologia do Novo Testamento aos pés do meu pai,há anos, nas igrejas campestres do sudoeste do Missouri. Ele ainda atende comopastor rural naquela área e é amplamente conhecido como o pregador talvez maisfortemente doutrinário nas Montanhas Ozarks. Muitas e muitas vezes, durante ososcilantes anos de minha meninice, eu o ouvi através de suas séries de sermõessobre A IGREJA – sua natureza, instituição, CARACTERÍSTICAS, PERPETUIDADE e suamoderna IDENTIDADE. Quando o segui para o ministério e o pastorado campestre,trabalhamos juntos estabelecendo os fundamentos Bíblicos sobre os quais ficou fácilpara mim, mais tarde, construir uma superestrutura doutrinária, sob acomplacente direção do Dr. B. H. Carroll”.

“Anos de estudo e experiência prática me convenceram que a interpretação do meupai e meu grande mestre está correta: que a IGREJA – a ‘ECCLESIA’ de Cristo – éa ‘CONGREGAÇÃO DE CRENTES BATIZADOS associados num COMPANHEIRISMO DOEVANGELHO’. Que ela é uma DEMOCRACIA ESPIRITUAL, visível e LOCAL ou PARTICULAR.Que ela é UMA INSTITUIÇÃO DO NOVO TESTAMENTO, designada por Nosso Senhor,historicamente instituida por Ele, persistindo século após século, conservandoas características do modelo do Novo Testamento, facilmente identificada pelosdetalhes da integridade doutrinária. Uma verdade funcional para o espírito desua Santa Missão. Justificando sua existência por suas aquisições desafiadorase Sua benevolente benção à humanidade amaldiçoada pelo pecado. Esta é a TESEque Dr. Mason defende tão habilmente nas páginas seguintes. Ele é franco,sincero, consistente e convincente. Seus argumentos são impulsionadores eirrespondíveis. Ele declara a representativa crença Batista, com suasimplicações essenciais. Ele dá a ‘razão para a fé que está em nós’ – ainextirpável consciência de uma missão e um destino – a total intolerância àcortesia e transigência – o ponto de vista único em que temos o paradoxo dainflexível exclusividade sintetizada com superlativa tolerância e boa vontade”.

Já que a doutrina da igreja é claramente determinante no campo distintivo, estelivro não só atende uma séria necessidade da denominação, mas esclareceadmiravelmente a atmosfera para o público em geral. Seu desafiadorrestabelecimento da TESE BATISTA não apenas atende, com inabalável candura, apropaganda da ‘igreja invisível’ dos Pedobatistas, mas o sentimento superficialdos modernistas não denominacionais e contra-denominacionais. O autor soa osclarins chamando à nova cruzada de pregação doutrinária construtiva. Ele apontao caminho para um programa que revitalizaria não apenas nossas igrejas, masnosso maquinário denominacional. A dinâmica que sempre sensibilizou e impeliucomo uma CONVICÇÃO inteligente, uma CONSCIÊNCIA DENOMINACIONAL e a consciênciade uma MISSÃO DENOMINACIONAL. Temos uma MENSAGEM que o mundo precisa erealmente quer ouvir. É cego aquele que não percebe que o grande meio dia daDemocracia no entardecer do século vinte é um dia Batista. “A ousadia dalealdade denominacional e a sabedoria são o gênio construtivo para produzir suamaior parte”.

“O apelo sonoro do Dr. Mason à razão e à Divina Revelação neste livro deveconquistar a mente aberta que lhe der ouvidos. Pastores sábios colocarão emseus programas de ensino ‘A IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU’. Ele merece umlugar nos cursos de treinamento de todos os nossos departamentos auxiliares. Oautor nos colocou todos nós Batistas sob o dever de agradecer-lhe por umserviço tão oportuno, fundamental e de alcance tão amplo. Que Deus possaabençoar esta sétima edição e torná-la uma permanente benção a um grupo deleitores sempre crescente e estudantes de mente aberta por todos os anos doporvir”.

J. W. Jent.

Presidentedo Colégio Batista do Sudoeste, Bolivar, Missouri.

 

É paranós um grande prazer ter a oportunidade de publicar novamente ‘A IGREJA QUEJESUS CONSTRUIU’, do Dr. Roy Mason. Acreditamos na necessidade ainda maiorde um livro Biblicamente impactante dessa natureza do que foi há um ano. Opastor e membros da Igreja Batista de Buffalo Avenue acreditam que Deusforneceu os meios para publicarmos esta  e endossamos seu uso entre nossopovo Batista tão veementemente quanto o fez Dr. Jent.

Pr. Claude King

Pastor daIgreja Batista de Buffalo Avenue.

 

“A FéBatista é radical e fundamentalmente diferente de todas as demais. Somenteneste fundamento, sua existência continuamente separada pode ser justificada”.

M. P. Hunt, em “A FéBatista”.

Dr. Masonfoi pastor na Igreja de Buffalo Avenue por 29 anos. Durante esse tempo eleeditou o jornal da igreja que chamava “Fé e Vida”, e por muitos anos elefoi o maior pregador diário em toda a rede de rádios, entre todos os pastoresdo país. Dr. Mason ainda dirige programas em mais de cinco estações de rádiopatrocinadas pela Igreja Batista de Buffalo Avenue, algumas delas com programasdiários.

 

“E Conhecereis averdade, e a verdade vos libertará” [João 8:32].

Jesus


 

I. Capítulo Introdutório

Há algumas coisas sobre as quais muitas noções falsas e opiniõesheréticas são defendidas, como a igreja. Muitos se casam com uma teoriaeclesiástica que variam totalmente dos ensinamentos claros das Escrituras.Alguns defendem essas falsas teorias honestamente, nunca tendo estudadocuidadosamente a questão da igreja por si só. Outros – deve-se temer – asdefendem porque se ajustam a seu esquema eclesiástico e porque entregar-se àverdade significaria uma revolução em sua vida, envolvendo uma mudança naquestão de sua afiliação à igreja.

Por causa da negligência à verdade da igreja, um pensamento fraco e visõeserradas sobre o que realmente constitui uma igreja do Novo Testamento, muitosdefendem a igreja à luz da estima. Não é, para eles, uma coisa alta e santa,como deveria ser. Não é, para eles, a divina instituição considerada como altatorre acima de todas as organizações e instituições dos homens. É, sem dúvida,comum encontrar pessoas que estimam locais, clubes, sociedades ou outrasorganizações desse tipo em par com a igreja. E entre as multidões de seitas dedenominações que se autodenominam igrejas, as pessoas comumente fazem pequenasdistinções. A ideia popular é que “uma igreja é tão boa quanto qualquer outra”,sem mencionar se ela tem Jesus Cristo como seu Fundador e Chefe. Mais tarde,quando comecei a estudar a questão da igreja, minha ideia do que se constituiuma verdadeira igreja se estreitou e se tornou mais distinta. À luz dosensinamentos das Escrituras, a ideia da perpetuidade da igreja, à primeiravista tão repulsiva, se tornou cada vez mais racional. Finalmente ficou claropara mim que, se as Escrituras são verdadeiras e podemos confiar na promessa deJesus, a igreja que Jesus fundou deve ter tido uma continuidade de existênciaatravés de todas as eras e deve estar em algum lugar no mundo de hoje. Umestudo cuidadoso das Escrituras e da história, junto com um estudo da origem eensinamentos das diferentes denominações serviram para formar dentro de mim umaconvicção quase tão forte quanto a própria vida. Essa convicção é que aprimeira igreja que foi organizada foi a que hoje chamamos de uma igrejaBatista e que as igrejas do mesmo formato, caracterizadas pelas mesmasdoutrinas e práticas têm existido desde o dia que a primeira foi estabelecidaaté o presente momento e continuará a existir até que o Senhor volte novamente.

É meu propósito expor nas próximas páginas alguns dos fundamentos, bíblicos ehistóricos, sobre os quais baseio minhas convicções e mostrar a racionalidade ecredibilidade da reivindicação Batista ao que normalmente é chamado de“perpetuidade da igreja”.

Nesta linha de pensamento, uma das primeiras questões que surgem é com referênciaà importância prática dessa doutrina. Pois eu penso podemos chamar de doutrinaa perpetuidade da igreja. Certamente, parece importante considerar que averacidade da Palavra de Nosso Senhor e a validade de Sua promessa estão empauta. Se a igreja que Jesus estabeleceu não fosse perpetuada, então Suapromessa teria falhado. Se Sua promessa sobre a igreja tivesse falhado, entãonão seria possível que Sua promessa sobre nossa salvação e destino da mesmaforma falharia?

Novamente é importante saber qual igreja pode realmente reivindicar existir emcumprimento da promessa de Cristo de perpetuidade, porque encontrar essa igrejasignifica encontrar a única verdadeira. Num mundo cheio de todos os tipos deassim chamadas igrejas, cada uma defendendo sua doutrina e característicaspeculiares, muitos estão desesperadamente confusos e não sabem a que igreja sevoltar. Um conhecimento da verdade sobre a perpetuidade desfará a confusão etornará claro o dever dos Cristãos.

Um adequado entendimento da promessa de Cristo sobre a igreja e oreconhecimento do cumprimento dos princípios Batistas evitariam, talvez, acondição cismática do Cristianismo de hoje. Cristo prometeu que Sua igreja nãofalharia e não cessaria. Todas as organizações das assim chamadas igrejas repousamsobre a suposição de que Sua promessa foi quebrada e que Sua igreja fracassou.

A doutrina da perpetuidade da igreja Batista tem sido sempre uma doutrinaofensiva àqueles de outra fé e isso é muito natural. Pois se pudermos mostrarque as igrejas Batistas são as verdadeiras igrejas de Cristo, então as igrejasde outra fé, imediatamente passam a ocupar a posição de rivais daquelas quetenham origem divina. No entanto, não é apenas aqueles de outra fé que achamessa doutrina ofensiva. Nesses dias modernos de tolerância e falta deconvicção, não é pouco frequente que alguém descubra um Batista de tipo “Unitariano”ou “Indiferente” que faz exceção a essa doutrina bíblica. Lembro que umBatista como esse ou de propensões Pedobatistas uma vez me fez avaliar minhasvisões sobre a perpetuidade da igreja, dizendo que poderia não ser provadohistoricamente que as igrejas Batistas continuaram desde os dias de Jesus atéhoje. Com os dados históricos que chegaram até mim frescos na mente, respondique acreditava totalmente que já foram produzidas provas históricas suficientespara estabelecer isso. Então continuei dizendo que a questão era mais do quehistórica, era mais bíblica que histórica. “Se”, eu disse, “eu só tivesse o meuMestre para perpetuar Sua igreja, isso seria o bastante para me fazer crer emsua existência atual”. Deus fez uma vez uma promessa surpreendente a Abraão,cuja realização parecia impossível. Sobre a fé de Abraão, Paulo diz (Romanos4:20-22 - ACF): “Enão duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé,dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que ele tinha prometidotambém era poderoso para o fazer. Assim isso lhe foi também imputado comojustiça”. Não deveríamos ter a fé de Abraão? Cristo prometeu perpetuar Suaigreja. Não deveríamos ter fé para acreditarmos que “Aquele que prometeu tem opoder de cumprir a promessa?”

Ao lidar com a questão da perpetuidade da igreja, estou ciente de queencontrarei, com toda a possibilidade, alguém antagonista ao termo “perpetuidade”.Esse antagonismo foi induzido pelo frequente mau uso na ligação com “sucessão”,“continuidade”, e “perpetuidade”. Como um autor coloca, “há três palavrasusadas quase indiscriminadamente na discussão sobre a história da igreja, istoé: ‘sucessão’, ‘continuidade’ e ‘perpetuidade’. Nenhuma dessas palavrasexpressam toda a ideia, mas cada uma delas é quase certa e suficiente para umadiscussão honesta”. Considerando qual palavra eu deveria usar, finalmentedecidi usar a palavra perpetuidade como, talvez, a mais adequada das três parameu propósito. Porém, por causa do mau emprego da palavra perpetuidade tãousada, é aconselhável definir, de início, o que ela significa e o que nãosignifica, segundo seu uso nas páginas seguintes.

1. Quando os Batistas afirmam a crença na perpetuidade de suas igrejas,eles não querem dizer que possam traçar uma inquebrável SUCESSÃO DE BISPOS,desde os dias dos apóstolos ATÉ OS DIAS DE HOJE. A Igreja Católica Romanabaseia sua reivindicação da perpetuidade sobre a alegada sucessão de bispos oupapas como os chamam. Assim, encontramos o Cardeal Gibbons dizendo (A Fé deNossos Pais, p. 93) que “a Igreja Católica ensina também que nosso Senhorconferiu a Pedro o primeiro lugar de honra e jurisdição no governo de toda aSua igreja e que a mesma supremacia espiritual sempre residiu com os papas, oubispos de Roma, como os sucessores de Pedro. Consequentemente, para seremverdadeiros seguidores de Cristo, todos os Cristãos, seja entre o clero e entreo laicato, devem estar em comunhão com o Senhor de Roma, onde Pedro governa napessoa do seu sucessor”. Pode-se bem observar, nessa ligação, que o que osCatólicos reivindicam sobre perpetuidade falha por muitas razões. Fazemos umapausa para fazer uma menção límpida de quatro delas. Primeiro, sua faltade bons fundamentos onde basear sua reivindicação sobre a supremacia de Roma. Segundo,a absoluta falta de prova, bíblica ou histórica, de que Pedro tenha sido oprimeiro papa. Terceiro, o ensinamento claro do Novo Testamento que impedea ideia de que Pedro teria ocupado o lugar de primazia, no sentido de ser ovice-gerente de Cristo e Chefe da igreja. Quarto, a falta de coberturade evidência histórica para provar que Pedro tenha tido tanta importância emRoma e muito menos o primeiro papa.

2. Os Batistas não reivindicam a perpetuidade à base de uma CADEIADE BATISMOS sucessiva e inquebrável. Os oponentes da perpetuidade Batistamuitas vezes buscam invalidar as afirmações Batistas dizendo que serianecessário para eles estabelecer, além de qualquer dúvida, que não houve, emtempo algum, uma quebra na cadeia de batismos, antes de assumirem o direito deperpetuidade. Isso surge de uma má concepção da posição Batista e do queadequadamente se constitui a perpetuidade.

3. Os Batistas não querem a perpetuidade à base de uma cadeia deIGREJAS que se sucedam umas às outras, no sentido em que reis e papas sesucedam entre si. Dr. J. B. Moody coloca essa verdade de modo muito hábilquando diz: “no sentido em que papas e reis se sucedem uns aos outros, apalavra (perpetuidade) não deve ser usada na história da igreja, porque umaigreja não toma o lugar de outra. Às vezes uma igreja morre como instituição ealguns dos membros podem constituir outra no mesmo local ou em outro e assim,uma pode suceder à outra. Mas isso dificilmente estaria envolvido nessadiscussão, exceto onde as igrejas possam ter sido levadas de um lugar a outro,ou de um país a outro. A igreja de Jerusalém se multiplicou em igrejas daJudéia, Samaria, etc., mas não sucederam a igreja de Jerusalém, porque aquelaigreja não morreu, como quando reis e papas se sucedem uns aos outros pormorte. Essa ideia particular de suplantar, ou tomar o lugar da outra, deve sereliminada”.

4. Os Batistas não reivindicam a perpetuidade à base do NOMEBATISTA. Eles não exigem que as igrejas chamadas pelo nome Batista tenhamexistido em todas as épocas. Os verdadeiros Batistas existiram sempre, masforam chamados muitas vezes por outros nomes. As igrejas do Novo Testamento,como existiram através das eras normalmente receberam seus nomes de seusinimigos e perseguidores. Os nomes foram recebidos como termos de ódio ereprovação. Mostraremos mais tarde que os crentes do Novo Testamento seagruparam em igrejas do Novo Testamento aqui e ali, deram-se diferentes nomesem diferentes épocas, como Paulicianos, Bogomilos, Waldenses, Anabatistas,Cátaros, etc., cada nome dado aos povos das igrejas do Novo Testamento aquimencionadas, embora espalhados por perseguição, caçados e conduzidos a covis ecavernas da terra e se ajustaram em pontos essenciais aos ensinamentos do NovoTestamento e foram os progenitores dos modernos Batistas.

O que, então, é entendido por perpetuidade segundo o uso dos Batistas? Nãoestarei errado por citar dois ou três Batistas bem conhecidos que deram a esseassunto mais do que atenção comum. Nos escritos de S. F. Ford, L. L. D., dehonrosa memória, encontramos essas palavras: “a sucessão entre Batistas não éuma cadeia interligada de igrejas ou ministérios, não interrompidos e rastreáveisdesde esse dia distante. A verdadeira e defensável doutrina é que os crentesbatizados existiram em todas as épocas desde que João batizava no Jordão e seencontraram como uma congregação batizada em pacto e companheirismo onde umaoportunidade permitia”.

Novamente, de W. A. Jarrell, D. D., autor de um livro muito convincente sobre aperpetuidade da igreja, cito o seguinte: “tudo que os Batistas entendem por‘sucessão de igrejas’ ou perpetuidade da igreja é que nunca houve um dia, desdea organização da primeira igreja do Novo Testamento em que não tenha havido umaigreja genuína do Novo Testamento existente na terra”.

Como está indicado nessas citações, os Batistas afirmam que a primeira igrejado Novo Testamento organizada por Jesus tinha essencialmente as mesmasdoutrinas e práticas das igrejas Batistas de hoje. Eles afirmam que nunca houveum dia, desde que Jesus iniciou a primeira, quando essas igrejas não existiam,para levar o verdadeiro testemunho Dele. Eles afirmam que há prova histórica suficientepara demonstrar que as igrejas Batistas de hoje têm ligação histórica diretacom as igrejas dos tempos apostólicos. Eles acreditam que à medida que o tempopassa e outras investigações são feitas no campo da igreja, a prova de suacontinuidade se tornará tão irresistível que nenhum respeitável historiador daigreja poderá racionalmente negá-lo.

Eles não apenas defendem a autoridade da Palavra de Deus e a confiável históriaque as igrejas do Novo Testamento seriam o que seria chamado de igrejas Batistasde hoje. Os Batistas são os descendentes históricos das mesmas igrejas do NovoTestamento, mas também acreditam e defendem que as igrejas Batistas continuarãoa existir até que o Mestre venha novamente a esta terra.

“O Protestantismo tem uma ideia confusa da origem da igreja. Alguns dizem queela começou com Abraão e outros nos contam que iniciou no dia de Pentecostesapós a ressurreição de nosso Senhor. Não há absolutamente qualquer centelha deevidência na Bíblia ou fora dela de que a igreja tenha sido fundada ou tenhacomeçado em Pentecostes. Se os que querem Pentecostes como a data deaniversário da igreja, procurarão os registros e descobrirão que qualquerigreja nascida naquele dia ou após está atrasada para receber qualquer Comissãodo Senhor. Consequentemente, escritural e logicamente, qualquer igreja nascidaem Pentecostes ou num dia posterior não tem a Comissão do nosso Senhor parafazer qualquer coisa e deve ser uma instituição humana e não divina”.

J. T. Moore, em “Por Que Eu Sou Batista”.


II. Jesus Fundou a Igreja? Se Sim, Quando?


A crença Batista na perpetuidade de suas igrejas envolve várias questões. Aresposta correta a essas questões produzirão o pavimento do método para umexame adequado de suas afirmações. Entre as questões mais importantes estão asseguintes:

1. Jesus fundou a Igreja?

2.  Seo fez, quando?

3.  Quetipo de Igreja era?

4.  Eleprometeu sua perpetuidade?

O fato de Jesus ter fundado a Igreja está tão bem estabelecido, queparece quase supérfluo para nós gastar tempo considerando a primeira questãoproposta acima. Mas talvez não seja impróprio gastarmos alguns momentos nessapergunta, pois deveremos encontrar aqui e ali aqueles que abertamente ou porimplicação neguem que Jesus tenha fundado uma Igreja. É uma coisa comum nascríticas destrutivas de nossos dias tentar indispor Jesus e Paulo, um contra ooutro, e tentar mostrar que Jesus nunca teve em mente a fundação de uma igreja.Essas críticas nos levariam a crer que os discípulos, particularmente Paulo,impingiram a igreja ao mundo sem a divina garantia. Na substância, essa é areclamação de que eles substituíram uma igreja de sua própria visão pelopensamento e propósito do Reino de Jesus.

Há algumas denominações que abraçam a teoria que praticamente nega que Jesustenha fundado a Igreja. Eles antecipam a afirmação que a igreja existia nostempos do Antigo Testamento e que a igreja ou os tempos do Novo Testamento e dopresente sejam meramente uma continuação da igreja que já existia de qualquermodo desde os dias do início de Israel.

Os que defendem tal teoria não vêem qualquer diferença essencial entre a economia* do Antigo Testamento e doNovo, mas defendem que o batismo surgiu para ocupar o mesmo lugar na igreja do presenteque a circuncisão ocupava na “igreja” de Israel. Essa teoria nega claramente,por implicação, que Jesus tenha fundado uma igreja. Pois é evidente que Ele nãoteria fundado a igreja se ela já existisse no tempo de Sua vinda.

Para aqueles que acreditam que o Novo Testamento é a Palavra de Deus inspirada,a questão “Jesus fundou uma Igreja?” está, de uma vez por todas, respondida naafirmativa de Mateus 16: 18, em que o próprio Jesus afirmou: “Eu..edificarei [construirei] a minha Igreja”(ACF).

Os evangelhos registram a menção de Jesus sobre a igreja pelo menos duas vezese isso não é assunto de um momento apenas, à vista do fato que, após SuaAscensão e Glorificação, segundo registrado no Apocalipse, encontramos Elefalando da igreja várias vezes. E, de fato, se o Senhor só tivesse mencionado aigreja uma única vez, seria suficiente pela validade de Sua promessa. Umaafirmação feita uma única vez pode ser bastante verdadeira se a pessoareiterá-la mil vezes. O Ponto é: Jesus disse que Ele construiria Sua Igreja. Umpouco mais tarde Ele fala aos discípulos sobre uma questão que deveria serconsiderada antes da igreja sobre sua disciplina. Em Suas Palavras, Eleclaramente indica que a igreja então já existe. Então temos Sua promessa daigreja. A implicação clara em Suas próprias palavras do cumprimento daquelapromessa. O Novo Testamento relata sobre a igreja desde seu início por muitosanos e o testemunho da história mostra, com efeito, que a igreja de Cristo éuma instituição que existe somente desde o tempo de Cristo.

Se as palavras de Cristo em Mateus 16:18 significa alguma coisa, elas devemsignificar que a instituição que Ele prometeu era separada e distinta dequalquer instituição que antes teria existido no mundo, ou teria existidonaquele tempo. Mostraremos agora que os discípulos já estavamprofundamente familiarizados com a palavra “ecclesia” ou “igreja” e seusignificado. Mas Jesus indicou muito claramente que a instituição que Elepropôs seria uma nova igreja, distinta e a ser distinguida de todas as outras “ecclesias”porque seria SUA Igreja, construída sobre fundações inteiramente diferentes doque uma ecclesia existente naquele tempo.

Tendo determinado pelo Novo Testamento que Jesus começou uma igreja, vamosvoltar a uma breve consideração sobre a questão seguinte:

QUANDO JESUS COMEÇOU SUA IGREJA?

Esta se torna uma importante questão, em vistados ensinamentos heréticos tão disseminados em nossos dias. Várias heresiasmuito perigosas surgiram da teoria de que a igreja teria iniciado nos dias dePentecostes. Uma delas é a teoria da “Igreja Invisível”, que usa de modo pesadoa suposição Pentecostal. Então há a teoria tão amplamente promulgada por Dr. C.I. Scofield, Dr. James M. Gray do Instituto Bíblico Moody e outras, que aigreja foi formada no dia de Pentecostes pelo batismo do Espírito Santo e quecada crente se torna um membro da Igreja universal da mesma forma, por ter sidobatizado pelo Espírito Santo. Esta é realmente uma teoria muito absurda. Ela sebaseia principalmente sobre uma perversão de I Coríntios 12:13 e um exame docontexto da escritura é fatal para essa teoria. Dr. Scofield (em Síntese daVerdade Bíblica, p. 42) diz claramente sobre a igreja: “o corpo não podiacomeçar a existir antes da exaltação de Cristo e a descida do Santo Espírito”.Ele também vai longe dizendo que uma igreja antes da morte de Cristo seria umaigreja sem redenção. Isso é como dizer que nenhum dos discípulos foram salvosantes de Pentecostes!

Aqueles que não têm vontade de admitir a perpetuidade Batista lutamdesesperadamente para mostrar que a igreja não existia antes de Pentecostes.Nada mais ajusta sua teoria de uma igreja “invisível”.

Quais são, então, os fatos? Quando a igreja começou? Não usarei espaço paraentrar em detalhes, mas colocarei a resposta em uma frase: foi do materialpreparado por João o Batista que Jesus organizou e fundou Sua igreja durante osdias de Seu ministério pessoal aqui na terra.

Nessa crença não estou só. O Dr. L. R. Scarborough, presidente de um dosmaiores seminários teológicos no mundo, num artigo recente sobre o Padrãobatista é citado dizendo: “é certamente verdade que Cristo em seu próprioministério pessoal estabeleceu Sua igreja”.

Um longo capítulo poderia ser escrito para provar minha afirmação, mas devo merestringir a algumas razões. Primeiro, deixe-me perguntar eles jánão teriam todas as coisas essenciais necessárias a uma igreja antes dePentecostes? Vejamos:

1.  Eles tinham o Evangelho (Marcos 1:1).
2.  Eles eram crentes batizados. Os apóstolos foram discípulos de João,tendo sido batizados por ele (Atos 1:22) Sobre o batismo de João, sabemos queele veio do céu (João 1:33).
3.  Eles tinham uma organização. Tinham até um tesoureiro, embora tenha setornado desonesto.
4.  Eles tinham o mesmo chefe que a igreja de hoje tem: Cristo.
5.  Eles tinham a ordenança do batismo.
6.  Eles tinham a ordenança da Ceia do Senhor.
7.  Eles tinham a Grande Comissão.
8.  Eles se reuniam como igreja para orar, antes de Pentecostes.
9.  Além disso, elestiveram uma reunião de equipe e selecionaram alguém para substituir Judas. Numatentativa de desacreditar essa ação da igreja, Dr. Scofield (notas da BíbliaScofield) afirma que os discípulos erraram ao fazer isso. Ele afirma queDeus ignorou sua escolha chamando Paulo mais tarde para esse lugar e afirma quenão encontramos menção de Matias no Novo Testamento. Nisso ele capta umaaspersão não confirmada sobre a igreja do Novo Testamento. Além disso, suaafirmação sobre Matias não é verdade pelas Escrituras, pois num capítuloposterior (Atos 6:2-6), o Espírito Santo reconhece Matias como um apóstolomencionando-o como um dos doze. Dr. Scofield procura ajustar o incidente daseleção de Matias com sua teoria de que a igreja começara no dia de Pentecostese seu esforço somente revela como os homens podem ir longe para sustentar umateoria.

Novamente se mostra que a igreja existia antes de Pentecostes, pois sabemosnitidamente que Cristo cantou louvores no meio da igreja. Hebreus 2:12 diz: “Dizendo: Anunciareio teu nome a meus irmãos, Cantar-te-ei louvores no meio da congregação” (ACF).Essa passagem é citada pelo inspirado autor de Hebreus, a partir do Salmo 22. Aque incidente da vida de Cristo ele se refere? Em que ocasião Ele cantoulouvores no meio da igreja? Volte a Marcos 14:26 e você encontrará a ocasiãomencionada. Ela estava seguindo a instituição da ordenança ou a Ceia do Senhorque Jesus, no meio de Sua pequena igreja compartilhou com eles cantando umhino. Cristo cantando um hino no meio da igreja antes de Pentecostes transmite,sem dizer, que a igreja existia antes daquele tempo.

A ingenuidade exegética foi extraída para dar à passagem acima citada outrosignificado, mas permanece o fato que a interpretação que indiquei é a maissimples e a mais natural.

Em terceiro lugar, a igreja existia antes de Pentecostes,claramente mostrado em Atos 2:41, onde lemos que, no dia de Pentecostes “Desorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; enaquele dia agregaram-se quase três mil almas” (ACF). Já que eram crentesacrescentados pelo batismo, é bastante evidente que aonde eles foramacrescentados foi à igreja. Se eu dissesse a um amigo que recentemente euacrescentei duzentos reais à minha conta, ele entenderia a implicação de que eutinha uma conta anterior no banco antes do momento de depositar os duzentosreais. Uma igreja já necessariamente existia no dia de Pentecostes, ou nãohaveria como “acrescentar”. É inútil argumentar que os três mil foram meramenteacrescentados às fileiras de crentes e não à igreja, pois a mesma linguagem éutilizada no versículo 47, onde lemos: “louvando a Deus, e caindo nagraça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aquelesque se haviam de salvar” (ACF). Ninguém negará que “eles, no versículo47, se refere à igreja. De fato, a Versão Autorizada traduz “igreja” ao invésde “eles”. O versículo 47 indica a existência de uma igreja mais forte que oversículo 41? De fato não. Só aqueles em grave desespero para manter uma teorianegariam que os três mil batizados em Pentecostes foi acrescentados a umaigreja que já existia, pois é isto que a linguagem leva irresistivelmentealguém a concluir.

Novamente, leiamos as próprias palavras do Mestre, conforme registradas emMateus 18:17: “E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também nãoescutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano” (ACF). Ocontexto mostra que essas palavras foram dirigidas a Seus discípulos. Suaspalavras levariam alguém a crer que eles constituíam Sua igreja em seu estágioincipiente. De fato, a crença que os próprios apóstolos tenham sido osprimeiros membros da igreja está de exato acordo com I Coríntios 12:28, ondelemos: “E a uns pôs Deusna igreja, PRIMEIRAMENTE apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceirodoutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedadesde línguas” (ACF).

Pode-se especular e teorizar sobre Mateus 18:17 comoquiserem, mas ainda permanece não racional acreditar que Jesus se referia aalgo que os discípulos não entendiam ou que não existisse. Àqueles que aceitamessa passagem com seu valor nominal, parece conclusivo que a igreja já existiano tempo em que Jesus proferiu essas palavras.

Em quarto lugar, observemos que se a igreja não existisse antesde Pentecostes, então a Grande Comissão só teria sido dada aos discípulos comoindivíduos, consequentemente não atingindo a igreja. Sem querer conceber umaigreja antes de Pentecostes, Dr. C. I. Scofield assume essa posição. Em suaobra “Síntese da Verdade Bíblica” (p. 431), ele diz: “a igreja visívelnão está encarregada de qualquer missão – a comissão para evangelizar – apalavra é pessoal e não corporativa”. Se essa teoria é verdadeira, então aGrande Comissão estava sob a responsabilidade só dos apóstolos e, quandomorreram, a obrigação não foi passada a ninguém. Essa visão é tão absurdaquanto não escritural.

Não. Jesus deu a Comissão a Seus discípulos como competência corporativa. Ele aentregou a eles como igreja. Ele encarregou Sua igreja da tarefa deevangelização. Ele encarregou Sua igreja do dever de batizar e ensinar. Esabendo todas as coisas, Ele sabia que Sua igreja teria a continuidadeessencial para realizar Suas ordens.

Da mesma forma, observemos que, a menos que a igreja existisse antes dePentecostes, a Ceia do Senhor não seria uma ordenança da igreja. Se Ele a deusó a indivíduos, quando eles morreram, a ordenança morreu com eles. Não podemosacreditar nisso, à luz do relato de Paulo da instituição da Ceia, como dada emI Coríntios 11:26. Aqui, conforme o relato dado, Jesus claramente implicou queessa ordenança memorial deverá ser observada “...até que venha” (ACF).

E obviamente, se Jesus deu a Ceia Memorial àSua igreja, essa igreja devia estar existindo no tempo em que Ele a deu. Aquelemomento precedeu Pentecostes!

Fecho este capítulo citando Dr. Scarborough, no artigo antes mencionado. Eleresume admiravelmente os fatos sobre a fundação de Cristo de Sua igreja, nessaspalavras: “quando Ele ascendeu aos céus, Ele deixou à igreja alguns dos seusoficiais, os apóstolos, não para serem permanentes, por certo. Deixou suafundação da fé, suas leis de vida, suas ordenanças, sua Comissão, sua grandetarefa mundial, os termos e condições de admissão, o novo nascimento, baseadono arrependimento e na fé em Cristo. Ele deixou à igreja Seu grande temadinâmico central e o poder de Jesus crucificado, enterrado, ressurreto e Suavolta. Ele lhe deu a promessa do Santo Espírito. Após Sua ascensão, essa unidae crescente organização corporativa chamou e indicou oficiais para tomarem olugar de Judas – Atos 1:15-26. Este foi o ato da igreja. Então, no primeirocapítulo de Atos, encontramos Sua igreja bem organizada, já estabelecida sob oministério pessoal de Cristo e por Ele já encarregada da tarefa do evangelismo.E, através do Espírito Santo, ocorreu sua primeira grande reunião. Então, emAtos, no sexto capítulo, encontramos a organização completa pelo acréscimo dosdiáconos. Assim ela tem dois conjuntos de oficiais: pastores e diáconos, duasordenanças: batismo e Ceia, uma forma democrática de organização, como foimostrada na eleição de Matias para ocupar o lugar de Judas e a eleição dediáconos. A própria igreja era a autoridade sobre suas reuniões. Assim podemosver que no passar do tempo o próprio Jesus organizou Sua igreja e, sob adireção do divino Espírito Santo, os diáconos foram acrescentados à organizaçãoapós Pentecostes. Podemos nos mais altos sentidos afirmar que Cristo foi oorganizador de Sua igreja e autoridade e poder centrais.

“Jesse B. Thomas, em seu grande livro ‘A Igreja e o Reino’ estabeleceupara sempre a questão que a igreja enfatizou no Novo Testamento não é a igrejainvisível universal, mas um corpo local visível”. Haverá muitos dias antes queum homem inteligente possa até mesmo tentar responder a esse livro e ninguémrealmente conseguirá fazê-lo.

T.T Martin, em “AIgreja do Novo Testamento”.

“Não fui capaz de conseguir, após cinquenta anos de estudo da Bíblia,uma concepção da igreja como um grande eclesiasticismo nacional ouinternacional, abraçando todo o Cristianismo em todas as eras e países. Emminha mente não pode haver nada assim. A igreja invisível universal é para mimum absurdo. Nada, como eu entendo, se parece com uma igreja, exceto um corpolocal, auto governado de pessoas professamente regeneradas, organizadasconforme o Novo Testamento e agindo de acordo com a autoridade de Jesus Cristo,conforme ensinado e praticado por Seus inspirados apóstolos e autores”.

J. Calla Midyett, em “Registrosdo Oeste”.


 

III. O Tipo de Igreja que Jesus Construiu

Vimos que Jesus estabeleceu uma igreja e determinou, a partir doregistro do Novo Testamento que Ele o fez durante o período de Seu ministériopessoal na terra. Cabe a nós agora considerarmos a terceira questão: “Que tipode igreja Jesus fundou? O que Ele quis dizer quando afirmou: “Eu ...edificarei[construirei] a minha Igreja?” (ACF). Se todas as pessoasaceitassem o Novo Testamento sem tendenciosidade, preconceito ou noções eteorias preconcebidas, não haveria a necessidade de quaisquer diferenças deopinião quanto a isso. Infelizmente nem todos querem que o Novo Testamentopossa significar o que diz. O significado claro de “ekklesia” que Cristo usoupara designar Sua nova instituição, não se ajusta à teoria da igreja de alguns,então essas pessoas cunharam um novo significado para a palavra. Dessa forma,usando a palavra ekklesia num sentido não garantido, elas inventaramoutra “Igreja” diferente daquela que Jesus estabeleceu.

Roma, para justificar sua teoria, subestimou a diferença feita pelas Escriturasentre igreja e Reino e procura identificar a igreja que Jesus fundou, com aorganização hierárquica que hoje conhecemos como Igreja Católica Romana. Nopensamento católico, a “Igreja” é o Reino de Deus visível na terra e com elenão há igrejas, corpos separados, locais, independentes, mas um grande corpo,envolvendo todos, uma organização mundial, sob o domínio e controle papal. Damesma forma, encontramos o Cardeal Gibbons dizendo (em Fé dos Nossos Pais,p. 6): “A Igreja é chamada de Reino”. Em seguida ele continua mostrando que osmembros da Igreja Católica, embora muitos sejam, para usar suas própriaspalavras, “todos unidos a um Chefe supremo visível, a quem devem obedecer”.

Não preciso aqui tomar tempo para discutir a diferença entre igreja e Reino.Essa diferença é claramente expressa no Novo Testamento, como mostrarei nopróximo capítulo.

As teorias defendidas por várias denominações Protestantes (deve-se ter emmente que os Batistas não são Protestantes) são um pouco diferentes das dosCatólicos. Algumas dessas denominações, com os Católicos, repetem o Credo dosApóstolos e afirmam a crença na “Santa Igreja Católica”, mas ao mesmo tempo dãoàs palavras um diferente significado.

Os Protestantes concebem como desnecessário que Jesus tenha fundado eestabelecido uma igreja. E eles reconheceram o fato de que se essa igreja fosseum corpo local, visível, eles não poderiam ser membros da verdadeira igreja, afundada por Jesus, já que as organizações a que pertencem, sem exceção, foramoriginadas há centenas de anos, desde que Cristo estabeleceu Sua igreja.

Nessa situação, só duas coisas restam a fazer: admitir francamente suaorganização como não escritural e rival da igreja de Cristo ou ainda idealizaralguma teoria que justifique sua existência denominacional separada e que aindalhes permita ocupar um lugar na ekklesia de Cristo. A última alternativa é aúnica normalmente escolhida, pois tem havido muitas teorias. Uma dessas é àsvezes chamada de teoria do “ramo da igreja”. É a teoria que todas as váriasigrejas Protestantes são somente “ramos” da verdadeira igreja. Ela envolve aideia de que todos são chefiados pelo mesmo local, todas são parte e parcela damesma coisa, a Igreja de Cristo. Porém, essa teoria de igreja “ramo” produzimediatamente a embaraçosa questão de identificar o tronco da árvore igreja àqual as denominações “ramos” pertencem. Eu uso a palavra “embaraçosa”, erealmente é embaraçosa, à luz do fato histórico de que todas as grandesdenominações Protestantes (lembrem-se novamente que os Batistas não sãoProtestantes) “se desligaram” direta ou indiretamente da Igreja Católica.

Da teoria acima mencionada Dr. R. L. Baker diz habilmente: “A teoria da igrejaramo tem um grande lugar no pensamento popular. É indefensável, não escriturale até impensável. Plante uma melancia e deixe seus ramos se desenvolverem emvárias direções; em um ramo cresce uma abóbora, em outro um melão, em outro umlimão e assim por diante até termos os vários ramos todos cobertos por umamistura de melões. Quem diria que isso não seria uma loucura da natureza, umareal monstruosidade? Porém esse é o raciocínio mediano de hoje, entre o povo dateoria dos ramos. Digam isso à igreja e ela dificilmente funcionaria nessamaravilhosa monstruosidade”.

Mas a teoria mais comumente confiável, por aqueles que pertencem a instituiçõesapócrifas e não querem admitir a verdade das afirmações Batistas, é a teoria daIgreja Universal e Invisível. Essa teoria, que usa truques exegéticos e empregaargumentos capciosos e minimiza a importância das verdadeiras igrejas deCristo, é uma teoria que foi e tem sido uma maldição à causa de Cristo. É umadas mais difundidas e nocivas heresias de nossos dias e ainda, estranho dizer,sem fundamento e contrária ao senso comum, ao ser submetida a rígidoescrutínio. A teoria tem variações, mas na essência, seus defensores mantém quea igreja mencionada em Mateus 16:18, aquela que Jesus disse que iria construir,não era a assembléia local, mas consistia de todos os crentes de cada igreja(ou de nenhuma igreja, se for o caso) de todos os lugares. Segundo essa visão,alguém se torna um membro dessa igreja automaticamente quando se torna Cristão.

Para crer nisso, precisa-se acreditar que existe hoje duas igrejas lado a lado:uma local e visível, consistindo de homens e mulheres organizados para realizaras ordenanças de Cristo e a outra, invisível e não encarregada de qualquertrabalho ou missão. Além disso, isso envolve que essas igrejas tenham umamembrania diferente, já que alguns presumivelmente pertencem à Igrejauniversal, invisível que nunca se reuniu com o corpo local e visível. Nãoapenas isso, também torna Cristo o autor das duas igrejas, a menos que neguemostotalmente que Ele seja o Fundador e Chefe da igreja local visível.

Deveria estar claro a todos que há muita coisa envolvida no significado deMateus 16:18 e na resposta correta à questão “Que Tipo de Igreja JesusConstruiu?”

Se a igreja que Jesus prometeu fosse “universal e invisível”, a afirmaçãoBatista da perpetuidade seria absurda e o produto de uma duvidosa arrogância.Sendo isso verdade, a afirmação Batista à perpetuidade da igreja permanece oucai segundo o significado de ekklesia em Mateus 16:18 e outras passagensdo Novo Testamento.

Após cuidadoso estudo de todas as passagens em que a palavra ekklesiaocorre no Novo Testamento e na Septuaginta e, apósexaminar para determinar o uso da palavra no grego clássico, eu submeti a propostade que a igreja que Jesus fundou era a assembléia local e que usar a palavra ekklesiapara designar uma Igreja “universal” ou “invisível” é perverter seu significadoe cometer um erro sério.

Percebo totalmente que simplesmente fazer a afirmação rasa registrada acima nãoé o bastante. Claro, é necessário provar. Mas acredito que uma prova amplapossa ser produzida para satisfazer qualquer mente aberta à verdade.

Já que a validade da crença Batista na perpetuidade de suas igrejas se articulacom o tipo de igreja que Jesus estabeleceu, parece aconselhável lidar com aquestão, e até certo ponto com detalhes. Creio que o leitor me perdoará separeço gastar um tempo indevido com este ponto. É porque a questão do tipo deigreja que Jesus fundou é absolutamente fundamental à discussão sobre aperpetuidade da igreja. Se a igreja que Jesus estabeleceu fosse uma assembléialocal, as igrejas que tiveram uma continuidade de existência desde os dias deJesus, seriam simplesmente inatacáveis. Tenho várias razões a oferecer sobrepor que acredito que a igreja fundada por Jesus seja uma assembléia local evisível.

Minha primeira razão é que o significado da palavra “ekklesia” usada em Mateus16:18 leva irresistivelmente a pessoa a crer no sentido de assembléia local. Defato, a localidade está inserida dentro da palavra, assim sendo realmenteimpróprio qualquer pessoa falar de assembléia “local” ou “visível”, já que oúnico tipo de assembléia que pode existir é local e visível. Neste livro eu sóuso os termos “local” e “visível” por causa da falha da parte de muitos emreconhecer a verdade: que não pode haver ekklesia ou assembléia em qualquerlugar, sem um lugar para se reunir. Utilizando esses termos tão comumenteusados, espero ser mais bem compreendido, embora perceba que fazê-lo significausar mais tautologia.

O argumento mais forte contra a “teoria universal, invisível” é o corretoentendimento do significado da palavra ekklesia ou igreja. De fato,fazer um estudo da palavra à luz do seu uso no tempo de Cristo e anterior é verquão impossível e absurdo é a crença numa “Igreja Universal e Invisível”. Usara palavra, conforme usada por Jesus em Mateus 16:18, se referindo a outra quenão à assembléia local, é anexar um significado à palavra totalmente estranha àsua natureza e completamente fora de harmonia com seu uso comum.

Vamos considerar brevemente a palavra em relação a seu significado no usoclássico e no Novo Testamento: a palavra ekklesia, tornada “igreja” nasversões inglesas, não era uma palavra nova cunhada por Jesus, mas uma palavrajá de uso corrente naquele tempo e, além disso, uma palavra cujo significado setornou definitivamente fixo e estabelecido. Sendo esse o caso, pareceriaaltamente improvável que Jesus, falando aos discípulos, usaria a palavra emcerto sentido geral estranho ao seu uso corrente e isso sem uma única palavrade explicação. Como colocou certo autor, “seria ingenuidade um professor, semuma palavra de explicação, usar palavras a seus alunos com um sentidocompletamente diferente daquele que eles possam entender”. Dr. Jesse B. Thomasdiz em seu livro “A Igreja e o Reino”: “nenhuma dificuldade como essaresponde à construção da linguagem. Ela simplesmente supõe que nosso Senhor,consistente Consigo mesmo e com os usos comuns do discurso, supondo que Aquelea quem ‘opovo comum ouvia com alegria’ não usaria sempre palavras numsentido estranho que deixaria inevitavelmente perplexo e mal conduzido o homemcomum“.

O que, então, perguntamos, a palavra significa, se entendida por uma pessoadaquele tempo? Diz o Dr. Geo. W. McDaniel (As Igrejas do Novo Testamento):“tanto para gregos quanto para judeus, a palavra denotava uma assembléia depessoas. Entre os gregos, ekklesia era a assembléia de cidadãos de umacidade-estado livre, ali levados por um arauto tocando um chifre pelas ruas deuma cidade”. Dr. Thomas diz em outro lugar: “era a assembléia organizada devotantes autorizados de uma comunidade local, reunidos para resolver questõesde interesse comum. Correspondia à reunião da cidade da Nova Inglaterra dosúltimos dias”. Liddell e Scott (Léxico Grego) definem assim a palavra ekklesia:“uma assembléia de cidadãos convocados pelo apregoador, ou a assembleialegislativa”. Novamente Dr. B. H. Carroll diz: “seu significado primário é: umaassembléia organizada, cujos membros foram adequadamente chamados em seus larespara o trabalho de atender a negócios públicos. Essa definição implicanecessariamente em condições prescritas de membresia. Esse significado seaplica substancialmente da mesma forma que para ekklesia de um Estado gregoautogovernado (Atos 19:39) a ekklesia no Velho Testamento ou àconvocação da nação de Israel (Atos 7:38) e a ekklesia do NovoTestamento. Quando nosso Senhor diz: ‘sobre esta pedra [Rocha] edificarei[construirei] a minha ecclesia [igreja],’enquanto o ‘Minha’ distinguiu de Sua ekklesia da ekklesia doEstado grego e da ekklesia do Velho Testamento, a própria palavranaturalmente retém seu significado comum”. (Ecclesia, a Igreja).

Portanto, já que ekklesia, em seu significado aceito traz consigo aideia de localidade e organização, fazer referência à assim chamada igreja“universal, invisível”, não possuindo nem localidade nem organização, éviolentar a palavra e usá-la com um sentido puramente arbitrário.

“Mas”, alguém contradiria, “o uso real de ekklesia em certas passagensdo Novo Testamento não indicaria um uso mais amplo que designar uma assembleialocal organizada?” Como resposta, pode-se dizer que no uso Cristão do termohavia três ideias: uma instituição, uma congregação específica e os redimidosde todos os tempos considerados à luz de uma igreja em projeto. Em cada casoonde a palavra for usada não há nada que argumente contra o uso geral. Paradetalhar: a palavra é usada quatorze vezes denotando uma instituição. Quandousada dessa forma, ela é, segundo Dr. Carroll, usada em sentido abstrato ougenérico. “Seguem”, ele diz, “as leis da linguagem que governam o uso daspalavras. Por exemplo: se um funcionário de Estado inglês, se referindo aodireito de cada indivíduo de ser examinado por seus pares, diria: ‘sobre estarocha a Inglaterra construirá seu júri e todo o poder da tirania nãoprevalecerá contra ela’, ele usa o termo júri no sentido abstrato, isto é, nosentido de uma instituição. Mas quando essa instituição encontra expressãoconcreta ou se torna operacional, é sempre um júri de doze homens e nunca umajuntamento de todos os júris em um grande júri”.

Então ele cita Mateus 16:18 como um exemplo do uso abstrato de ecclesia. Elecita Mateus 16:17 como um exemplo do uso genérico da palavra. Então eleacrescenta essas palavras: “Quando o abstrato ou genérico encontra umaexpressão concreta ou assume uma forma operacional é sempre uma assembleiaparticular”.

Para nós é permissível usar a palavra “igreja” de modo abstrato, como Jesus fezao denotar a instituição que Ele fundou. Mas, como Dr. Carroll indica, quandocomeçamos a particularizar, devemos, segundo as verdadeiras leis da linguagem,nos referir a uma assembleia particular de crentes batizados em Cristo. Assimpodemos ver que o uso abstrato ou genérico da palavra não tem, no fundo,diferença de significado do seu uso para denotar uma assembleia particular. E épara denotar um corpo local particular de crentes que a palavra é mais usada.De fato, em conta real, noventa e três vezes em pouco mais de cem vezes que apalavra ocorre no uso Cristão.

E agora vamos à Terceira ideia contida no uso Cristão de ekklesia, istoé, seu uso para denotar os redimidos de todos os tempos, considerados à luz de umaigreja projetada. No mínimo duas passagens parecem usar ekklesia nessesentido e essas duas de modo algum militam contra o uso geral, já que essa éuma assembleia que existe só na proposta. Dr. Carroll afirma todo o caso deforma bem clara nesse livreto, assim: essa ekklesia é projeto e nãoreal. Para dizer, não há nada agora além do que será uma assembléia geral dopovo de Deus. Essa assembleia geral será composta de todos os redimidos detodos os tempos. Aqui há três fatos indisputáveis e muito significativos sobrea assembléia geral de Cristo: “primeiro, muitos dos seus membros adequadamentechamados agora estão no Céu. Segundo, muitos outros entre eles, tambémchamados, estão aqui na terra. Terceiro: milhões indefinidos dentre eles,provavelmente a grande maioria, ainda a serem chamados, não estão nem na terranem no céu, porque ainda não nasceram e, portanto não existem. Então, se umaparte da membresia está agora no Céu, outra parte ainda não nascida, aqui estãocomo não reunida em assembleia, exceto em projeto. Podemos, porém, falarcorretamente agora sobre a assembleia, porque, embora parte dela ainda nãoexista e, embora não tenha havido uma reunião das outras duas partes, a menteainda pode conceber esse ajuntamento como um fato realizado. Nos planos epropósitos de Deus, a assembleia geral existe agora e também em nossasconcepções e antecipações, mas certamente não como um fato”.

 Citei Dr. Carroll até certo ponto na íntegra porque esse livreto é um dosexames mais saudáveis, mais cuidadosos e didáticos da igreja do Novo Testamentoque já foi escrito. Muitos homens estudiosos concordam plenamente com suaposição aqui delineada. Por exemplo, Dr. J. G. Bow, em sua obra “Em Que osBatistas Acreditam” escreve: “A assembleia geral e a igreja dos primeirosnascidos – essa última será evidentemente local quando eles tiverem sereunido”.

Uma segunda razão segundo Mateus 16:18 se referindo à assembleia local e não à“Igreja Universal”, é que o uso do próprio Cristo da palavra nos proíbe deacreditar que Ele tenha significado algo mais. Suponha que alguém ouça umpalestrante usar certo termo, cujo significado pareça duvidoso. Mais tarde, emsua fala, o palestrante usa a mesma palavra, no mínimo certo tempo depois e demodo perfeitamente claro em relação ao significado. Seria inteligente julgarque ele quis dizer algo totalmente diferente no seu primeiro uso da palavra dasvinte vezes que ele usou depois? Ou seria parte do senso comum interpretar osignificado ligado ao primeiro uso do termo, à luz do seu uso subsequente? Essailustração expõe a exata situação em relação à interpretação de Mateus 16:18.

Por razões de argumentação, vamos dizer que estejamos em dúvida sobre o queCristo quis dizer por “igreja” na passagem acima mencionada, a primeira em queo termo ocorreu. Vejamos em outros lugares em que Ele usa a palavra e vejamos oque Ele queria dizer lá. Encontramos em seguida, após cuidadosa pesquisa, queEle usou a palavra ekklesia ou igreja vinte e uma vezes. Seguindo oprimeiro lugar em que Igreja é mencionada, encontramos que o próximo e últimolugar em que igreja é mencionada nos Evangelhos, é Mateus 18:17, onde Jesusdiz: “Dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja...” (ACF). Afirmar que Jesus está falando aqui de uma “IgrejaUniversal Invisível” seria mergulhar no absurdo, já que seria impossível paraum membro da igreja levar um assunto diante de uma “Igreja UniversalInvisível”, desorganizada, não possuindo localidade. Jesus claramente mencionouuma assembleia local. Nada mais se ajustaria a esse caso.

Os outros exemplos em que Cristo usou a palavra ekklesia estão emApocalipse. Exemplos estão a seguir: “Escreve ao anjo da igreja deÉfeso.” “Ouça o que o Espíritodiz às igrejas:” “As sete igrejas” (ACF),etc. Com referência ao último exemplo, Sir William Ramsey, um estudioso derenome mundial, afirma que as sete igrejas mencionadas eram igrejas reais,locais, que existiam naquele tempo. Em cada uma das vinte e uma vezes que Jesususou ekklesia, subsequente à sua menção registrada em Mateus 16:18, Elese referiu clara e indubitavelmente à assembleia local. Como observa Dr. T. T.Eaton, comentando essa questão: “A probabilidade é de vinte uma contra nenhumaque Ele tenha desejado mencionar a assembleia local em Mateus 16:18. Aprobabilidade de vinte e uma a nenhuma é uma certeza. Portanto é certo queCristo tenha se referido à assembleia local quando disse: ‘Sobreesta pedra edificarei a minha igreja’” (ACF).

Novamente, uma terceira razão para acreditarque Mateus 16:18 se refira à assembleia local é que Cristo prometeu construirsomente um tipo de igreja. Ele nunca expressou de qualquer forma que Elefundaria a assembleia local e também uma “Igreja Universal e Invisível”,composta dos remidos de todas as assim chamadas igrejas. Consequentementequando vamos ao livro de Atos e às Epístolas e encontramos assembleias locaisde crentes se espargindo aqui e ali, imediatamente identificamos essas com aigreja da qual Cristo falou. Fazer de outro modo seria supor que algo mais veioa existir diferente da instituição que Jesus prometeu.

Uma quarta razão para acreditar que a igreja mencionada por Jesus seria aassembleia local é que a teoria da “Igreja Universal Invisível” não apenas nãoé escritural, mas segundo a história é pós apostólica em sua origem. Harnak, ohistoriador da igreja, em sua obra “História do Dogma”, esclarece isso.Ele diz: “a expressão Igreja Invisível é encontrada pela primeira vez emHegessips, Eusébio, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Hiero, Cornélio eCipriano, todos usaram o termo santas igrejas e nunca Igreja Católica ouUniversal”. Novamente, no Vol.2, p. 83, ele diz: “ninguém pensou na desesperadaideia de uma ‘Igreja Invisível’. Essa noção provavelmente surgiu após um lapsode tempo mais rapidamente que a ideia da Santa Igreja Católica”.

Uma quinta razão para acreditar que Jesus fundou a assembleia local é que aassembleia local não só é o único tipo de assembleia que pode existir. É oúnico tipo a que Jesus confiou a Comissão e as Ordenanças. O principalpropósito de Cristo ao formar Sua igreja foi para que ela pudesse alcançar osperdidos com o evangelho e então pudesse reunir os salvos, ensinando-lhes etreinando-os em todas as coisas que Ele ordenou. As funções de uma igreja,conforme projetada por Jesus só pode ser realizada por uma assembleia local.Uma “Igreja Universal Invisível” composta por um ajuntamento desorganizado de“membros de todas as igrejas”, é, do ponto de vista funcional, simplesmenteinconcebível.

Novamente, quando Cristo prometeu a igreja, Ele prometeu que “Asportas do inferno não prevalecerão contra ela”(ACF). Uma leve diferença de opinião para o significado exato de “portas doinferno” não obscurece o fato que Jesus quis dizer que Sua igreja teriainimigos e encontraria oposição. A história dos Batistas que foramaprisionados, martirizados, levados para covis e cavernas da terra, mostra queSua igreja teve que lutar com as forças organizadas do mal. As igrejas Batistaspodem ser e têm sido perseguidas, mas uma “Igreja Universal Invisível” não podeser. Os homens não podem perseguir algo invisível. A promessa de Cristo seriasem sentido se aplicada dessa forma.

Uma sexta razão que a si mesma sugere é: a concepção de uma “Igreja UniversalInvisível” usurpa o lugar reservado no Novo Testamento ao Reino de Deus. Os quedefendem essa teoria praticamente identificam igreja e reino. Isto estátotalmente fora de equivalência com as Escrituras, pois elas fazem umadistinção clara entre as duas, como se mostrará no próximo capítulo.

Quando penso ao longo dessas linhas que tentei conduzir o pensamento do leitore sou levado a ver a falta de qualquer tipo de fundamento para a teoria de uma“Igreja Universal Invisível”, posso sinceramente me unir ao Dr. J. Lewis Smithao dizer: “Eis aí, então a inevitável e irreversível conclusão: essa ideia deIgreja Católica ou Universal, assim como da Igreja Invisível são coisas criadaspelos homens e, quando digo: acredito na santa Igreja Católica, estou colocandoum filamento de imaginação – uma quimera – um termo impróprio acima da ideiareal de igreja local que o próprio Cristo usou e cujas igrejas Ele construiu eàs quais Ele confiou Sua Grande Comissão e Suas Ordenanças, Batismo e Ceia doSenhor”.

“O ensino popular de que todos os salvos compõem a igreja de Cristo é umateoria feita pelo homem, sem prova Bíblica”.

“Reconhecemos cada pessoa salva como irmão ou irmã, mas nem todos os salvoscomo membros de uma igreja evangélica”.


J. T. Moore, em “Por Que eu Sou um Batista”.


 

IV. A Família, o Reino e a Igreja de Deus. Diferenciados

Quando alguém estabelece a afirmação Batista da perpetuidade etenta demonstrar que só as igrejas Batistas podem ter Jesus como Fundador eChefe, há sempre aqueles que imediatamente saltam para umaconclusão deuma suposta afirmação Batista de que ninguém é salvo além dos Batistas. Elesusam a ideia de que os Batistas lhes negam um lugar no reino e na família deDeus. Isso essaerrônea suposição é inevitavelmente verdadeira entre eles. Longeesteja de que algum verdadeiro Batista afirme que alguém deva ser um Batistapara ser salvo. De fato, eles acreditam justamente o contrário, pois,segundo sua visão, a pessoa deve ser salva antes de se tornar Batista. E emrelação ao reino e à família de Deus, os verdadeiros Batistas são membros deambos antes mesmo de se tornarem membros de uma igreja Batista. Se não, não seajustariam demodo a pertencerem à igreja local, pois ainda não são salvos. Ascoisas que eu disse em capítulos anteriores concernentes à igreja nada têm aver com a membresia de alguém na família de Deus ou em Seu Reino, pois aigreja, a família e o reino são três coisas separadas e distintas. Por causa daconfusão que reina em tantas mentes sobre esse ponto, pensei valer a penadedicar um capítulo inteiro à discussão das diferenças entre os três.

Enquanto considerava em como apresentar melhor minhas ideias para este capítuloe lia o que outros escreveram sobre o assunto, tive contato com um antigo tratando o assunto epublicado há alguns anos por H. Boyce Taylor, editor de Notíciase Verdades. O tratado é uma declaração muito clara e concisasobre as diferenças entre o reino de Deus, a família de Deus e a igreja deDeus, tanto que não podia fazer melhor do que apresentá-lo. Fiz apenas algumasmudanças para adaptá-lo ao uso atual. Convido o leitor a ponderar muitocautelosamente sobre as distinções feitas e verificá-las a partir dasEscrituras.

AS DIFERENÇAS ENTRE: A Família de DEUS, O Reino de DEUS e a Igrejade DEUS. – por H. Boyce Taylor.



1.
A FAMÍLIA DE DEUS.

“Doqual toda a Família nos céus e na terra toma o nome” (ACF).Em Efésios 3:15, Paulo fala de ‘toda a família nos céus e na terra.’ Essafamília inclui todos os crentes. ‘Porque todos sois filhos de Deus fé emCristo Jesus’. Gálatas 3:26 (ACF). Todos os crentes são filhos de Deus. Desde oVelho Testamento, os santos eram salvos pela fé em Cristo (Atos 10:43, Romanos4:16, etc.) e são todos membros da família de Deus.

A família de Deus é maior que o reino de Deus ou a igreja de Deus, pois elaagora contém todos os salvos desde Abel até o último homem que acreditar, nocéu ou na terra. Deus tem apenas uma família. “Todos os crentes são filhos eherdeiros de Deus”.



2.
 O REINO DE DEUS.

O Reino de Deus inclui todos os salvos na terra em qualquer tempo. EmMateus 13, o reino é usado para incluir todos os professos. Mas o Reino, usadoem João 3:3-5, Mateus 16:19, 11:11, Lucas 16:16, Romanos 14:17, Colossenses1:13, João 18:36, etc. é composto de todos os nascidos novamente na terra.Este não é o reino de Daniel 2:44, Lucas 19:11-27, Atos 1:6, etc. Essaspassagens se referem ao milênio. Esse reino ainda é futuro. O que às vezes échamado de reino espiritual é composto apenas dos que voltaram a ser de novo,que foram transferidos das trevas para o reino de Seu Filho amado’. Em João3:3-5, o Mestre disse: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino deDeus” (ACF). Em Mateus 18:16 e Marcos 10:13-15, o Mestre mostra muitoclaramente que o reino é composto somente dos que O receberam, crianças ouadultos”.

“A família de Deus inclui todos os salvos de todas as eras, seja no céu como naterra. O reino de Deus inclui a parte da família de Deus que está naterra AGORA”.



3.
A IGREJA DE DEUS.

“A Igreja de Deus nunca é usada como instituição, exceto como uma assembleiaou congregação de crentes batizados em alguma dada localidade”. Exemplo: “À igreja de Deus queestá em Corinto”. – I Cor. 1:2 (ACF).

A igreja individual e local é o único tipo de igreja que Deus tem nessaterra hoje. Só há uma família de Deus, composta de todos osremidos de todas as épocas no céu e na terra. Só há um reino de Deus,composto de todos os nascidos novamente na terra agora. Há milhares deigrejas de Deus na terra. Cada igreja Batista individual é uma igreja de Deus.Não existem outras. Quando um homem nasce de novo ele nasce na família de Deus.Ele passa a ser da família de Deus para sempre. O relacionamento não muda. Sejano céu ou na terra ele está na família de Deus. Quando ele nasce de novo eletambém entra para o reino de Deus. Esse relacionamento é para toda a vida.Quando ele morre, passa do reino de Deus sobre a terra e entra em ‘Seu reinocelestial’ (II Timóteo 4:18). Depois de nascer de novo ele ainda não está numaigreja de Deus, mas agora é um sujeito em conformidade com as escrituras paraadmissãonuma igreja de Deus. ‘E todos os diasacrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de o salvar’ (Atos 2:47 - ACF). A membresia da igreja não era algo queum homem conseguisse com sua salvação, mas uma benção subsequente que eleconsegue, após sua salvação, por ser acrescentado a uma igreja. O batismo não éessencial à admissão à família de Deus nem ao reino de Deus. Mas o batismo éessencial à admissão a uma igreja de Deus. Os homens são nascidos de novodentro da família de Deus e dentro do reino de Deus, mas são batizados numaigreja de Deus (I Cor 12:13). O ‘um corpo’ mencionado por Paulo em I Cor 12:13era a igreja de Deus em Corinto. Observe em I Cor 12:27 (ACF) onde ele diz: “Ora,vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”. Essa igreja local em Corinto era o corpo de Cristo emCorinto. Os membros da igreja em Corinto pertenciam ao único ‘um corpo’ deCristo. Aquele corpo de Cristo provavelmente não contivesse todos os salvos deCorinto (I Cor 1:2) e nenhum dos salvos de qualquer outro lugar, exceto deCorinto. Já que pertenciam somente a ‘um corpo’ e aquela era a igreja local deCorinto, Cristo não tinha outro tipo de igreja ou corpo exceto uma igrejalocal. Se eles pertenciam a uma igreja local em Corinto, que Paulo dizia ser ocorpo de Cristo, e então ao tipo de igreja em que alguns acreditavam, compostapor todos os salvos de qualquer lugar, eles pertenceriam a duas igrejas oucorpos de Cristo: um local e visível e o outro, universal e invisível. ONovo Testamento jamais mostrou algo tão confuso quanto isso. Deus não é oautor de tamanha confusão. Jesus Cristo somente tem um tipo de igreja ou corponesta terra e ela é a assembleia local, o corpo organizado de crentes batizadosnuma dada comunidade. A igreja que Paulo chamou de ‘casa de Deus’ era uma igreja local. A igreja que Paulo disse ser ‘acoluna e firmeza da verdade’ (I Timóteo 3:15- ACF) era uma igreja local. A igreja a que Jesus prometeu perpetuidade (Mateus16:18) era uma igreja local, pois Ele nunca falou de qualquer outro tipo. Osignificado da palavra ekklesia não permite outro tipo. Aqui deixamosoutras pessoas mais competentes do que este autor falarem.

O Prof. Royal, do Colégio Wake Forest, da Carolina do Norte, que ensinou grego aoProf. A. T. Robertson do Seminário de Louisville e ao Prof. C. B. Williams,quando indagado sobre o que sabia de um exemplo em grego clássico onde ekklesianunca fora usado sobre uma classe de ‘pessoas não reunidas’, ele disse: “nãoconheço qualquer passagem assim em grego clássico”. Concordam com essaafirmação os Professores Burton, da Universidade de Chicago, Stifler, daCrozer, Strong de Rochester e muitos outros estudiosos. Joseph Cross(Episcopalista), num livro de sermões intitulado “Carvões do Altar”, diz:“ouvimos muito sobre a igreja invisível contradizendo a igreja visível. Sobreuma igreja invisível neste mundo não sei nada, a Palavra de Deus não diznada nem pode haver nada desse tipo, exceto no cérebro de um herético. Aigreja é um corpo; mas que tipo de corpo não pode ser visto nem identificado?Um corpo é um organismo que ocupa espaço com localidade definida. Um meroagrupamento não é um corpo. Deve haver uma organização. Um monte de cabeças,mãos, pés e outros membros não compõem um corpo. Eles devem estar unidos numsistema, cada um em seu local adequado e todos impregnados por uma vida comum.Assim uma coleção de pedras, tijolos e tábuas não seriam uma casa. O materialdeve ser construído junto numa ordem artística, adaptada à unidade. Assim umamassa de raízes, troncos e ramos não formariam uma vinha ou uma árvore. Asvárias partes devem se desenvolver conforme as leis da natureza a partir damesma semente e nutridas pela mesma seiva”. Exatamente assim – AMÉM e AMÉM.

Os membros de um corpo despedaçado num campo de batalha não são um corpo. Omaterial de uma casa, nos bosques ou em nas pedreiras, não é uma casa. Osmembros, e esse material, devem ser colocados no lugar antes de se ter um corpoou uma casa. Da mesma forma os salvos não são uma igreja, a menos que sejamreunidos e organizados ou construídos num corpo ou casa de Deus. Não há nempode haver essa instituição de igreja universal, invisível nesta terra,composta por todos os salvos, porque o material nunca foi reunido e construídocomo uma casa ou corpo.

Quando o Senhor Jesus e Paulo falaram sobre os crentes batizados de um grandeterritório, ao invés de uma igreja local, eles sempre mencionaram a palavra“igrejas” (plural). Não havia confusão em sua fala, embora haja muita confusãono pensamento moderno sobre essa questão.

Mais uma vez tentamos esclarecer a distinção. A família de Deus é composta portodos os salvos no céu e na terra. Os santos do Velho Testamento e bebês quemorreram na infância estão na família de Deus. Eles não estão agora nem estavamno Reino ou em qualquer igreja de Deus.

Todos os crentes na terra em qualquer momento desde os dias de João o Batista(Lucas 16:16) compõem o reino de Deus. Não há crianças ali. Todos osverdadeiros crentes, ...Batistas ou não, membros de igrejas na terra estão noreino. Pois, se forem verdadeiros crentes, eles nasceram novamente.Somente crentes batizados ou Batistas são membros das igrejas de Cristo.



“Não apenas Cristo prometeu estar com Sua ekklesia até o fim do mundo,quando Ele deu a Comissão, mas quando Ele estabeleceu a Ceia Memorial e aentregou à Sua igreja, Ele disse: ‘...fazei isto em memória de Mim’ [Lucas 22:19b –ACF]. Agora, se fazer alguma coisa é ser perpetuado,quem fez deve ser perpetuado. Essa é uma proposição auto evidente”.

W. D. Nowlin, em “Registros do Oeste”.


V. A Promessa do Mestre

Nos capítulos anteriores eumostrei que Jesus, durante o período de Seu ministério pessoal, organizou einiciou Sua igreja. Também mostrei que a igreja que Ele iniciou não era algoeterno, invisível, universal, desorganizada sem função ou missão, mas era umaassembleia local e a ela foi confiada a maior tarefa jamais concedida aqualquer instituição nesta terra.

Assim, a igreja tendo existência e tendo em mente uma ideia clara sobre o tipode igreja que existia, estamos prontos para a próxima questão proposta noinício, isto é: Jesus prometeu sua perpetuidade?

Inquestionavelmente Ele o fez.

Na mesma passagem, onde pela primeira vez o Senhor mencionou a igreja,encontramos a promessa que “E as portas do inferno não prevalecerãocontra ela”(ACF).

Ninguém poderá negar que essas palavrasconstituem uma promessa da perpetuidade da igreja. Dr. J. W. Porter diz (ODébito do Mundo aos Batistas): “se essas palavras ensinam alguma coisa,ensinam que as igrejas, instituídas por Cristo e os apóstolos nunca morreriam,mas se reproduziriam e se multiplicariam e se perpetuariam até o fim dostempos”. Sobre a passagem “E as portas do inferno não prevalecerãocontra ela” (ACF). “Dr. Nowlin diz (Fundamentosda Fé) que se referem sem dúvida à sua indestrutibilidade”.

Mas, se formos levados a depender muito do aqui referido, perguntemos: há algonas Escrituras que nos garantiria crer o que Cristo quis dizer com perpetuarSua igreja? A resposta é: encontramos abundantes evidências disso. Vejamosalgumas das provas:

Primeira, o Reino de Deus, como todos concordaremos, deve ser perpetuado “...Osreinos do mundo vierem a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo... (Apocalipse 11:15 - ACF). Em Lucas temos essa afirmação: “...Seureino não terá fim”. (Lucas 1:33 - ACF).Como, perguntemos, deve o reino de Deus ser estendido e avançado no mundo? Aresposta é: pela igreja que Jesus fundou. Os homens chegam ao reino de Deustendo nascido para ele. Esse nascimento espiritual ocorre pela fé pessoal noFilho de Deus como Salvador. É a igreja que prega as Boas Novas do Filho deDeus. Através da mensagem da igreja os homens ouvem, acreditam e renascem parao reino de Deus. Assim a igreja permanece na posição de uma agência derecrutamento para o reino de Deus, já que ninguém entra no reino, exceto seouvirem e acreditarem no evangelho, que foi preservado e é proclamado pelaigreja.

Assim, em resumo afirmamos isso dessa forma: a Bíblia ensina que o reino deDeus deve ser perpetuado. Mostra que a igreja é a instrumentalidade divinamenteproposta por Cristo para o avanço e perpetuação do reino. Sendo isso verdade, oensino da Bíblia da perpetuidade do reino envolve como assunto de fé, aperpetuidade da agência através da qual o reino deve ser perpetuado, isto é, aigreja.

Novamente, quando Cristo concedeu a Grande Comissão a Seus discípulos, como foimostrado, Ele não se dirigiu a eles simplesmente como discípulos, mas comoindivíduos que constituiriam Sua igreja.

À Comissão ele acrescentou a promessa: “E eis que eu estouconvosco todos os dias, até a consumação dos séculos” [Mateus 28:20b – ACF]. Expressamente, se a igreja dequalquer tempo deixasse de existir, a promessa de Cristo se tornaria de efeitonulo. Estar sempre com a igreja, ou mais adequadamente, “...todos osdias”, necessariamente significa que deve haver sempre, a cada dia, atéo fim dos tempos, a existência da igreja a quem a promessa foi outorgada!

Então, novamente, todas as grandes denominações, até onde conheço, concordamque a Ceia do Senhor é uma ordenança da igreja. Agora, quando Jesus instituiu econcedeu essa ordenança para Sua igreja observar, Ele disse: “Fazeiisto em memória de Mim, tão frequentemente quanto possível, comei desse pão ebebei desse cálice, que lembram a morte do Senhor ATÉ QUE ELE VOLTE” [Obs: I Coríntios 11: 26].Certamente, se o cumprimento disso deve ser perpetuado, os executores devemtambém ser perpetuados. Se a observância da Ceia do Senhor deve ser perpetuadaaté a volta de Cristo, então obviamente a igreja a quem Ele deu a ordenançadeve, na verdadeira natureza do caso, ser também perpetuada. Não há escapatóriapara essa conclusão!

“Qualquer igreja cuja origem ocorreu nos tempos medievais ou modernos não é aigreja que Cristo estabeleceu, pela simples razão de que não existia quandoCristo estabeleceu Sua igreja e não veio a existir por longo tempo depois”.

W. M.Nevins, em “Por Que um Batista e não um Católico Romano”.

“Emmuitos exemplos, o destino parece ter fixado o nome de seus fundadores humanossobre a igreja que instituíram“.

J. W. Porter, “Notas aoAcaso”.

“É fatoque ninguém, além dos Batistas afirma que nosso Senhor, durante Seu ministériopessoal fundou Sua igreja ou denominação. Quem chegou mais perto de fazer talafirmação foi a Igreja Católica. Porém, quando os Católicos afirmam suainvestigação, se descobre que eles afirmam que Pedro foi o primeiro papa. Massabemos que sua afirmação é falsa, que a Igreja Católica não é de Cristo, masuma combinação de fraternidade e Judaísmo, carregando o nome de Cristãos paraencobrir suas doutrinas e práticas anticristãs”.

J. L .Smith, em “Por Que Sou um Batista”. 


VI. A Busca da Verdadeira Igreja

Vimos que Jesus fundou ou estabeleceua igreja, que Ele a fundou durante os dias do Seu ministério pessoal na terra,que a igreja que Ele estabeleceu era a assembleia local e que Ele prometeuperpetuá-la até “que Ele volte”. Tendo esclarecido essas verdades, somoslevados à conclusão que em algum lugar no mundo hoje se deve encontrar averdadeira igreja de Cristo, a igreja que foi perpetuada desde os dias deCristo e os apóstolos e que defende veementemente as doutrinas que prevalecemna igreja do Novo Testamento. Como foi dito, “devemos supor que deve ter”havido um povo Cristão existindo em cada época desde os apóstolos até opresente, caracterizada pelas mesmas doutrinas e práticas, ou que houveperíodos na história interveniente quando a fé e a prática dos apóstolos nãotinham absolutamente qualquer representante na face da terra. Estaríamospreparados para assumir a última alternativa? O que se torna, então, a promessado Salvador?

Forçados, portanto, à conclusão que, de acordo com a promessa de Cristo, Suaigreja tem sido perpetuada e que deve ser encontrada no mundo de hoje,perguntemos: “Como continuaremos a encontrá-la?” Como encontraremos a verdade,a igreja do Novo Testamento, entre as multidões das assim chamadas igrejas edenominações?

Proponho conduzir nossa pesquisa da verdadeira igreja através de três linhascorroborativas, como segue:

1. A LINHA DA ELIMINAÇÃO HISTÓRICA.

2. A LINHA DA COMPARAÇÃO DE DOUTRINAS.

3. A LINHA DAS AFIRMAÇÕES HISTÓRICAS POR HISTORIADORESCONFIÁVEIS.

Comecemos nossa pesquisa pela primeira linha proposta, a da eliminaçãohistórica. Uma ilustração possivelmente servirá para esclarecer o que querodizer aqui. Suponhamos que você passe a possuir um valioso documento. Vocêcoloca o documento sobre a mesa de sua biblioteca e logo você é chamado para atendera outro problema e, esquecendo o papel, sai deixando-o misturado a outrospapeis e livros sobre a mesa. Ao voltar à biblioteca, você percebe, procurandoo papel, que sua mesa foi arrumada durante sua ausência e o documento foiremovido. Você chama e pergunta à sua governanta. Ela lhe diz que o colocou nomeio das páginas de um dos livros sobre a mesa. Ela tem certeza disso, mas nãose lembra em qual dos livros ela o guardou. Você começa a pesquisa examinandolivro por livro sem resultado. Finalmente, você examinou cada livro menos um eestá certo de que os livros examinados não contêm o documento. A que conclusãovocê chega? Só há uma conclusão possível: o papel estará, se ela lhe disse averdade, no único livro restante não examinado.

Então, em nossa pesquisa devemos eliminar cada assim chamada igreja cuja origempossa ser datada após o tempo de Cristo. Se no processo eliminarmos cada igrejamenos uma, seremos forçados à conclusão de que essa é a verdadeira igreja.

Voltando ao tão discutido Mateus 16:18, encontramos dois testes históricosdefinidos por Jesus, testes que ajudariam e nos conduziriam em nossainvestigação.

O primeiro é que só a verdadeira igreja foi fundada pelo PRÓPRIO JESUS — “Eu ..edificarei[construirei] a minha Igreja?” (ACF).

O segundo é que a instituição a que Jesus chamou de “Minhaigreja” nunca deixará de existir através das eras – “E as portas doinferno não prevalecerão contra ela” (ACF).

Se, ao aplicarmos esses dois testes históricos escriturais, descobrirmos quenenhuma das organizações autodenominadas igrejas, menos uma, podem seraprovadas nesses testes, eu reitero que devemos concluir que aquela é averdadeira igreja de Cristo. Perguntemos então sobre a origem das váriasdenominações hoje existentes. Nesse questionamento nos interessará só a origemdas principais denominações. As que são bem conhecidas e típicas de todas asoutras. As denominações que consideraremos das quais as muitas pequenas seitasbrotaram em anos mais recentes. Como brotos das denominações mais antigas etendo surgido em tempos mais recentes, claro que não obtendo sucesso no testehistórico de Cristo, seria inteiramente supérfluo lidar com elas.

Nessa investigação, é claro que a Igreja de Roma, a que hoje chamamos de IgrejaCatólica Romana, tem prioridade. Comecemos perguntando:

“QUANDO A IGREJA DE ROMA SE ORIGINOU?”

Tomamos essa pergunta do Dr. J. B. Moody (Minha Igreja, p. 95): “ela nãonasceu num dia ou ano, mas gradualmente subverteu os ensinamentos dos apóstolose ao longo dos séculos inaugurou um papado de pleno crescimento. Mas não hátraço de um Papa ou Pai Universal nos três primeiros séculos da era Cristã”.

A Igreja Católica é o resultado de gradual perversão e corrupção. Desde os diasde Constantino, quando soldados sem regeneração foram batizados na igreja aosmilhares e foram feitas concessões ao paganismo, as condições foram se tornandocada vez piores, finalmente levando a um estado que tornou possível a IgrejaCatólica. O estabelecimento real do papado romano foi, segundo Dr. S. E. Tull (Denominacionalismoem Teste), realizado por Gregório o Grande no ano A.D., 590. Dr. Tullcorrobora sua afirmação pela seguinte citação de Ridpath (vol. 4, p. 41):

“Essa época da história não deve passar sem referenciar o rápido crescimento daigreja papal, no fechamento do século seis e começo do sétimo. Principalmentepor Gregório o Grande, cujo pontificado se estendeu de 590 a 604 e representoua supremacia da Visão apostólica atestada e mantida. Sob o triplo título deBispo de Roma, Prelado da Itália e Apóstolo do Ocidente, ele gradualmente, porinsinuações ou fortes asserções como melhor se ajustasse às circunstâncias,elevou o Episcopado de Roma a um genuíno papado da igreja. Ele teve sucesso emlevar os Arianos da Itália e Espanha às fileiras Católicas e assim garantir asolidariedade da Ecclesia Ocidental”.

Scaff (História da Igreja Cristã, vol. 1, p. 15) nos diz que Gregório oGrande (A.D., 590-604) foi o primeiro dos “papas adequados” e que comele começa “o desenvolvimento do papado absoluto”. Diz Dr. Christian,comentando sobre esse ponto: “o crescimento do papado foi um processohistórico. Muito antes, esse Bispo de Roma fez declarações arrogantes sobreoutras igrejas”. E acrescenta: “A linhagem dos papas medievais absolutoscomeçou com Gregório”.

Vimos que a afirmação Católica de sua origem apostólica se quebra em váriospontos (Ver Capítulo Introdutório): primeiro, ao falhar em estabelecer aprimazia de Pedro. Segundo, ao falhar em estabelecer que Pedro foi um papa oude fato que algum papa tenha existido por vários séculos depois de Cristo.Terceiro, ao falhar em provar que Pedro sempre esteve em Roma. Quarto, pelofato da fé e prática Católicas serem totalmente diferentes da igrejaapostólica. Ligado a esses pontos mencionados, podemos estar sob risco demultiplicar citações, conforme as palavras do Dr. J. W. Porter (Débito doMundo aos Batistas, págs. 165-166):

“Como é bem conhecido, os Católicos Romanos atribuem sua afirmação da sua origemescritural, à suposição de que Pedro fora o primeiro papa de Roma. A menos queprovem que Pedro estava em Roma e que ele também era um Papa, sua declaração deorigem apostólica é totalmente falsa. Porém não há controvérsia quanto a esseponto, pois todas as declarações sobre a hierarquia romana estão condicionadasà primazia de Pedro. As duas são inseparáveis e podem subir ou cair juntas.Portanto, para o propósito dessa discussão, só será necessário provar que Pedronunca foi um papa em Roma ou em qualquer outro lugar. A mais clara suposição éde que Pedro nunca esteve em Roma em qualquer tempo. Não há nada no NovoTestamento que sugira que Pedro tenha pensado ser um papa ou que ninguém maistenha pensado tal coisa. Mas, mesmo que houvesse a certeza de que Pedro tenhaestado em Roma e que tenha sido um papa, a hierarquia Católica Romana falhou,por sua fé e prática, no seu direito a ser chamada de igreja escritural”.

Se, como Dr. Tull afirma, com Ridpath, um historiador de renome mundial eoutros que com ele corroboram, o papado Romano tivesse sido cumprido porGregório o Grande, cujo pontificado se estendeu de 590 a 604 A.D., entãoGregório o Grande pode portar o nome de fundador da Igreja Católica. Naverdade, se admite que a apostasia Romana começou muito antes disso, maspodemos com certeza atribuir a real formação do papado – a real cristalizaçãonuma hierarquia fixa – a Gregório o Grande, sob cujo pontificado a “Supremaciada Visão Apostólica foi confirmada e mantida”.

Para ilustrar: é fato bem conhecido que Davi, durante seu reinado sobre Israel,coletou vasta quantidade de materiais para a construção de um templo. Foi seutrabalho que, em certo sentido, tornou possível o templo. Mas não podemosatribuir o templo a Davi, mas a Salomão, seu sucessor, sob cujo reinado aestrutura do templo foi realmente erigida. Da mesma forma as heresias,tradições, práticas espúrias e, de fato, todos os elementos necessários, foramreunidos um por um e passaram a existir no tempo de Gregório o Grande. Sórestou a ele elevar, como Ridpath o diz, “o episcopado de Roma a um genuínopapado”.

Vamos agora aplicar o teste histórico deixado por Jesus em Mateus 16:18. Ébastante evidente que a Igreja Católica, construída por Gregório o Grande apartir do papado existente, com material apóstata, quinhentos e noventaanos depois de Cristo, não pode passar no teste histórico de Cristo, de origeme perpetuidade e, portanto, não é a igreja verdadeira, a igreja que Ele fundoue prometeu que nunca deixaria de existir.

ORIGEM DA IGREJA LUTERANA

A história do mundo não se refere à existência de uma Igreja Luterana antes dosdias de Lutero. Que ele foi o fundador da Igreja Luterana, ninguém pode negarcom sucesso. Lutero, revoltado contra a degeneração da Igreja Católica,organizou um movimento para a Reforma. Não há evidência histórica de que eleaté mesmo tenha pensado em romper com a Igreja Católica e formar uma novaigreja. Mas suas atividades trouxeram sobre ele o anátema da excomunhão eLutero e seus seguidores foram quase forçados a formar uma nova organização. Oano de 1520 foi o mais cedo que se pode afirmar ter sido a formação da IgrejaLuterana. Foi nesse ano, segundo McGlothin (Guia ao Estudo da História daIgreja) que Lutero queimou a bula da excomunhão papal e abertamentedesafiou o papa. Não foi, porém, até 1530 que o sistema de doutrina emoralidade que ele e seus seguidores tinham adotado foi apresentado na Dieta deAugsburg.

Só pode ser evidente que a Igreja Luterana fundada por Martinho Lutero, 1533anos ou em torno disso após Cristo, falha em atender ao teste histórico deCristo quanto à origem e perpetuidade, assim não pode ser a igreja que Elefundou.

A IGREJA DA INGLATERRA OU IGREJA EPISCOPAL

A origem dessa igreja está muito clara e sucintamente resumida por Dr. S. E.Tull, em seu livro antes mencionado, nas seguintes palavras: “em 1509, HenriqueOitavo foi coroado Rei da Inglaterra. Henrique só tinha doze anos de idadenaquele tempo. Ele se casou nesse mesmo ano com Catarina de Aragão, filha deFerdinando e viúva de seu irmão, Artur. Vinte anos mais tarde, quando Henriquepassou a exercer sua própria prerrogativa em assuntos pessoais, ele decidiu sedivorciar de Catarina e casar-se com Ana Bolena, uma garota inglesa que serviuna corte de Charles Quinto, Rei de França.

Essa questão do divórcio de Henrique levantou uma grande discussão quefinalmente foi levada ao Papa de Roma para ser resolvida. O Papa decidiu contraHenrique. Percebendo a impotência política do Papa para interferir nas questõespolíticas da Inglaterra, Henrique tomou providências com suas próprias mãos eexpulsou Catarina e casou-se com Ana, apesar da interdição pronunciada peloPapa. Esse desafio ao Papa causou a excomunhão de Henrique da igreja pelo PapaClemente Sétimo, em 1534. Aceitando a situação como uma oportunidade de selivrar completamente de todas as alianças políticas com o Papa, Henriqueimediatamente fez ligações com seu Parlamento e, em 13 de novembro de 1534, fezseu Parlamento aprovar um ato conhecido como “O Ato de Supremacia”, quedeclarava Henrique Oitavo como “O Protetor e Chefe Supremo da Igreja e Clero daInglaterra”. Assim foi que nesse dia 23 de novembro de 1534, a “Igreja daInglaterra” foi instalada, com o prófugo, adúltero e assassino Henrique comoseu fundador e chefe. Levada à existência pelo poder de um fiasco político, aIgreja Episcopal iniciou sua carreira como uma denominação “Cristã”.

Sobre a igreja acima mencionada, Macauley escreve (História da Inglaterra,vol. I p. 32): “Henrique Oitavo tentou constituir uma Igreja Anglicanadiferindo da Igreja Católica Romana sobre a questão da supremacia e só nesseponto. Seu sucesso nessa tentativa foi extraordinário”. Pode ser mais claro quea Igreja da Inglaterra ou Igreja Episcopal, não ter sido fundada por Cristo, falhandono teste de origem e perpetuidade, não podendo assim ser a verdadeira igreja?

A ORIGEM DA IGREJA PRESBITERIANA

O sucesso do Protestantismo de Lutero no Continente deu liberdade a outrosmovimentos semelhantes. João Calvino, nascido em 1509, no mesmo ano queHenrique Oitavo foi coroado Rei da Inglaterra, que foi educado como mongeCatólico, uniu suas mãos às de Lutero e ajudou na Reforma. Em alguns pontos, asideias de Calvino sobre doutrina e política eram diferentes das de Lutero. Poressa razão, a Reforma de Calvino caiu em distintos canais e cristalizou comouma organização independente e por sua forma de governar, os Calvinistas setornaram conhecidos como Presbiterianos.

Podemos datar o início da Igreja Presbiteriana, como denominação separada, noano de 1536, pois foi nesse ano que as “Institutas de Calvino” foram dadas aomundo.

Segue-se muito naturalmente que a Igreja Presbiteriana, fundada por JoãoCalvino, 1536 anos depois de Cristo, não pode passar no teste histórico deCristo e não pode ser a verdadeira igreja, aquela que Jesus fundou e prometeuperpetuar.





O CONGREGACIONALISMO

Os Luteranos, Episcopalianos e Presbiterianos constituem as três grandesdenominações Católicas-Protestante. Existem duas grandes denominações queprotestaram contra os Episcopalianos e, consequentemente são frutos da IgrejaEpiscopal. Vamos considerar brevemente os fatos relativos à sua origem. Cito,do excelente traço de Tull: “vivia na Inglaterra, em 1580 um pastor Episcopalpor nome de Robert Brown”. Ele começou um movimento de oposição à Igreja doGoverno, em que ele defendia uma forma congregacional de governo da igreja e umsacerdotalismo em forte oposição. Ele conseguiu seguidores que seautodenominavam “Independentes”. Robert Brown organizou a primeira igrejaIndependente em 1580. Depois Brown se arrependeu, confessou seu erro, voltoupara a Igreja da Inglaterra e morreu em sua fé. Seus seguidores, porém,continuaram o movimento e se tornaram conhecidos como “Congregacionalistas”.

Tendo sido fundada por Robert Brown 1580 anos depois de Cristo, a IgrejaCongregacionalista não passou no teste histórico imposto por Cristo e não pode,com sucesso, reivindicar ser a verdadeira igreja de Cristo.

A ORIGEM DO METODISMO

Em seguida, consideremos o outro movimento Protestante que surgiu na IgrejaEpiscopal, aquele que, no curso do tempo se tornou conhecido como a “IgrejaEpiscopal Metodista”. Esse movimento foi liderado por John Wesley e seu irmãoCharles. Enquanto estavam na Universidade de Oxford, eles, por seus hábitosregulares de estudo e trabalho religioso, obtiveram para si a designação de“metodistas”, título que mais tarde anexaram ao movimento originado por eles.Wesley nunca tencionou organizar uma igreja e, de fato, nunca nem mesmodignificou sua organização com o nome de igreja, mas a chamava de “Sociedade”.Nenhum dos Wesleys nunca clamou pelo direito de começar uma igreja e, de fato,ambos morreram como membros da Igreja Episcopal.

Com referência à origem do Metodismo, encontramos a seguinte afirmação na obra“Disciplina da Igreja Episcopal Metodista” (edição de 1912): “em 1729,dois jovens na Inglaterra, lendo a Bíblia, viram que não poderiam ser salvossem santidade. Seguindo o que leram e incitando outros a fazê-lo, Deus então oschamou para levantar um povo santo. Esse foi o surgimento do Metodismo,conforme dado pelas palavras dos seus FUNDADORES, John e Charles Wesley. Emtoda a Inglaterra, na Escócia e Irlanda, surgiram SOCIEDADES unidas de homenstendo a forma e buscando o poder da devoção a Deus. Elas se tornaramsubsequentemente as igrejas de Wesley da Grã-Bretanha”. Novamente,referindo-nos ao Metodismo nos primeiros dias da história dos Estados Unidos,encontramos essas palavras na pág. 16 da mesma obra “Disciplina...”: Oclero da paróquia tinha retornado à Inglaterra e as SOCIEDADES Metodistas nãotinham pastores ordenados reunidos, num raio de centenas de milhas”.

Pode-se ver, por essas citações, que o Metodismo primeiro não assumiu suaprópria expressão na forma de uma igreja, mas era uma sociedade dentro daIgreja Episcopal. Não começou numa existência denominacional separada até o anode 1739, segundo Dr. McGlothin em seu “Guia”. Foi nesse ano que aprimeira reunião da classe ocorreu. Porém, a primeira conferência só ocorreucinco anos mais tarde.

Surge aqui uma questão: se a Sociedade Metodista teria o direito de evoluirpara uma Igreja, por que qualquer sociedade de igreja dos dias atuais nãopoderia fazer o mesmo? Elas certamente têm os mesmos direitos. Novamente vem aquestão: Se Lutero, Calvino, os Wesleys e outros tiveram o direito de fundaruma igreja, não o teriam você e eu o mesmo direito de fazer o mesmo? Novamente,essa questão: quão antiga uma sociedade ou movimento deve se tornar antes deevoluir adequadamente para uma “Igreja”?

Mas, para voltar à origem do Metodismo, não deve ser difícil ver que a IgrejaMetodista ou “Sociedade” como era chamada anteriormente, fundada por JohnWesley quase 1740 anos depois de Cristo, de forma alguma passa no teste deCristo sobre origem e perpetuidade e não pode ser a verdadeira igreja deCristo.

A ORIGEM DA DENOMINAÇÃO CAMPBELITA

Dificilmente parece ser necessário tomar espaço para detalhar a origem dessaseita, já que é de origem tão recente que seria absurdo para qualquer umreivindicar sua origem apostólica. De fato, conheço indivíduos que conheceramAlexander Campbell e se lembram de muitos incidentes ligados aos primeiros diasdessa igreja, que é mais comumente conhecida hoje pelo nome de “Igreja Cristã”.A data do início dos Campbelitas ou “Cristãos” como denominação separada nãopode ser fixada antes de 1827, embora, ignorando os fatos históricos, elesdatem sua origem em alguns anos antes da data que acabo de dar. No entanto,alguns anos não fazem diferença em relação ao que discutimos aqui. Lembro-mebem que há alguns anos, essa denominação celebrou com grande entusiasmo em todoo país o centenário da denominação! Para aceitar sua própria data, eles têmpouco mais de cem anos de existência. E ainda me lembro de ter sido esculpida nocanto de um de seus maiores prédios de um dos seus templos uma afirmação de queeles traçam sua origem até o tempo de Jesus e dos apóstolos. Afirmação estranhade fato, à luz de sua própria admissão!

Já que eles tinham um fundador humano e são de origem moderna, é evidente quenão podem passar no teste histórico e não são a verdadeira igreja.

Eu poderia continuar e fazer menção aos Mórmons, Cientistas Cristãos,Adventistas do Sétimo Dia, Russelitas, Nazarenos, “Santos Skatistas” e outros edetalhar suas origens, mas seria inteiramente supérfluo. Basta dizer que cadauma dessas já mencionadas, junto com todas as outras numerosas seitas, tiveramfundadores humanos e nunca foram ouvidas por mais de mil anos depois de Cristo.

E SOBRE OS BATISTAS?

Nós mostramos que cada seita, denominação e assim chamadas igrejas, com exceçãodos Batistas, podem ser traçadas por um fundador humano e originadas muitotempo depois de Cristo ter começado Sua Igreja. Claramente, sendo todas elas deorigem pósapostólicas, são eliminadas. Da mesma forma quando você procurou emtodos os livros, menos em um, e não conseguiu achar o documento, soube que eleestaria no único que faltava, então, quando todas as igrejas, menos uma, nãoconsegue se qualificar historicamente como a verdadeira igreja de Cristo, écorreto e lógico concluir que a igreja remanescente é a instituição que Cristofundou. As Igrejas Batistas são as únicas e claramente distintas de todas asoutras, por ser a única que não aponta qualquer fundador humano. Nem a data defundação pode ser fixada depois de Cristo. Alguns tentaram e seus desacordos econtradições constituem evidência lógica de sua imprecisão histórica. Os quenegariam que os Batistas possam ser datados no tempo de Cristo e lhesdesignaria uma origem moderna, deveriam se reunir e fixar alguma data! Pois deoutra forma, suas afirmações contraditórias prejudicariam as pessoas em favorda própria coisa que eles negam!

Nos capítulos seguintes, eu ofereço prova histórica para substanciar minhaafirmação de que só os Batistas existem desde os tempos de Cristo. Como Dr.Tull afirma: “a primeira Igreja Batista foi organizada por Jesus Cristo, oFilho de Deus, durante Seu ministério pessoal na terra. A Igreja Batista temJesus como seu Fundador, o Espírito Santo como Administrador de suasatividades, o Novo Testamento como seus artigos de fé e leis de existência. Emtodas as eras Cristãs, o puro ensinamento Batista sobreviveu. Os ‘portões doinferno não prevaleceram nem prevalecerão contra ela”.

“Tu, porém, fala o queconvém à sã doutrina” (ACF).

Tito 2:1

“Não vos deixeislevar em redor por doutrinas várias e estranhas...” (ACF).

Hebreus 13:9

 


VII. O Teste Doutrinário

No capítulo anterior procurei mostrar por um processo deeliminação que só as igrejas Batistas foram aprovadas no teste histórico deCristo sobre origem e perpetuidade. Deixando de lado por certo tempo meusachados, continuemos a pesquisa da verdadeira ecclesia ou igreja, junto com asegunda linha proposta, ou seja, a da DOUTRINA. Esse teste doutrinário é tãoimportante quanto o teste histórico. Se eu puder demonstrar que as igrejasBatistas são apostólicas em relação às doutrinas que defendem e que elas são asúnicas igrejas numa forma pura, veremos ser duplamente aparente que as igrejasBatistas são as verdadeiras igrejas de Cristo.

É, sem dúvida, uma tarefa difícil definir as doutrinas e práticas fundamentaisdas igrejas que existiram nos dias dos apóstolos, porque a igreja que Jesusfundou tem certas características doutrinárias bem definidas expressas no NovoTestamento pelas quais podem ser para sempre reconhecidas e distinguidas detodas as instituições apócrifas que, através dos tempos têm se chamado deigrejas Cristãs.

Ao procurar identificar a igreja que Jesus construiu por meio de comparaçãodoutrinária, pode ser importante indicar o método que usarei. Vamos primeiro aoNovo Testamento e observar as características das igrejas dos temposapostólicos. Em seguida examinaremos as características Batistas para ver secoincidem com as do período do Novo Testamento. Então, finalmente daremos umarápida olhadela nos ensinamentos e práticas de outras denominações para vercomo eles se posicionam em relação às doutrinas e práticas das igrejas do NovoTestamento. Seguindo esse procedimento teremos necessariamente que ser breves.

Uma das coisas que bem forçosamente nos confronta quando lemos sobre as igrejasdo Novo Testamento é que elas eram compostas por AQUELES QUE FORAM REGENERADOSE NASCERAM NOVAMENTE. A doutrina da membrania da igreja regenerada está naspáginas do Novo Testamento tão claramente, que ninguém pode se enganar arespeito. De fato, a própria palavra ecclesia, usada no sentido Cristão, devesignificar para nós uma assembleia de pessoas “chamadas” do mundo, para formaruma companhia separada, uma companhia de pessoas regeneradas. Como Dr. Bowcoloca: “a palavra igreja traduzida significava originalmente chamadas, então,no sentido mais alto e mais santo, todos os redimidos foram chamados e ela seaplica justamente a elas”. Em Atos 2:47 encontramos as seguintes palavras: “...E todos os diasacrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (ACF). (Sco. Bíblia, Margem). Em todo o Novo Testamentonão encontramos a mais leve discordância de que ninguém, fora os que afirmavamsua regeneração fossem admitidos às igrejas. De fato, sem regeneração amembrania à igreja perde todo o significado. Os deveres e obrigações que o NovoTestamento ensina como pertencentes aos membros da igreja pressupõem umamudança interna radical da parte de cada pessoa unida a uma igreja de forma adesigná-la para sua tarefa. As Escrituras certamente não toleram a ideia de queuma igreja existe como um tipo de reformatório a que os não regenerados devamser levados, tratados e tornados filhos de Deus. Ao contrário, cada igreja,segundo a ideia do Novo Testamento deve ser uma assembleia do povo de Deus,regenerado, chamado e separado do mundo, “um povo peculiar, zeloso e de boasobras”.

E, inseparável da doutrina de membrania da igreja de regenerados, podemos mencionarincidentalmente que as igrejas do Novo Testamento praticavam somente o BATISMODOS CRENTES. Uma profissão de fé em Cristo era necessária antes de o batismoser ministrado. Em Atos 2:41 lemos: “De sorte que foram batizadosos que de bom grado receberam a sua palavra” (ACF). Observe que “receberam a Sua palavra” precedia o batismo. “Sua palavra” se refere ao evangelhopregado por Pedro. Ninguém é elegível para o batismo, segundo as Escrituras,até terem ouvido o evangelho, acreditado e recebê-lo. Como um autor escreveu:“A única diferença entre uma pessoa que não ‘recebeu a Palavra’, antes e depoisda imersão é que antes da imersão elas vestiam roupas secas e após sua imersãosuas roupas ficaram molhadas”. Muitos casos podem ser citados para provar quesó os crentes foram batizados e foram acrescentados à igreja do tempo do NovoTestamento, se o espaço permitisse. Prontamente chamo à mente o caso de Lydia,do soldado de Felipe, Cornélio e Felipe e o eunuco etíope. Em nenhum versículodo Novo Testamento se pode encontrar algo que indique que as pessoas forambatizadas antes de chegar a uma idade que lhes permitisse ter fé em Cristo. Aordem dada na Grande Comissão é primeiro fazer discípulos e depois batizá-los.

Agora perguntemos: as igrejas Batistas de hoje coincidem com as igrejasapostólicas nas duas questões acima mencionadas? Como outras denominações seposicionam a respeito dessas questões? Note bem essa afirmação tão verdadeirado Dr. T. T. Martin (A Igreja do Novo Testamento): ”AS IGREJAS BATISTASSÃO AS ÚNICAS IGREJAS NA TERRA QUE REQUEREM QUE UMA PESSOA PROFESSE SER SALVAANTES DA PESSOA SE UNIR À IGREJA OU SER BATIZADA”. Essa afirmação foi espantosapara mim quando a li pela primeira vez há vários anos. Mas a investigação nãoconfirmou a crença de que ela é verdadeira. Outras grandes denominações oumisturam batismo infantil com batismo dos crentes ou ainda defendem a teoria daregeneração batismal. Por exemplo, os Metodistas e Presbiterianos defendem asreuniões evangelísticas e em seguida a essas reuniões muitas vezes batizam (?)os que professam fé em Cristo durante a reunião. No mesmo culto talvez batizem(?) crianças que não estão em idade para crer em qualquer coisa. Claro que se obatismo infantil fosse praticado universalmente, o batismo dos crentes acabariana terra. Por outro lado, os Campbelitas batizam somente quem tem idade paraser batizado, mas defendem a teoria da regeneração batismal e batizam paraajudar a salvar. Só os Batistas requerem uma profissão de fé salvadora emCristo antes de batizar ou aceitar a pessoa na membrania.

Outra coisa que se destaca no Novo Testamento em relação às igrejas daqueletempo é o MODO DE SALVAÇÃO, conforme ensinado por elas. As igrejas apostólicasdefendem a salvação pela Graça, somente através da fé em Cristo. Como provadisso apresento as bem conhecidas palavras de Paulo em Efésios 2:8-9: “Porquepela Graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.Não vem de obras, para que ninguém se glorie” (ACF). A morte vicária de Jesus foi estabelecida como o únicomeio de redenção para qualquer ser humano e o ensinamento foi que só pela féNele como Divino Redentor e Salvador que alguém pode ser salvo e se tornar umfilho de Deus. Gal 3:26 fala sobre isso: “Porque todos sois filhosde Deus pela fé em Cristo Jesus” (ACF). Atos16:31: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”(ACF).

Os Batistas estão de acordo com a doutrina dasalvação pela Graça através da fé em Cristo? De fato estão. “Esta é umadoutrina fundamental no pensamento Batista. Permeia todo o sistema das ideiasBatistas e ajuda a determinar tudo o mais no pensamento Batista”. Nenhum outromodo de salvação é defendido ou ensinado nas verdadeiras igrejas Batistas.

Outras denominações pensam como as igrejas do Novo Testamento e as Batistassobre isso? Nesse ponto dou outra citação do Dr. S. E. Tull: os Católicosacreditam que a salvação não vem puramente da Graça, que a morte de JesusCristo não é o único meio de salvação, mas que a ordenança do batismo é eficaz,contém a graça sacramental e é essencial à salvação”. O Concílio de Trentodeclarou que “no batismo não é dado somente a remissão do pecado original, mastambém tudo que tiver a natureza do pecado é curado”. Ele torna alguém Cristão,um filho de Deus e herdeiro do céu.

Na doutrina da salvação puramente pela Graça através da fé, os Batistas estãosozinhos e todas as outras denominações defendem a posição dos Católicos.Luteranos, Episcopalianos, Presbiterianos, Congregacionalistas e Metodistas seencaixam na posição Católica que o batismo infantil contém a graça sacramental,enquanto os Campbelitas defendem que o batismo por imersão é essencial àsalvação.

Por medo que alguns possam encontrar erros em mim por classificá-los com osCatólicos sobre essa doutrina da regeneração batismal, citarei pela lei dealgumas outras igrejas sobre o assunto. A menos que os legisladores da igrejatenham mudado a lei muito recentemente, o que segue permeia as igrejas citadase é uma amostra justa da posição de todas as igrejas conveniadas nessadoutrina.

O Catecismo Episcopal diz: “batismo é o ato onde eu me tornei um membro deCristo, um filho de Deus e um herdeiro do Reino dos céus”.

Se a citação acima não ensina a regeneração batismal, por favor, diga quaispalavras seriam usadas para ensiná-lo?

A Confissão Presbiteriana diz: “o batismo é um sacramento do Novo Testamentoordenado por Jesus Cristo, não apenas para a solene admissão dos batizados àigreja visível, mas também para ser para o batizado um sinal e selo da aliançada graça, de seu pertencimento a Cristo, da regeneração, da remissão dospecados e da entrega a Deus através de Jesus Cristo para andar em novidade devida”.

O ritual Metodista diz: “santifico esta água para este santo sacramento egaranto que esta criança, agora a ser batizada, possa receber a plenitude daTua Graça e sempre permanecer no número de Teus filhos fieis e eleitos”.

Veja bem o que você acaba de ler: “garanto que esta criança possa semprepermanecer no número de teus filhos fieis e eleitos”. Esse ritual coloca acriança no reino e na família de Deus e isso sem fé pessoal. Pode crescer até amaturidade com a ideia que é um filho batizado de Deus e isso sem nunca tersido regenerado, ou talvez até sem perceber a necessidade disso. Issocertamente não está de acordo com as palavras de Jesus: “...Aqueleque não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3 - ACF).

Os artigos Metodistas se basearam nos da IgrejaInglesa e a referência aos escritos do fundador do Metodismo mostra que eleacreditava na regeneração batismal em relação às crianças. Sobre os artigos daIgreja Inglesa, a que ele pertencia, encontramos John Wesley escrevendo oseguinte: (Sermões, Londres, 1872, vol.2, sermão 45, p. 74): “é certo quenossa igreja supõe que todos os que são batizados em sua infância são ao mesmotempo nascidos novamente e se permite que toda a ministração do batismoinfantil prossiga nessa suposição”.

Conheci Metodistas que negam veementemente que o fundador do Metodismo defendiaa regeneração batismal de crianças, mas na citação acima, a partir de seuspróprios sermões impressos, temos isso em preto e branco.

Novamente, vamos examinar a visão Luterana, expressa pelo fundador da Confissãode Augsburg, como segue: ”sobre o batismo, eles ensinam o que é necessário àsalvação. E condenam os Anabatistas que defendem que as crianças podem sersalvas sem ele”. (Neander, História dos Dogmas Cristãos Vol.2, p. 693).

“Numa cidade onde o autor estava trabalhando no evangelho, os pastores de todasas igrejas na cidade se reuniram uma manhã para considerar a adequação deconvidar Dr. R. A. Torrey para conduzir uma reunião evangelística para toda acidade. Para a conferência desses pastores veio o reitor Episcopaliano da cidade.O reitor pediu para fazer uma declaração. Ele procedeu assim: ‘quero me colocardiante de todos vós pastores da cidade, em minha relação com a reuniãoevangelística proposta. Quero que vocês entendam minhas convicções sobre oassunto. Não acredito no que é conhecido entre vocês como evangelismo. Nãoacredito no que vocês chamam de conversão debaixo da espontânea operação doEspírito Santo no coração humano. Acredito na Graça convencional e que aspessoas se tornam Cristãs pelo batismo e pela confirmação na Igreja.Acreditando como creio, não posso consistentemente me engajar com vocês na suacampanha evangelística proposta’. Tudo isso o reitor disse franca eenfaticamente. Então, parecendo justificativa para sua posição, após ahesitação de um momento, ele continuou: ‘quaro dizer a vocês, pastoresPresbiterianos aqui, que se vocês vivem para o ensino conveniente de suaigreja, vocês não podem empreender campanhas evangelísticas. Vocês deveriaminclusive abandonar seus ensinos convencionais ou deixar de empreendercampanhas evangelísticas. Engajando-se em ambos, vocês fazem dois planos pelosquais os homens se tornam Cristãos. Como eu vejo, esses pregadores Batistas sãoos únicos pregadores em nossa cidade que podem consistentemente levar adianteuma campanha evangelística. Eles não acreditam em graça convencional, masconsistentemente defendem cada homem com sua experiência pessoal em religião,que eles chamam de conversão e regeneração’”. (Denominacionismo Em Teste).

Outro estudo sobre as igrejas apostólicas descritas no Novo Testamento revelavários fatos ligados às ORDENANÇAS QUE ERAM MINISTRADAS POR ELES. Esses fatospodem ser descritos assim:

1. As ordenanças eram duas e somente duas em número: batismo eCeia do Senhor – Mateus 18:19 e I Coríntios 11:23-30.

Todas as tentativas de deduzir o lava pés como uma ordenança, a partir dasEscrituras falharam. Claramente, os apóstolos não tinham tal ordenança. Nem asduas ordenanças mencionadas acima estavam à luz dos sacramentos. Falar da Ceiado Senhor como “Sacramento” não somente não é escritural. É antiescritural.

2. As ordenanças eram ordenanças da igreja. Isso é admitidocom a unanimidade prática por todas as grandes denominações. À luz dessaadmissão, a “comunhão aberta” se torna não somente uma prática não escritural,mas da mesma forma uma flagrante inconsistência. E se as ordenanças foram dadasaos Batistas, como eu procurei mostrar, então receber uma “imersão estranha” é,de todas as coisas, a mais inconsistente para as igrejas Batistas.

3. Elas eram ordenanças simbólicas, designadas acaracterizar grandes verdades e sem possuir qualquer poder de salvação. Nãotenho necessidade de discutir isso, já que os ensinos do Novo Testamento dasalvação pela Graça lidavam com o dito acima, proibindo-nos de atribuireficácia salvadora às ordenanças. Pois, claro, se a salvação é pela Graçaatravés da fé em Cristo, não pode ser pelo batismo, pela Ceia do Senhor ou pornossas obras.

4. O batismo era ministrado imergindo o candidato em água.Nem a mais leve menção de aspersão pode ser encontrada no Novo Testamento.Muitos casos claros de imersão são registrados. Essa era evidentemente a únicaforma de batismo, pois Paulo em Efésios 4:5 escreve: “Um sóSenhor, uma só fé, um só batismo” (ACF). E,de fato o sentido do termo “batismo”, se estudado no original, é bastante paraesclarecer perfeitamente a mente não tendenciosa que a imersão foi o modoprimitivo. Ao lado disso, todos os estudiosos confiáveis de diferentesdenominações admitem francamente que a imersão era o “modo” de batismopraticado nos tempos apostólicos.

5. A Ceia do Senhor, sendo uma ordenança da igreja, erarestrita a membros da igreja. Sendo esse o caso, era, claro, precedida porimersão.

Como as crenças das igrejas Batistas de hoje se enquadram com o ensino do NovoTestamento a respeito das ordenanças? A resposta é: estão em perfeito acordo.Outras denominações estão tristemente em discordância. Os Católicos admitem quemudaram a ordenança do batismo no século doze pois a aspersão é maisconveniente. Citei aqui sobre o Cardeal Gibbons (A Fé dos Nossos Pais,págs. 316-317): “por vários séculos após o estabelecimento do Cristianismo, obatismo era normalmente ministrado por imersão. O batismo é o meio essencialestabelecido para lavar o estanho do pecado original e a porta pela qualencontramos a admissão à Igreja. Então o batismo é tão essencial para a criançacomo para o adulto. Crianças não batizadas são excluídas do Reino dos Céus. Obatismo nos torna herdeiros do céu e co-herdeiros de Jesus Cristo”.

As igrejas Protestantes (lembremos novamente que Batistas não sãoProtestantes), descendentes diretos da igreja Católica, tiraram seu batismoinfantil e seus modos pervertidos de batismo de sua parenta, a Igreja Católica.Os Campbelitas e outros que defendem o batismo como essenciais à salvaçãotiraram sua regeneração batismal da mesma fonte.

Em relação à Ceia do Senhor, descobrimos que o mundo Católico e Protestanteabandonou a simplicidade da ideia do Novo Testamento, de que o pão e o vinhosão meramente símbolos ou momento que devem ser tomados como memória doSalvador. Os Católicos defendem a transubstanciação, a doutrina de que o pão eo vinho se tornam o corpo real de Cristo. Os Luteranos defendiam aconsubstanciação, que é uma modificação da visão Católica. Outros, como osPresbiterianos e Metodistas defendem a ideia de benção sacramental ouespiritual que faz da ordenança algo mais do que um mero memorial. Além disso,muitas denominações na prática real não fazem da imersão um prérequisito para ocompartilhamento da Ceia do Senhor, como fazem as igrejas do Novo Testamento,pois praticam a “comunhão aberta” que admite a todos que queiram participar,sejam imersos, aspergidos, não aspergidos.

Mais, encontramos que as igrejas apostólicas eram DEMOCRÁTICAS EM SUA FORMA DEGOVERNO ECLESIÁSTICO. Isto significa, claro, que eles reconheciam, o absolutosenhorio de Cristo e não tinham nenhum, chefe ou mestre humano. “...Porqueum só é vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos”. (Mateus 23:8 - ACF), é o ensino do Novo Testamento. Nãohavia ordem mais alta ou mais baixa de clero. Nem papas nem bispos no sentidomoderno, para chefiar sobre todos. Pedro não pensava em ser papa, pois ele sechamava um companheiro mais velho de outros pregadores (I Pedro 5:1). Quando umsucessor foi necessário para preencher o lugar de Judas Escariotes, Pedro nãose auto indicou, mas aos cento e vinte membros da igreja de Jerusalém (Atos1:15-26). Quando os primeiros diáconos foram indicados, foram indicados porPedro, não pelos apóstolos como anciãos governantes, ou como um colégio debispos constituintes. Eles eram escolhidos pela multidão de discípulos ou aigreja. Descobrimos que as igrejas resolviam seus assuntos sem interferência ouimposição externa. Eles elegiam seus próprios oficiantes e por votação dacongregação recebiam e excluíam membros. Por exemplo, Paulo escreve à igreja deRoma (Romanos 14:1 - ACF): “Ora, quanto ao que está enfermo nafé”. Isto indicava que eles tinham o hábitode receber membros. Em I Coríntios 5, Paulo diz à igreja de Corinto paraexcluir um membro não válido. Em II Tessalonicenses 3, Paulo dá um conselhosemelhante à igreja de Tessalônica. Novamente, em Atos 9 temos a informação queo próprio Paulo foi recusado na igreja de Jerusalém, porque naquele tempo aigreja tinha dúvidas quanto à sua conversão e tinha medo dele.

Tendo uma forma democrática de governo da igreja, sendo composta por indivíduosque estavam em igualdade e não tendo chefia visível, terrena, as igrejas eramseparadas e distintas e eram ligadas entre si de forma não orgânica. Isto éconfirmado por todos os mais antigos e mais confiáveis historiadores como tendosido a ordem geral por vários séculos: “todas as congregações eramindependentes umas das outras” (vol. 1, cap. 3). Mosheim, o historiadorLuterano, diz (vol. 1, p. 142): “durante grande parte desse (segundo) séculotodas as igrejas continuaram a ser, como de início, independentes; cada igrejaera um tipo de república independente”.

As igrejas Batistas concordavam com o modo apostólico em relação ao governo epolítica de sua igreja? Qualquer pessoa conhecedora das igrejas Batistas sabeque a democracia em sua forma mais pura era encontrada neles. Cada igreja éseparada e distinta como nos tempos apostólicos e quando as igrejas se reúnemem associações e convenções eles se juntam em uma única forma cooperativa,voluntária. Não há união orgânica em uma grande “Igreja”. E ainda mais, nenhumaassociação ou convenção tem o direito de ditar regras à igreja local. As igrejasBatistas de hoje, como nos tempos apostólicos, não tem dignitários oueclesiásticos para impor sua vontade sobre elas. É verdade que hoje em dia àsvezes temos um indivíduo ocasional que deseja para si mesmo podereseclesiásticos com os quais poderia forçar cooperação entre os Batistas. Esseindivíduo está, em cada caso, predestinado à queda prematura[1].

Mas daremos uma olhadela, por comparação, no governo das outras igrejas.

Os Católicos não dão aos membros da igreja privilégios, mas eles obedecem à“Igreja” e a nenhuma outra voz no governo da igreja.

A igreja Luterana é uma episcopacia com poderes legislativos governando adoutrina e a política de congregações e indivíduos particulares.

A igreja Episcopal têm cortes legislativas e faz o mesmo.

A igreja Presbiteriana é o que se pode chamar de uma “aristocraciacentralizada”, composta de cortes legislativas com uma graduação de autoridade,desde sessões numa igreja particular até a Assembléia Geral de toda a denominação.A partir das decisões da Assembleia Geral não há apelação, para as igrejas ouindivíduos.

A igreja Congregacional chega mais perto da posição Batista nessa questão doque as demais, mas permanece longe em alguns outros pontos.

A igreja Metodista é uma episcopacia com um sistema de maquinário eclesiásticoque deixa pouco espaço para a autonomia da igreja local ou à expressão daindividualidade da parte dos seus membros.

Essa forma de governo da igreja não é só antibíblica, mas também prova não sersábia em muitos exemplos, desde o ponto de vista sobre o que seria útil. Aquestão de onde os sacerdotes vão trabalhar, a escolha dos seus respectivoscampos é tomada de suas próprias mãos e precisam ir onde são enviados. Nessesistema, um pregador pode ser enviado onde não queira ir onde sente que nem oSenhor nem o povo o quer. Num caso que observei, um homem foi enviado a umpequeno pastorado ao qual foi anexado um salário menor do que ele se acostumaraa receber. A mudança foi tão arbitrária e insatisfatória que o pregador serebelou e só ficou ali tempo suficiente para vender suas coisas de casa. Se fuiinformado corretamente, ele abandonou a igreja com a firme intenção de se unira outra denominação. Esses acontecimentos são muito embaraçosos para a igreja epara o pastor. São o fruto natural de um sistema eclesiástico não escritural.

 Os Campbelitas ou Igreja “Cristã” recebeu sua forma de governo do seufundador, Alexander Campbell que, por sua breve associação com os Batistas, seimbuiu de algumas ideias. Os Campbelitas professam uma forma congregacional degoverno, mas na realidade, o pastor é investido de poderes Episcopais parareceber membros sem o voto da congregação.

Outra coisa que deve ser claramente coletada a partir do Novo Testamento arespeito das igrejas daqueles dias é que eles ERAM TOTALMENTE LIVRES DEQUALQUER COERÇÃO. Em outras palavras eles acreditavam na liberdade religiosa.Religião era um assunto puramente voluntário. Eles eram profundamenteimpactados com seu dever de pregar, ensinar e persuadir, mas sua palavraterminava ali. Se o indivíduo aceitava ou não o evangelho e se afiliava àigreja ou não era um assunto a ser decidido pelo próprio indivíduo fora dequalquer tipo de medida coercitiva. Havia total separação entre igreja e Estado.“Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” era a admoestação deJesus. Com tal concepção como as igrejas do Novo Testamento tenham de liberdadede consciência, a precaução religiosa era impossível para eles.

Novamente perguntamos: como as igrejas Batistas de hoje concordam com osprincípios de liberdade defendidos pelas igrejas apostólicas? A resposta é queainda mantém esses princípios, tais como os tinham no primeiro século. Elessustentam ser seu dever e obrigação pregar o evangelho a todo o mundo, masprocuram não forçar ninguém a aceitá-lo. Eles acreditam que todo homem tem odireito individual de fazer a si mesmo uma pergunta sobre seu relacionamentocom Deus. Consequentemente, acreditam que o batismo infantil é um pecado contraDeus e contra as criancinhas, pois força um rito religioso sobre uma criançaindefesa e a partir disso, o privilégio de obedecer a Cristo por si mesmas. OsBatistas não colocam sacerdote, ordenança nem qualquer coisa entre o indivíduoe Deus. Eles defendem que cada pessoa pode, através de Jesus Cristo, contatarDeus e estar com Ele por si mesma. Nas relações o mesmo princípio voluntário semantém. Nenhum alto poder eclesiástico força as igrejas a tomar medidas. Nenhumconjunto de eclesiásticos dirige os negócios das igrejas por si mesmos e paraaceitação dos líderes eles escolhem pelo povo. O povo Batista governa a simesmo e cada igreja determina a medida e o tipo de cooperação que se engajarácom outros corpos e organizações.

Para os Batistas, a união entre igreja e Estado é um mal indescritível a quenunca deram apoio. Eles sofreram através do tempo cruéis prisões, punições eaté mesmo o martírio nas mãos de outras pessoas porque, na verdade, as pessoasde outra fé, através dos poderes civis, possuíam a espada da coerção eperseguição.

Vamos agora examinar outras denominações e observar suas atitudes sobre esseponto. Os católicos não dão aos indivíduos qualquer prerrogativa pessoal. AIgreja possui a alma do indivíduo e pode, pela excomunhão, destruir toda aesperança de eternidade. A história da Igreja Católica tem cheiro de sangue.Por longos períodos, o Catolicismo era a religião-Estado e perseguiu tãocruelmente os dissidentes que foram forçados a se esconder nos “covis ecavernas da terra”. Posso somente mencionar o massacre do Huguenotes em quecentenas de pessoas foram desmembradas, dos horrores da Inquisição, em queinvenções diabólicas criaram cada tortura com que afligiram os Batistas eoutros que mantinham visões religiosas dissidentes. Escrevo essas linhas noBrasil, onde em cada local se pode ver a evidência da intolerância Católica. Nasemana passada vieram notícias de como os Católicos interromperam cultosconduzidos por Batistas na cidade de Bom Jardim, a algumas milhas daqui.

Episcopalianos, Luteranos, Prebiterianos, Metodistas e Congregacionalistas sejuntam aos Católicos em diminuir a liberdade da consciência individual porcausa de sua prática do batismo infantil. “Os Campbelitas estabelecem umaordenança entre o pecador e o Salvador e, portanto, proíbem sua ilimitadaproximidade de Deus”. Os Episcopalianos da Inglaterra derivam seu sustento dogoverno e os Batistas são forçados a pagar para dar suporte a uma igreja emquem não acreditam. Dr. John Clifford, um notável pregador Batista, foi para acadeia vezes seguidas por sua recusa em pagar para ajudar a sustentar a IgrejaEpiscopal. Os Luteranos se uniram ao Estado e usaram seu poder para perseguir.Por exemplo, Henry Crant, Justice Muller e John Peisker, Batistas, foramdecapitados em Jena, em 1536 pelos Luteranos. Entre suas visões anunciadasestava a doutrina de que todas as crianças são salvas sem batismo. (Ver a obrade McArthur, Por Que Sou um Batista?). Os Presbiterianos consentiram coma união não santa da igreja com o Estado e também perseguiram. O partidoassumido por João Calvino, o fundador do Presbiterianismo ao queimar Seventus,o Anabatista na estaca é muito conhecida para mencionar em detalhes. OsCongregacionalistas perseguiram, pelo poder civil nos primeiros tempos coloniaisda América. Clark, Holmes e Candrall, líderes Batistas, foram multados, presose publicamente surrados em Boston. Ao perguntar qual lei de Deus ou dos homensele (Clark) tinha quebrado, Endicott lhe respondeu: “você negou o batismoinfantil e merece morrer”.

E posso acrescentar que nem toda a perseguição aos Batistas pertence aopassado. Em quase todo lugar hoje, onde os Batistas defendem toda a Bíblia epregam suas doutrinas, encontram perseguição. Eles são chamados de “estreitos”,“fanáticos” e são apontados com desprezo. Muitas vezes, por causa de suascrenças não lhes é permitido engajarem-se em todos os tipos de movimentos eprogramas sindicalistas e são amargamente criticados. Em meu próprioministério, minha própria igreja foi boicotada por membros de outrasdenominações porque preguei os ensinamentos do Novo Testamento a respeito dasordenanças. As formas de perseguição não são as mesmas dos dias idos, mas aperseguição, que não é menos real, muitas vezes ressurge por aqueles que nãodesposam o princípio puramente voluntário do Novo Testamento e dos Batistas.

Outra característica das igrejas de Cristo nos tempos apostólicos foi suaREVERÊNCIA PELAS ESCRITURAS E OS COMANDOS DO SENHOR DADOS A ELES ATRAVÉS DEHOMENS INSPIRADOS. A eles, a Palavra de Deus, contida no Velho Testamento ousaída dos lábios ou caneta de homens inspirados, era suficiente.

Os Cristãos daqueles dias não destruíram o Velho Testamento como os Modernistasde nossos dias, que o partem em pequenos pedaços e chamam um pedaço de documento“J” e outra parte de documento “E” e assim por diante. Para eles o VelhoTestamento não continha meramente uma revelação de Deus. Era A revelação. Elesreceberam os ensinos dos apóstolos como autoridade.

Aqui, novamente, distinguimos a semelhança entre as igrejas Batistas de hoje eas igrejas dos tempos antigos. Para os Batistas, as Escrituras do Velho e NovoTestamento constituem a autoridade final em todos os assuntos de crença eprática. A grande doutrina que constituia o alicerce onde todas as suasdoutrinas é: “a Bíblia, só a Bíblia é nossa única e suficiente regra de fé eprática”. Como alguém colocou habilmente: “se você não pode encontrar naBíblia, não é uma doutrina Batista. Se for uma doutrina Batista você podeencontrá-la na Bíblia”. Os Batistas acreditam que cada indivíduo tem o direitode ler e interpretar as Escrituras por si mesmo. Eles não acreditam em estudare interpretar à luz dos comentários de alguém, como fazem os CientistasCristãos, que a estudam à luz da obra “Ciência e Saúde” do Sr. Eddy, ouos Russolitas que a interpretam com a ajuda dos Estudos Bíblicos doPastor Russell ou os Católicos que, quando lêem a Bíblia, lêem a traduçãoimperfeita da versão Douay, à luz das interpretações Cristãs, anexadas a cadapágina, na forma de “notas”. Os Batistas acreditam que a Bíblia diz o que querdizer e significa o que diz e está escrita de modo a ser entendida pelaspessoas comuns. Eles não acreditam ser correto procurar justificar uma práticapor um conjunto de regulamentos delineados por homens falíveis.Consequentemente, uma coisa ser encontrada numa “Disciplina” ou “Catecismo” lheacrescenta muito pouco peso. Mas, enquanto essas coisas são verdadeiras, tambémé verdade que os Batistas sempre quiseram estabelecer suas crenças. Eles o fizeramrepetidamente na forma de “Confissões de Fé”. Essas confissões simplesmentecolocam diante do mundo sua interpretação do que a Bíblia ensina sobre assuntosfundamentais. Eles não amarram credos forçados sobre corpos Batistas, pois cadaigreja tem o privilégio de produzir sua própria declaração de fé.

Quais são as atitudes de outras denominações a respeito da Bíblia? Não é aatitude Batista, se não, não haveria a divisão que existe hoje. Muito é ditohoje sobre a união da igreja e os Batistas são muitas vezes acusados pelacondição cismática do Cristianismo. Mas pode-se dizer verdadeiramente que osBatistas estão prontos a se unirem sob o princípio da absoluta adesão ao NovoTestamento.

A visão Católica, por exemplo, é o oposto exato aos Batistas. Os Católicosacreditam no Papa como a fonte da doutrina e defendem sua infalibilidade emsuas decisões. Sobre esse ponto, temos a seguinte afirmação do Cardeal Gibbons:“quando surge uma disputa na igreja sobre o sentido das Escrituras, o assunto émencionado ao Papa para julgamento final. Ele pronuncia seu julgamento e suasentença é final, irrevogável e infalível”. Novamente, no mesmo livro (A Féde Nossos Pais), ele diz: “as Escrituras nunca podem servir como umacompleta regra de fé ou um guia completo ao céu, independente de um intérpretevivo autorizado”.

Outras denominações ocupam posições entre os Batistas e os Católicos. Asigrejas Luteranas, Episcopais e Metodistas são investidas com podereslegislativos amplos para lhes permitir fixar doutrina e conduta legislativapara congregações particulares e para indivíduos. Como já vimos, a AssembleiaGeral da Igreja Presbiteriana é investida com poder supremo em assuntos queafetam a doutrina e a política.

Há outra coisa considerada fundamental entre as igrejas do Novo Testamento eque foi o que deu o nome: “A COMPETÊNCIA DA ALMA DEBAIXO DE DEUS, NA RELIGIÃO”.“Todos nós prestamos contas de nós mesmos a Deus”. Esse é o ensino de Paulo.Cada alma é considerada competente para lidar com Deus sem a interferência desacerdotes humanos ou mediadores. A liberdade absoluta de consciência foipermitida e a coerção nunca deu bom resultado em assuntos pertinentes àreligião, como já foi indicado.

Nisso percebemos os Batistas como estritamente apostólicos. Os Batistas acreditamque o homem, como homem, tem a capacidade de conhecer Deus e, sob o poder doEspírito Santo, fazer a vontade de Deus. “Essa competência da alma debaixo deDeus”, como um autor colocou é, “ao mesmo tempo exclusiva e inclusiva. Excluitoda a interferência humana, toda a representatividade em religião, todas asideias de intervenção sacerdotal ou episcopal. Religião é um assunto entre aalma individual e Deus. Inclui todos os direitos de uma democracia absoluta econstitui, em cada crente, seu próprio sacerdote e rei”. Pode não estar fora delugar aqui citar o Dr. E. Y. Mullins sobre este ponto. Ele diz: “o significadoBíblico dos Batistas é o direito à interpretação privada e obediência àsEscrituras. O significado dos Batistas em relação ao indivíduo é a liberdade daalma. O significado eclesiástico dos Batistas é a membrania regenerada à igrejae a igualdade entre o sacerdócio e os crentes. O significado político dosBatistas é a separação da igreja e Estado. Todos eles crescem naturalmente e danecessidade a partir da doutrina da competência da alma na religião”.

E agora, vamos examinar brevemente outras denominações e não sua atitude nesseassunto. Todos os que conhecem a posição Católica admitirão prontamente que elaestá em direta antítese com a doutrina Batista da competência da alma.Enfatizando todo o esquema do Catolicismo Romano está a ideia de incompetênciada alma. Isto é visto na confissão auricular, a negação do direito àinterpretação privada da Bíblia, o batismo infantil, o monopólio sacerdotal aoselementos necessários à ”comunhão” e várias outras coisas.

O Protestantismo é uma mistura das posições Batistas e Católicas. Uma citaçãodo Dr. M. P. Hunt (A Fé Batista) tornará isto claro. Ele escreve: “emmuitas coisas o mundo Protestante está agora com os Batistas, mas em algumascoisas ainda se apega aos andrajos do Catolicismo. Como, por exemplo, oepiscopado, o batismo infantil e a regeneração batismal. Essas coisas são todasnão escriturais e primeiro viram a luz na Igreja Católica e foram nutridas porsua concepção não escritural da incompetência da alma na religião. Defendendo adoutrina da justificação pela fé, o mundo Protestante está junto com o Batista,enquanto, ao batizar suas crianças na igreja, durante a inconsciente infância,eles estão junto com os Católicos. Na questão da liberdade civil e religiosa, omundo Protestante na América agora está em total simpatia com a posiçãoBatista, enquanto as igrejas que mantém forma de governo Episcopal tem a mesmaposição dos Católicos. Tome-se as ‘Disciplinas’, que tem menos de cemanos e elas estão junto com os Batistas na questão do batismo dos crentes, masao mesmo tempo, estão junto com os Católicos na defesa do batismo comoessencial à salvação”.

Outras características das igrejas apostólicas poderiam ser citadas e suaidentidade com as características Batistas serem estabelecidas. Mas já se disseo suficiente, com bastante certeza, para demonstrar que os Batistas sãoapostólicos em relação à sua fé e prática. Quem lê o Novo Testamento só poderáver a identidade doutrinária dos Batistas de hoje com as igrejas do NovoTestamento. Dr. A. T. Robertson dissera: “dê a um homem um Novo Testamento euma boa consciência operante e um Batista será o resultado certo”. Exemplos sãoregistrados em que várias denominações têm buscado atrair à sua igreja um novoconvertido e, como regra, quando se anuncia que o indivíduo está fazendo umestudo do Novo Testamento e deixará que este o guie, normalmente se percebe queos Batistas venceram.

Se eu quisesse usar bastante espaço, poderia citar na íntegra um relato de I.N. Yohannan, um persa convertido pela pregação de um missionário Presbiteriano,mas que, ao ler o Novo Testamento, veio da Pérsia a New York para ter umbatismo Batista. Eu poderia contar a história de John G. Oncken e sua famíliaem Hamberg, Alemanha. Eles, tornando-se crentes e por não terem guiaseclesiásticos, se puseram a estudar o Novo Testamento com esse resultado: UMAIGREJA BATISTA! Eu poderia falar de Judson e Rice, que foram enviados a umcampo estrangeiro por outra denominação e durante sua viagem estudaram o NovoTestamento e chegaram ao seu campo com convicções que os levaram a se unir auma igreja Batista, mesmo que isso tenha significado para eles renunciar aosustento daqueles que os enviaram. Eu poderia contar como no Estado da Paraíba,Brasil, homens foram convertidos sob a pregação de um missionário Presbiterianoe se tornaram Batistas na crença pela leitura do Novo Testamento. Eles forampara a cidade onde agora eu resido (Estado de Pernambuco) a um pregador Batistapara vir batizá-los.

É certamente verdade que, julgados pelo teste doutrinário, os Batistasvalidaram sua reivindicação da perpetuidade da igreja!

 “Alguns dizem que os Batistas não podem rastrear sua história através dosséculos por causa das irregularidades das crenças entre as seitas dissidentes.Bem, quando lembramos que as verdadeiras igrejas de Cristo têm sido perseguidasem todas as épocas e levados às escuras cavernas e à solidez das montanhas, como que seus inimigos afirmam sobre eles, podemos esperar que algumas diferençasapareçam entre eles. Mas estarão os Batistas de hoje livres dessas pequenasdiferenças? O fato é que temos muitos Batistas Unitários entre nós no momentopresente que estão tentando sair de nossa comunhão”.

J. L. Smith, em “A Lei Batista da Continuidade”.


VIII. Pontos a Serem Lembrados

Vimos, no capítulo anterior que todas as igrejas e denominações,com a única exceção das igrejas Batistas, se originaram em tempos pósapostólicos e, além disso, que sua origem pode ser rastreada a um chefe efundador humano. Aplicando o teste histórico de Jesus, que requer que averdadeira igreja deve ter tido a Ele, como Fundador, e deve ter sidoperpetuada através de todos os tempos, eliminamos todas as igrejas, salvo asBatistas. No capítulo anterior aplicamos o teste doutrinário, com os resultadosde que somente as igrejas Batistas sejam apostólicas em doutrina, forma eprática. Outras denominações, já vimos, falharam neste teste. Cada uma delas mostrandoamplo afastamento da doutrina e prática apostólicas. Já se tornou aparente queas igrejas Batistas são idênticas às igrejas da época do Novo Testamento e,consequentemente podem corretamente requerer serem as verdadeiras igrejas deCristo. Porém, não nos deteremos aqui. Propusemos no início dedicar algum tempoa provar a perpetuidade da igreja Batista por afirmações de confiáveishistoriadores.

Antes de lermos o testemunho dessas testemunhas históricas, pode serimportante, por clareza, falar brevemente de vários assuntos mais ou menos arespeito dessa questão. Esses pontos, indicados numericamente são:

1. Que se possa ter em mente, conforme indicado no início,que os Batistas não tentam estabelecer sua posse do nome Batista. Alguns dizemque as igrejas Batistas não são as verdadeiras igrejas porque não são chamadaspelo nome Batista no Novo Testamento. O fato claro é que eles não eram chamadospor qualquer nome que os distinguisse naquele tempo, mas simplesmenteconhecidos como “igrejas”. E por quê? Claramente porque todas as igrejas eramentão de uma só fé e consequentemente não precisavam de nome, exceto pelo localda igreja, por exemplo, a “igreja de Antioquia”, “de Corinto”, etc. Mas logo sepode ver que à medida do passar do tempo, organizações espúrias chamando a simesmas de igrejas brotaram e nomes distintos vieram a ser usados pornecessidade. Como para os Batistas, eles foram chamados por diferentes nomes aolongo dos séculos. Esses nomes eram jogados sobre eles por seus inimigos e perseguidores,como antes tentei mostrar. Às vezes, em um país certo nome lhes era aplicado,enquanto, ao mesmo tempo recebiam outro nome em outra terra. Os mesmos tipos deigrejas existiram, caracterizadas pela mesma doutrina e vida evangélica, mas osnomes que portavam eram diferentes. É muito fácil entender porque isso teriaacontecido quando as igrejas eram amplamente separadas e quando havia poucaintercomunicação. Nos dias coloniais da América, os batistas eram muitas vezeschamados de “Anabatistas” e “Catabatistas”. De fato, ao ler alguns documentoshistóricos relativos à história do Kentucky, descobri que os Batistas eramchamados de Anabatistas. Bem certo que a queda do “Ana” de forma alguma mudouas características das igrejas. Nem os Waldenses mudaram quando, ao longo dotempo vieram a ser chamados de Anabatistas. Então o importante não era aidentidade do nome, mas a continuidade da doutrina e da vida, mantidas porpessoas que se reuniam como corpo de crentes batizados em Cristo.

2. Lembremo-nos que os que negam a perpetuidade Batistadiferem muito de quanto os Batistas tiveram sua origem. Sua grande incerteza esua completa divergência de opinião sobre a questão é em si um bom argumentopara a coisa a que se opõem. Dr. W. A. Jarrell, ao preparar seu manuscrito paraseu livro Perpetuidade há alguns anos, escreveu algumas cartas a algunsoficiais e estudiosos de igrejas Católicas e Protestantes, perguntando:“quando, onde e por quem a primeira igreja Batista se originou?” As respostasrecebidas mostraram desesperança, confusão e incerteza. Esses homens, semquerer aceitar que a primeira igreja que sempre existiu foi uma igreja Batista,foram muito pressionados a encontrar uma resposta e suas respostas falharam naconcordância umas com as outras.

Permita-me ilustrar mais este ponto: tenho aqui em minha mesa dois livrosescritos por homens que violentamente se opuseram à ideia da perpetuidadeBatista. Datando a origem dos Batistas, um diz que os Batistas começaram naAlemanha em 1521 por Nicholas Stork. O outro diz que a primeira igreja Batistafoi fundada em Amsterdã por John Smith, um inglês, em 1607. O fato é que os quenegam que Jesus iniciou a primeira igreja Batista em Jerusalém simplesmente nãoconseguem apontar a data do início da primeira igreja Batista e o homem que ainiciou. Não conseguem nomear corretamente da data porque ela não existe! Nãoconseguem nomear o homem desse lado de Cristo, porque ele nunca viveu!

3. Note a confusão que prevalece entre os que afirmam queJesus não encontrou a assembleia local, mas uma “Igreja invisível universal”.Por exemplo, Dr. C. I. Scofield em sua “Síntese da Verdade Bíblica”, dizque ecclesia é usada no Novo Testamento em quatro sentidos diferentes: “Paradesignar todo o corpo de redimidos durante a atual dispensação, designar umaigreja local, designar grupos de igrejas locais e designar a igreja visível oucorpo de crentes professos sem referência a localidade ou números”. A confusãoaqui fica pior! Quem pode ler o Novo Testamento com mente não tendenciosa e tera impressão que Jesus fundou vários tipos diferentes de igrejas? Esseensinamento só surgiu como uma necessidade teórica. Mais, descobrimos que a Confissãode Westminster contém ainda outra concepção de igreja em que os que nuncase tornaram crentes são membros. Essa confissão diz que a igreja consiste “detodos aqueles em todo o mundo que professam a verdadeira religião, juntos comseus filhos”.

4. Há aqueles que prontamente admitem uma perpetuidade dosprincípios Batistas, mas não querem admitir a perpetuidade das igrejasBatistas. Por exemplo, H. C. Vedder, em sua Breve História dos Batistas,dedica a maior parte da sua introdução em um argumento contra a perpetuidadedos Batistas, então, estranho dizer, começa sua história dos Batistas nostempos do Novo Testamento. Ele não admite a continuidade das igrejas Batistas,mas dedica mais de duzentas páginas ao que chama de “História dos princípiosBatistas”. Surge imediatamente essa questão: se os princípios Batistas tiveramexistência contínua desde os tempos apostólicos, então certamente devem terexistido pessoas que defenderam tais princípios. Pois a perpetuidade dosprincípios Batistas necessariamente envolve o fato que viviam indivíduos que osdefendiam. Os indivíduos que defendiam princípios Batistas não eram Batistas? Eas igrejas compostas de tais indivíduos não eram Igrejas Batistas individuais?Se não, estou bastante interessado em saber que tipo de igrejas elas eram. Aposição de ter havido uma perpetuidade dos princípios Batistas, mas não de Batistasé ilógica e uma pessoa de mente reflexiva ficaria doente mantendo tal posição.

5. Ninguém pode negar que deve ter havido desde os dias dosapóstolos, empresas, congregações e seitas de Cristãos dissidentes das formasestabelecidas e comumente aceitas. Quando as igrejas que prevaleceram caíram emerros e abandonaram o ensino evangélico, os que continuaram piedosos sesepararam da multidão e adoravam e serviam a Deus conforme seu entendimento dasEscrituras. Essas pessoas, verdadeiras no ensino apostólico, constituindo nomais estrito sentido o que restava da verdadeira igreja de Cristo, foramamargamente perseguidas, chamadas de “heréticas”, e recebendo toda sorte denomes odiosos. E porque usavam normalmente os nomes que lhes eram aplicadospelo ódio dos seus inimigos, os nomes variavam. Consequentemente seria tolo,pelo fato do nome Batista não poder ser rastreado sucessivamente até os temposapostólicos, negar que as pessoas que defendem os princípios Batistas e, nosentido real, que os Batistas tenham existido.

6. “Muitas vezes são feitas objeções a rastrear os descendentesBatistas através das assim chamadas seitas” dissidentes que existiram desde ostempos do Novo Testamento, com base de que havia irregularidades entre elesquanto à doutrina e prática. Algumas das igrejas incluíam sob o mesmo nome aspessoas através das quais os Batistas acompanham sua perpetuidade, praticavamcoisas fora de harmonia com as coisas que os Batistas praticam hoje. Portanto,é questionável que os Batistas errem ao afirmar parentesco com eles. Vamospensar sobre essa objeção por alguns momentos. Deveria ser evidente para quempensar sobre essas igrejas, absolutamente independente, reunidos de nenhumaforma orgânica fechada, conduzidas ao isolamento, divididas e separadas porperseguição, em qualquer probabilidade virem a diferir de certa forma emassuntos menores de doutrina e política. Mais, alguns poderiam até se afastartanto do ensino das Escrituras que seriam indignas do nome nascido delas. Nãohá dúvida que isso aconteceu em muitos exemplos entre as pessoas por quem osBatistas delineiam descendência. Historiadores tendenciosos usam exemplos maisou menos isolados e os magnificaram numa tentativa de mostrar que toda a“seita” não era Batista em suas doutrinas e práticas. Sob o mesmo princípio sequestionaria que certas igrejas da era apostólica não seriam verdadeirasigrejas. Por exemplo, a igreja em Corinto era muito imperfeita. Existiamirregularidades e ninguém afirma que ela não era uma verdadeira igreja de Cristo.Poder-se-ia magnificar as irregularidades e variações que existem entre asigrejas Batistas do Norte e do Sul ou entre os Batistas do Sul e os do Canadáou da Inglaterra e erroneamente concluir que eles não devam ser classificadoscomo o mesmo povo. E de fato, há igrejas que se autodenominam Batistas que semdúvida se afastaram das Escrituras e não são mais verdadeiras igrejas Batistas.É muito injusto, porém, julgar um povo como um todo pelas ações de algumasigrejas que passam longe da verdade. Avaliando-as adequadamente, devemosdescobrir o que eles pensam na essência. Devemos nos certificar, quais eram osprincípios que em geral os caracterizava.

Devemos nos lembrar que muito do que está registrado sobre aqueles quedefenderam a visão Batista em épocas passadas veio das canetas de seusadversários. Os que escreveram sobre eles em geral odiavam esses “dissidentes”com ódio mortal e maligno e não tinham escrúpulo em persegui-los até a morte. Otestemunho de tais testemunhas pode ser considerado como confiável? Muitasvezes encontramos historiadores, até alguns que se dizem Batistas querendocaracterizar os Batistas dos tempos passados conforme os registros de seusperseguidores, que se deliciavam com nada menos do que exagerar suas faltas.Estranho dizer, alguns historiadores parecem dar mais credenciais às afirmaçõesde seus inimigos do que as contidas nos escritos existentes desses própriosCristãos. Parece-me que as histórias de Newman e Veddre chegam a esse extremomencionado. Comparei seus escritos sobre os vários corpos de Cristãos queestiveram em Roma nos primeiros tempos, com os escritos de outros historiadoresBatistas. Não fui capaz de me manter neutro em sentimentos e senti que elesfizeram a esse povo uma profunda injustiça. Aqueles nobres homens e mulheresque mantiveram vivas as grandes doutrinas da fé do Novo Testamento através dostempos sangrentos de perseguições, que mantiveram a religião evangélica em faceà apostasia Romana, muitas vezes ao custo da própria vida, certamenteaguentaram bastante durante suas vidas sem ter perpetuado contra sua memória,por historiadores tendenciosos, as calunias de seus inimigos.

7. Deve-se bem perguntar neste momento: quanto uma igrejapode se afastar da verdade e ainda ser uma igreja do Novo Testamento? Os queafirmam que Montanistas, Novatistas, Paulicianos, Waldenses, etc. eram muitoheréticos para se parecerem com os Batistas, deveriam ponderar essa questão.Mesmo o Dr. A. H. Newman reconhece que as igrejas podem ter irregularidades eainda serem igrejas do Novo Testamento, pois em sua história do“Antipedobatismo”, pág. 28, ele diz: “pode-se admitir que uma igreja possacometer graves afastamentos em doutrina e prática do padrão apostólico, semdeixar de ser uma igreja de Cristo”. Se podemos determinar até onde uma igrejapode se afastar da verdade e ainda permanecer uma igreja do Novo Testamento,deveremos então estar preparados para examinar as crenças dos vários partidos e“seitas” dos tempos antigos para determinar se podemos rastrear com justiça osBatistas através deles.

Na questão sobre o que se constituia uma igreja do Novo Testamento, quero citarcom aprovação as palavras do Dr. T. T. Martin, encontradas em seu esplêndidolivro sobre a igreja do Novo Testamento. Ele diz: “Somente duas doutrinas sãoessenciais para uma igreja do Novo Testamento. Outras doutrinas sãoimportantes, preciosas, mas só duas são essenciais a uma igreja do NovoTestamento. Elas são: o MODO DE SALVAÇÃO e o MODO DE BATISMO. A Comissão deixaisso claro. Mateus 28: 19-20: ‘Portanto ide, fazei discípulos de todas asnações, batizando-os...’ (ACF). Um corpo de pessoas defendendo essasduas doutrinas e nessa ordem do Novo Testamento podem estar em erro em outrasdoutrinas e ainda ser uma igreja do Novo Testamento. Por exemplo: se houver noOcidente uma igreja chamada de ‘Batista’ que defende a imersão para o batismo,mas não aceita o modo de salvação do Novo Testamento, então não é uma Igreja doNovo Testamento. Se houver uma igreja em New York ou na Inglaterra chamada de‘Batista’ que defende o modo de salvação do Novo Testamento, mas não defende aimersão no batismo, então não é uma igreja do Novo Testamento. Se há uma igrejachamada ‘Batista’ que defende o modo de batismo do Novo Testamento, mas apessoa pode ser batizada antes de ser salva, então não é igreja do NovoTestamento”.

Tem havido igrejas Batistas em tempos recentes que praticavam o lava pés.Outras tiveram visões erradas em relação ao Sabat. Em nossos dias conheciigrejas Batistas no Norte com uma mulher como pastora e conheci igrejas queadotam vários planos não escriturais para realizar seu trabalho. Mas nenhumadessas coisas lhes permitiu deixar de ser igreja do Novo Testamento. Assim comoum Cristão pode ser desobediente e ainda permanecer Cristão, assim uma igrejapode ser desobediente e ainda permanecer igreja do Novo Testamento, emboraconscientemente e indignamente. Pois, repitamos, segundo os termos da Comissão,duas doutrinas e somente duas são essenciais a uma igreja do Novo Testamento: OMODO DE SALVAÇÃO E O MODO DE BATISMO.

“Esta igreja não foi engolida pela Igreja Católica e não deixou de existir nasEras Negras como professos Protestantes, mas de fato têm uma linha contínua deigrejas em todos esses séculos, sob vários nomes, mas mantendo os mesmos princípiosque a igreja fundada por Cristo e que as verdadeiras igrejas Batistas mantémhoje. Não houve igrejas Protestantes reais até o século dezesseis. Quemforneceu os milhões de mártires, quem foi cruelmente posto à morte pela IgrejaCatólica? Só há uma resposta: eles eram Batistas”.


J. T. Moore, em “Por Que Sou um Batista”.

 


IX. Os Batistas Sob Outros Nomes

Tocamos no fato que desde o tempoem que a corrupção começou a ganhar ascendência e a ordem de Deus começou a serpervertida e mudada, tem havido dissidentes, os que protestaram contra o mal ea corrupção e se uniram para viver e agir conforme os ensinamentos dasEscrituras. Os que mantiveram a forma, doutrina e ensinamentos do NovoTestamento eram tidos pelas igrejas corruptas como “seitas” e eram denunciadoscomo “heréticos”. Todos os historiadores admitem que essas “seitas” ou“heréticos” existiram em todas as épocas.

Nessas igrejas, que se mantiveram no ensino do Novo Testamento contra acorrupção, houve líderes e homens ilustres que se tornaram extremamente bemconhecidos e bem odiados porque ousaram enfrentar a causa da verdade contra aapostasia. Em muitos exemplos, um grande número daqueles que mantiveram averdadeira fé se aplicou a eles o nome do seu líder. Quando um novo nomepassava a ser aplicado aos que defendiam as crenças Batistas, os historiadoresescrevem como se uma nova seita fosse inaugurada. Na verdade era apenas um nomeque inaugurava um grito dos inimigos. Um novo nome se aplicava ao mesmo povo,mantendo as mesmas crenças peculiares e de forma alguma mudando-as.

Agora, antes de eu começar a sugerir alguns dos povos dos tempos antigosatravés de quem os Batistas podem adequadamente afirmar sua continuidadehistórica, permita-me enfatizar dois pontos que peço ao leitor manter em menteem toda a leitura de todo o capítulo. Primeiro, o que estou procurandoestabelecer é que sempre houve, desde os tempos de Cristo, grupos de indivíduosque mantiveram os pontos essenciais da fé do Novo Testamento e que se mantinhamreunidos em igrejas essencialmente Batistas em fé e prática. Segundo, só duasdoutrinas são essenciais a uma igreja do Novo Testamento: o modo de salvação eo modo do batismo. Se um grupo de igrejas são impactantes nesses dois pontoscardeais elas podem ser corretamente chamadas de igrejas Batistas. Não hádúvida que, devido às circunstâncias que prevaleciam e onde poderíamoslucrativamente nos demorar se o espaço permitisse, algumas das “seitas” tinhamirregularidades entre eles. Algumas das pessoas que mencionarei tinham ideiaserradas e faziam concessões em algumas extravagâncias. Porém, se eu pudermostrar que eles mantinham puras as duas doutrinas cardinais mencionadas comoessenciais a uma igreja Batista, eu terei provado minha afirmação que eles eramBatistas. É defendido contras alguns dos “dissidentes”, por exemplo, que elestinham ideias extravagantes sobre a Segunda Vinda de Cristo. Isso não osdesqualifica de serem Batistas. Assim foram os Tessalonicenses que tinham essasvisões erradas e Paulo teve que escrever II Tessalonicenses, para corrigi-los.

Assim alguns Batistas de hoje que vão ao extremo de realizar programas eeventos ligados ao retorno de Cristo.

Mas prossigamos com notas bem breves sobre algumas “seitas” que mantinhamseparação do movimento que veio a ser conhecido como Catolicismo. Podemoscomeçar bem com os Montanistas.

1. MONTANISTAS. Sei bem que alguns historiadores Batistaslevantam suas mãos com horror ao pensamento de que os Batistas afirmamsemelhança com os Montanistas (cf. Newman e Vedder). Com antipatia preconcebidasobre a ideia da continuidade Batista, eles procuram desenhar um quadro obscurodas antigas “seitas”, como as chamam, quando possível. De muitos historiadoresrecebi informações sobre os Montanistas. Minha conclusão é que suas irregularidadesforam muito exageradas. Em algumas das igrejas houve irregularidades, semdúvida, mas estou convencido que no todo, eles foram um povo grande e bom,defendendo as doutrinas essenciais a uma igreja Batista. Vamos rever asafirmações dos historiadores sobre eles:

Vedder diz (Breve História dos Batistas, págs. 58, 62): “eles claramenteapreenderam a verdade que uma igreja de Cristo deve consistir só deregenerados, claro, os Montanistas imersos, e nenhum outro batismo até ondesabemos, era praticado por ninguém no século dois. Não há evidência quebatizavam crianças e seu princípio de uma membrania de igreja regeneradanaturalmente requeria somente o batismo de crentes”.

Deveríamos nos envergonhar por afirmar semelhanças com essas igrejas, compostasde pessoa regeneradas, devidamente imersas sob profissão de fé em Cristo?

Mas leiamos mais sobre os testemunhos de historiadores.

O “Montanismo” era um protesto contra a corrupção, um viver de pecado e umadisciplina frouxa. A substância da luta dessas igrejas era por uma vida noespírito. Não era uma nova forma de Cristianismo. Era uma recuperação da antigae primitiva igreja estabelecida contra a corrupção óbvia do Cristianismo deentão. A antiga igreja demandava pureza. A nova igreja tinha lutado por umabarganha com o mundo e se acomodou confortavelmente com ele e eles, portanto osquebraram”. (Moeler, Montanismo, na Enciclopédia Schaff-Herzog).

“Como não havia naquele tempo qualquer afastamento da fé em ação, o sujeito dobatismo, governo da igreja ou doutrina, os Montanistas, nesses pontos, erambatistas” (Jarrel, Perpetuidade, p. 69).

O “Montanismo” continuou por séculos e finalmente se tornou conhecido poroutros nomes (Eusebius, História da Igreja, p. 229, nota de Dr.McGiffert).

“A seriedade de sua doutrina ganhou neles a estima e confiança de muitos queestavam longe de aceitar uma ordem inferior”. (Mosheim, HistóriaEclesiástica, vol. 1-p. 233).

“O Montanismo é mais bem conhecido como uma reação contra uma condição daigreja e da vida Cristã, que parecia aos Montanistas ter sido jogada muitobaixo e também ter decaído com a autoridade do Estado”. (História, deArmitage, p. 175).

“Os Montanistas afirmavam que nas igrejas deveriam estar confinadas pessoaspuramente regeneradas e que a vida espiritual e a disciplina deveriam sermantidas sem qualquer afiliação com a autoridade do Estado”. (História, deArmitage, p. 175).

“Montanus foi acusado de supor ser o próprio Espírito Santo, o que seriasimplesmente uma calunia” (História, de Armitage, p. 175).

“A história ainda não livrou os Montanistas da distorção e tendenciosidade quepor muito tempo os considerou inimigos de Cristo, enquanto, de fato, eleshonestamente, mas em alguns casos erroneamente, trabalharam para restaurar asemelhança com Cristo das igrejas que tanto se afastaram Dele”. (História, deArmitage, p. 176).

2. OS NOVATIANOS. Eles foram chamados assim por causa dolíder do movimento puritano, que se chamava Novatio. Ele era um membro daigreja de Roma plantada por Paulo, mas que se tornou tão corrupta que aseparação foi necessária para preservar a fé. Dos Novatianos, Dr. J. B. Moodydiz: “eles nem começaram nem propagaram uma seita. Outros seguiram seu exemploao se separarem das igrejas corruptas e assim seguiram o comando divino e assimseu caminhar foi ordenado. Os desordeiros constituíam a apostasia”.

Robinson diz (Pesquisas Eclesiásticas, p. 126): “uma maré de imoralidadepermeou a igreja, os Novatianos desistiram e muitos com eles. Grande númeroseguiu seu exemplo e em todo o Império igrejas puritanas foram constituídas efloresceram nos duzentos anos seguintes. Após, quando as leis penais osobrigaram a se esconder pelas esquinas e adorar a Deus em segredo, elespassaram a ser chamados por vários nomes, e uma sucessão deles continuaram atéa reforma”. Vedder diz: (Breve História, p. 64): “os Novatianos foram osprimeiros Anabatistas. Recusando-se a reconhecer como válido o ministério e osacramento dos seus oponentes e afirmando serem a verdadeira igreja, eles foramlogicamente compelidos a rebatizar todos que vieram a eles. O grupo ganhougrande força na Ásia Menor, onde muitos Montanistas se juntaram a eles”.

O Dr. J. T. Christian, em sua recente História Batista, mostra que osNovatianos mantiveram a independência das igrejas e reconheceram a igualdade detodos os pastores em relação à dignidade e autoridade.

O Dr. J. B. Moody, após estudar os Novatianos à luz de uma dúzia ou mais dehistoriadores, diz sobre Novatio: “Ele lutou para que a salvação fosse do Senhor,pela Graça através da fé”.

Sem multiplicar as citações, descobrimos que os Novatianos eram Anabatistas,defendendo a visão escritural do modo da salvação, pureza na vida e purezaescritural em relação à sua concepção do ministério e governo da igreja. Nãovejo razão por que os Batistas não devem rastrear a continuidade de suaexistência através deles.

3. OS DONATISTAS.  O Dr. J. B. Moody, que leuamplamente sobre os assuntos pertinentes à história da igreja, diz, em relaçãoaos Donatistas: “aqueles que lutaram bravamente pelo padrão original eramchamados em alguns países Novatianos e em outros, Donatistas. Esses homens nãooriginaram seitas, mas se separaram da crescente apostasia e perpetuaram asverdadeiras igrejas”.

No caso dos Donatistas, a separação da corrupção ocorreu no ano 311 A.D.

O historiador francês Crespin nos dá sua visão: “Primeiro pela pureza dosmembros da igreja, afirmando que ninguém deveria ser admitido na igreja se nãocomo verdadeiros crentes e verdadeiros santos. Segundo, pela pureza dadisciplina da igreja. Terceiro, pela independência de cada igreja. Quarto, elesbatizaram novamente aqueles cujo primeiro batismo tinha razão para duvidar.Eles foram consequentemente rebatizadores ou Anabatistas”.

Dai parecer que eles mantinham as doutrinas essenciais a uma igreja Batista.Curtis diz (Progresso dos Princípios Batistas, p. 21): “os Donatistasparecem ter formado o germe dos Waldenses”.

Benedict diz (História da Igreja, p. 4): “Após os Donatistas surgirem,eles (os Montanistas) eram com frequência chamados por esse nome”.

Jones diz (História da Igreja Cristã): Dificilmente havia uma cidade oupovoado na África onde não houvesse uma igreja Donatista.

4. OS PAULICIANOS. O Dr. J. T. Christian diz, em sua HistóriaBatista, págs. 76 e 77: “as igrejas Paulicianas eram de origem apostólica eforam plantadas na Armênia no século um”.

Um livro antigo sobre os Paulicianos chamado A Chave da Verdade foidescoberto há alguns anos pelo Dr. Coneybeare de Oxford. Nesse livro, osPaulicianos afirmam sua própria origem apostólica. O Dr. Coneybeare, quetraduziu A Chave da Verdade e que provavelmente é a maior autoridadesobre os Paulicianos, nos diz que os Paulicianos e Bogomilos foram perseguidos,mas persistiram aqui e ali em muitos lugares escondidos até a Reforma, quandoreapareceram sob a forma de Anabatismo”.

Mosheim diz: “eles batizaram e rebatizaram por imersão. Eles foram tomados comoAnabatistas inferiores”.

Dr. Christian diz: “as visões Batistas prevaleceram entre os Paulicianos. Elesafirmavam que os homens devem se arrepender e acreditar e então na idade madurasolicitar o batismo, que somente ele os admitiria na igreja”.

Abney diz (Igrejas Gregas e Orientais, p. 217): “é bastante argumentávelque eles (Paulicianos) deveriam ser vistos como representantes da sobrevivênciade um tipo mais primitivo do Cristianismo”.

Das referências acima se pode ver que os Paulicianos reivindicaram a origemapostólica, mantiveram as doutrinas batistas e persistiram até ser absorvidospelo movimento Anabatista.

5. OS ALBIGENSES. Muitos historiadores como Mosheim, Gibbon,Muratori, Coneybeare e outros vêem os Paulicianos como os antecessores dosAlbigenses e de fato as mesmas pessoas se salvam só pelo nome. Dr. Christian afirmaem sua história, antes mencionada, que autores recentes afirmam que osAlbigenses estiveram nos vales da França desde os primeiros tempos doCristianismo. Por causa da perseguição raramente deixaram traços de seusescritos, de modo que nosso conhecimento sobre eles não é completo comodesejaríamos. Jones, na História já mencionada diz que eles mantinham as duasdoutrinas necessárias às igrejas do Novo Testamento. Também nos diz que elesrejeitavam o batismo infantil.

Outras “seitas” que mantinham em comum as doutrinas do Novo Testamento, maseram chamados por nomes como Petrobrussianos, Henricanos, Arnoldistasexistiram, mas o espaço não me permite um relato detalhado sobre eles. Deles, oDr. A. H. Newman diz (Pesquisas Recentes Sobre Seitas Medievais, p.187): “há muita evidência sobre a persistência no norte da Itália e sul daFrança, desde tempos antigos, de tipos evangélicos de Cristianismo”.

6. OS WALDENSES. A ligação próxima dos Waldenses com ospovos aqui mencionados reconhecida pelos historiadores. Jones diz (História,vol. 2, p. 4): “quando os papas emitiam suas fulminações contra eles (osAlbigenses) expressamente condenaram-nos como Waldenses”.

Alguns tentaram atribuir o início dos Waldenses a Pedro Waldo e fazê-lofundador, mas sem sucesso. Pedro Waldo não começou os Waldenses, nem foramchamados depois dele, pois ele e os Waldenses têm seus nomes na mesma origem.Sobre esse ponto Jones diz (História, vol. 2): “as palavras simplesmentesignificam vales’, habitantes e não mais”. Pedro Waldo era assim chamado porqueera um ‘homem do vale’. E era apenas um líder de um povo que existia há muitotempo. Os Waldenses defendiam a opinião que eram de origem antiga everdadeiramente apostólica. Em relação a algum modo histórico de lidar comeles, Jones observa: “o caráter muito genérico dos Waldenses é negligenciadopor muitos escritores respeitando a comunidade tão espalhada a que se aplicava.Eles se espalharam por toda a Europa por vários séculos. Qualquer que fosse onome local que portassem, os Católicos os chamavam todos eles de Vudois ouWaldenses”.

Sobre sua origem, Vedder diz (História Breve, p. 122): “os Waldenses, emsua história antiga, parecem ter sido pouco mais que Petrobrussianos sob umnome diferente. As doutrinas dos Waldenses antigos são substancialmenteidênticas às dos Petrobrussianos, com os perseguidores de ambos comotestemunhas”.

Alguns tentaram fazer parecer que os Waldenses praticavam o batismo infantil.Claro, como indiquei de modo precioso, um povo tão espalhado, com igrejas emtantos locais, pode ser que em algumas delas houvesse práticas heréticas. Masmeu estudo sobre os Waldenses, a partir de muitas fontes levaram-me a concluirque acusar os Waldenses genericamente como tendo praticado batismo infantil, éum erro básico. Concordo com Dr. Christian quando diz: “não há relato de que ospróprios Waldenses nunca teriam praticado batismo infantil”.

Das doutrinas defendidas pelos Waldenses, Vedder tem isso a dizer (HistóriaBreve, págs. 123, 124): “os escritores romanos antes de 1350 atribuiram osseguintes erros aos Waldenses: 1) eles afirmaram que as doutrinasde Cristo e dos apóstolos, sem os decretos da igreja, eram suficientes para asalvação. 2) eles diziam que o batismo não salvava criancinhasporque elas nunca estarão aptas realmente a crer. 3) eles afirmamque somente eles são a igreja de Cristo e os discípulos de Cristo. Eles são ossucessores dos apóstolos”.

Vedder também continua dando uma lista de outras crenças mantidas por eles eparecidas com as defendidas pelos Batistas de hoje. Então acrescenta: “tambémencontramos atribuídos a eles certos dogmas que depois foram característicosdos Anabatistas. Mantendo essa visão, eles eram os ancestrais espirituais dasigrejas Anabatistas”.

O historiador Keller tem isso a dizer: “muitos Waldenses consideravam, comosabemos com precisão, por batismo na fé (profissão de fé) ser em conformidadecom as palavras e exemplo de Cristo”.

Ninguém pode fazer um estudo dos Waldenses e deixar de ver rapidamente que elesmantêm as duas doutrinas essenciais a uma igreja Batista. Eram um grande enobre povo que mantinha a verdadeira fé em face de uma perseguição amarga equase contínua. Os Batistas não precisam sentir vergonha de parecer com eles.

7. OS ANABATISTAS. Há muita evidência que os Walsensesvieram a ser conhecidos mais tarde como Anabatistas. A Reforma deu oportunidadepara as várias “seitas” de esconder o que hoje em dia identificamos comoBatistas para vir e se declararem. Essas odiadas assim chamadas “seitas” vierama ser conhecidas pelo nome geral de “Anabatistas”. Dr. Vedder diz: “é curioso einstrutivo o fato que as igrejas Anabatistas do período da Reforma eram muitonumerosas precisamente onde os Waldenses de um século ou dois antesfloresceram. Houve uma íntima relação entre os dois movimentos, de pouca dúvidapara quem estudou esse período e sua literatura. A tocha da verdade foicarregada de geração a geração”.

Da mesma forma, Dr. Christian diz: “nesses locais onde os Waldensesfloresceram, ali os Batistas plantaram profundas raízes. Muitos pregadorescapazes dos Waldenses se tornaram amplamente conhecidos como ministrosBatistas. Muitos detalhes marcaram os Waldenses e os Batistas como da mesmaorigem”. Novamente, ele diz, com referência aos Waldenses e Paulicianos: “emmeu julgamento ambos os grupos eram Batistas”.

Se perguntarmos a opinião dos hostis, encontramos Baronius, o ilustrehistoriador Católico, dizendo (Batismo de Danver, p. 253): “os Waldenseseram Anabatistas”.

Novamente, Vedder, que, lembremos, é hostil à ideia da perpetuidade Batista,tem isso a dizer (Breve História, p. 130): “essas igrejas Anabatistasnão foram gradualmente desenvolvidas, mas parecem totalmente formadas a partirda primeira. Completa em política, impactante em doutrina, estrita em disciplina.Será impossível relatar esses fenômenos sem supor uma causa de longaexistência. Embora os Anabatistas apareçam de repente nos registros de tempocomo contemporâneos à Reforma Zwingliana, suas raízes devem ser buscadas emhistória bem anterior”. Depois, ele diz nas págs. 136 e 143: “os Anabatistas,como os Batistas de hoje, questionavam que não há comando ou exemplo de batismoinfantil no Novo Testamento e que a instrução e crença são reunidas antes dobatismo. Os ensinos dos Anabatistas suíços são perfeitamente conhecidos paranós a partir de três fontes independentes e mutuamente confirmatórias: otestemunho de seus oponentes, os fragmentos de seus escritos que permanecem esua Confissão de Fé. Essa última é o primeiro documento desse tipo conhecidocomo existindo. Foi emitido em 1527. Ensina o batismo somente de crentes, opartir do pão só pelos que foram batizados e inculca uma disciplina pura. AConfissão corresponde às crenças  defendidas pelas igrejas batistas dehoje. É significativo que o que é apropriadamente chamado de ‘comunhão fechada’é encontrado como os ensinamentos dos documentos Batistas existentes maisantigos”.

Fecho minha discussão sobre os Anabatistas com uma citação do Dr. W. D. Nowlin(Fundamentos da Fé):

Sobre a origem dos Anabatistas, os historiadores da igreja diferem, mas éprovável que em muitos exemplos, eles foram o reavivamento dos remanescentes deseitas antigas ou no mínimo de seus sentimentos, que ainda permeavam muitaslocalidades. Sem dúvida foi a vida acelerada e o pensamento da Reforma que oslevou de volta aos noticiários e resultou em vasto aumento de seu número. OsAnabatistas defendiam a completa separação da igreja e o Estado, a liberdade daconsciência individual e a Bíblia como a única regra de fé e prática. Eles seopunham ao batismo infantil. Só admitiam pessoas regeneradas ao batismo e àmembrania da igreja. E praticavam a imersão só para o batismo. Como resultado,foram amargamente perseguidos e considerados fora da lei. No entanto elesaumentaram grandemente em número e se estenderam por grande parte da Europa. OsBatistas dos últimos três séculos são os descendentes diretos dos verdadeirosAnabatistas do período da Reforma. Talvez possamos dizer mais corretamente queos Batistas de então eram chamados de Anabatistas. Assim encontramos Mosheim,cuja autoridade é grande como historiador da igreja, dizendo: “a verdadeiraorigem dessa seita que adquiriu o nome de Anabatista está escondida nasprofundidades remotas da antiguidade e é consequentemente muito difícil se tercerteza”.

Tenho lidado com as assim chamadas “seitas mais comumente estudadas porhistoriadores da igreja e mostrei que eles defendiam visões de modoessencialmente Batista”. Também indiquei por citação histórica a ligação que aspessoas tinham umas com as outras. Porém, há vários corpos do Cristianismoatravés de quem poderíamos traçar a continuidade da vida Batista organizada seo espaço fosse disponível. Tomarei tempo para indicar rapidamente esses corposCristãos através de quem os Batistas se ligam aos tempos apostólicos.

Há, por exemplo, os BATISTAS WELCH (gaulês), que fazem afirmações bemautênticas de origem apostólica. Não posso fazer melhor do que estabelecer osfatos a respeito deles, nas palavras de um artigo no “Religious Herald” dealguns anos atrás: “Os Batistas Welch afirmam sua origem diretamente dosapóstolos e sua afirmação nunca foi controvertida com sucesso. Eles mantêm quea luz do puro Cristianismo tem sido preservada entre seu povo durante as ‘ErasObscuras’. Eles eram um povo pastoral, habitando em seus lares nas montanhas.Estavam sujeitos a quase constantes perseguições e, portanto procuravam seesconder em seus recessos montanhosos que foram tão adequadamente chamados de‘Piemonte da Bretanha’. E o fato de sua antiga existência é colocado além deimaginação ou dúvida. Eles atraíram a atenção da Igreja Romana e logo no ano597, um monge os visitou, chamado Austin e procurou conduzi-los à sua visão”.

O Dr. J. T. Christian, em sua recente História Batista, apresenta umaabundância de evidência histórica que prova que os Batistas Welch têm origemapostólica. Vale a pena ler sobre isso.

Benedict, em sua História dos Batistas (p. 343 e seg.) mostra maisconvincentemente que os Batistas Welch são de origem antiga. Segundo ele, eramanciãos em Gales em 597. Ele mostra que naquela data eles tinham um colégio eno mínimo uma associação de igrejas.

Além disso, a história dos BATISTAS DA IRLANDA é uma leitura muito interessanteem relação com o pensamento da perpetuidade Batista. Os Batistas tinham igrejasna Irlanda num tempo não muito remoto desde os dias de Paulo. Patrick, o grandepregador irlandês nasceu por volta de 360, mas segundo historiadores, oCristianismo na Irlanda era anterior à chegada de Patrick por longo período.

Sobre Patrick, Dr. Vedder escreve assim: “o roubo mais audacioso de Roma foiquando ela prendeu corporalmente Pedro e o tornou o chefe e fundador substitutodo seu sistema. Mas em seguida a esse ato impactante está sua afronta quandoela ‘anexou’ o grande missionário pregador da Irlanda e o listou entre seus‘santos’. A partir dos escritos de Patrick aprendemos que seus ensinamentos epráticas eram, em muitos detalhes, no mínimo evangélicos. O testemunho é amploque ele batizava crentes. Não há menção de crianças. O batismo de Patrick era odos tempos apostólicos: imersão”.

Das igrejas da Irlanda, Vedder também diz: “a teologia dessas igrejas até oséculo nove continuou a ser notavelmente impactante e escritural”.

Eu poderia continuar a citar referências históricas para mostrar que essesBatistas da Irlanda enviaram missionários ao norte da França e ao sul daAlemanha e dessa forma estão relacionados com os “Batistas sob outros nomes”que já mencionei.

Certamente apresentei ampla evidência para provar minha afirmação que desde osdias de Cristo sempre tem havido igrejas existentes mantendo as duas doutrinasessenciais a uma igreja do Novo Testamento. Fui capaz de dar somente um retalhoda evidência histórica sob meu comando. Quanto mais se estuda sobre essaquestão, mas dogmáticos somos forçados a nos voltar à crença que a históriajustifica na afirmação Batista da continuidade da vida da igreja Batista emtodas as épocas. A história de fato justifica a promessa do Mestre de que osportões do inferno não prevalecerão contra Sua igreja!

“Nenhuma igreja ou denominação que começou desse lado do ministério pessoal deCristo tem qualquer direito Bíblico para afirmar ser uma igreja de Cristo.Portanto, a promessa de Cristo para a igreja que Ele construiu não foi sevoltar ao Catolicismo, nem às várias seitas do Protestantismo que se originoudali e desde os dias da Reforma de Lutero, mas foi para aquela igreja quenenhum historiador, amigo ou inimigo, nunca foi capaz de encontrar sua origemdesse lado do ministério pessoal de Cristo, isto é, a igreja Batista. Agora nãohá teoria, mas o fato que é crido e ensinado por todos os leais e informadosBatistas de todo o mundo”.

J. T. Moore, em “PorQue Sou um Batista”.


X. Afirmações dos Historiadores

Vimos, no ultimo capítulo que desde os dias de Cristo e dosapóstolos existiram igrejas que defenderam o modo de salvação e do batismo doNovo Testamento. Essas igrejas eu mostrei serem, nos pontos essenciais, igrejasBatistas. Eu desejo para nós, agora, passar alguns momentos considerando asafirmações de historiadores de diferentes denominações sobre a origem eperpetuidade dos Batistas. Algumas dessas afirmações foram muito usadas emuitas vezes citadas. Isso, no entanto, de forma alguma afetou sua verdade. Defato, elas portariam peso ainda maior se passarem no teste do tempo e dacrítica.

Às vezes é feita uma acusação de que até historiadores Batistas não acreditamna continuidade Batista. Como resposta, pode-se dizer que alguns historiadoresBatistas não acreditam. Algumas afirmações são muito “amplas” para arriscarem aacusação de estreiteza que poderia se voltar contra eles se eles afirmaremperpetuidade. Alguns têm tendências Pedobatistas e até modernistas e defendem ateoria da Igreja “invisível”. Mas pode-se dizer verdadeiramente que a maioriados historiadores Batistas são crentes firmes na continuidade Batista. E éinteressante notar que os que procuram desacreditar têm o cuidado de nãoafirmar que a continuidade Batista não pode ser rastreada. Por exemplo: o Dr.Vedder diz: “não se pode afirmar que não houve uma continuidade na vida visívele externa da igreja fundada pelos apóstolos antes da Reforma. Afirmar essanegativa seria tolo e isso não poderia ser provado” (Breve História, p.9). No entanto, Vedder assume a posição de que foi para a Igreja “invisível”que Cristo prometeu perpetuidade. Ele evidentemente espera que o leitor aceiteisso meramente pela autoridade de sua palavra, sem prova bíblica ou outraqualquer. Ele não oferece prova porque nenhuma prova pode ser oferecida. Comojá mostrei, não há essa Igreja “invisível”. Tem havido uma continuidade deigrejas visíveis ou então a promessa de Cristo teria falhado.

O historiador Batista A. H. Newman não afirma a crença na continuidade Batista,mas também é bastante cuidadoso para não afirmar que tal continuidade não possaser rastreada. De fato, ele vai além admitindo que nem tudo cai na apostasia,pois diz (História do Antipedobatismo, p. 28): “houve multidões deverdadeiros crentes que de forma alguma podem ser duvidados”. Eu mostrei queessas “multidões” eram Batistas, reunidos nas igrejas do Novo Testamento!

O historiador Batista McGlothin, como Vedder e Newman, não se aventuram emafirmar que não tenha havido uma continuidade de igrejas Batistas. Suaafirmação (Guia, p. 20) diz: “os Anabatistas podem ter tido algumaligação com seitas mais antigas”.

Entre os historiadores Batistas mais conhecidos do passado que acreditavam naperpetuidade Batista podem ser mencionados Robinson, Crospor, Irving, Orchard,Jones, Backus, Benedict e Cramp. Desses historiadores, Dr. Armitage diz: “naessência, seus fatos e achados principais não provados como inválidos e ninguémtentou mostrar que suas conclusões não seriam sustentáveis. Suas posiçõeshistóricas são bastante iguais às dos historiadores das outras igrejas (História,de Armitage, p.11)”.

Quero que consideremos algumas afirmações dos próprios Batistas notáveis arespeito de sua origem e continuidade, após o que consideraremos o que oshistoriadores de outra fé têm a dizer sobre eles.

O historiador Batista, visto por muitos líderes Batistas como um de seusmaiores historiadores, é John T. Christian. A Nova História Batista deDr. Christian (Diretoria do Seminário Batista do Sul, 1922) apresenta provainquestionável da continuidade dos batistas. Eu cito, do prefácio da sua grandeobra essa afirmação de impacto: “não posso questionar, de minha mente que temhavido uma histórica sucessão de Batistas desde os dias de Cristo até o momentopresente”.

Dr. Geo. Lorimer (Os Batistas na História, p. 49): “Normalmente seconcebe que os Batistas sejam provavelmente os mais antigos e isso fica cadavez mais certo com o progresso da investigação dos estudiosos”.

Dr. J. B. Moody (Minha Igreja): “a perpetuidade da igreja é escritural,racional, crível, histórica e conclusiva”.

Dr. J. L. Smith (Lei Batista da Continuidade): “apresentamos otestemunho de mais de quarenta dos melhores historiadores do mundo, nenhumdeles Batista, que expressam e claramente indicam o movimento desses povosBatistas ao longo dos séculos até os dias apostólicos”.

Dr. J. W. Porter, notável autor e editor diz: “se os Batistas não têmperpetuidade, então a profecia e a promessa de Cristo falharam. Isso éimpensável”.

H. B. Taylor (Resumos Bíblicos): “as igrejas Batistas são as únicasinstituições divinas nessa terra. Sem elas, Mateus 16:18 teria falhado em seucumprimento”.

Dr. T. T. Eaton: “os que se opõem à sucessão Batista não têm base lógica parase manter organizando uma igreja fora do material fornecido por outras igrejase com os batizados por ministros regularmente ordenados”.

Dr. R. B. Cook (História dos Batistas): “os Batistas são capazes detraçar seus princípios distintivos até a era apostólica. Quando, a partir daunião da igreja e do Estado o Cristianismo se tornou em geral corrupto, elesainda permaneceram em locais obscuros, igrejas e seitas que mantiveram as purasdoutrinas e ordenanças de Cristo e então é certo que essas igrejas e seitasdefenderam substancialmente os mesmos princípios que agora são mantidos comovisões distintivas dos Batistas”.

Dr. D. B. Ray (Sucessão Batista, p. 10): “os Batistas negaram em uma sóvoz qualquer ligação com a apostasia romana e afirmaram sua origem como umaigreja de Jesus Cristo e os apóstolos”.

Dr. D. C. Haynes (A Denominação Batista, p. 21): “a igreja Batista é aigreja primitiva. Nunca houve um tempo em que não existiu”.

Dr. Geo. W. McDaniel (Igrejas do Novo Testamento): “não há personalidadedeste lado de Jesus Cristo que seja uma explicação satisfatória de sua origem”.

Eu poderia continuar quase indefinidamente com citações de Batistas notáveis,mostrando grandes representantes dessa fé que, após investigação e pensamento,se mantiveram crentes firmes na perpetuidade das igrejas Batistas. Alguns delesescreveram livros que oferecem prova conclusiva desse ponto. Menciono a SucessãoBatista do Dr. D. B. Ray. A Perpetuidade da Igreja Batista, do Dr.W. A. Jarrell. O Débito do Mundo aos Batistas, pelo Dr. J. B. Porter. OsFundamentos da Fé, pelo Dr. W. D. Nowlin. A Igreja do Novo Testamento,por T. T. Martin. Minha Igreja, de J. B. Moody, como exemplos. Aoslivros citados devem ser acrescentadas muitas obras históricas de homens cujosnomes eu ainda não mencionei.

Muito se deve às crenças dos Batistas em relação à continuidade de suaspróprias igrejas. Vejamos agora o que os historiadores e grandes homens deoutra fé têm a dizer sobre a origem e perpetuidade Batista. Começo com aquelesque foram os inimigos e perseguidores mais amargos, como o Cardeal Hosius,presidente do Concílio de Trento. Ele diz: “se a verdade da religião deve serjulgada pela prontidão e firmeza mostrada por um homem de qualquer seita nosofrimento, então a opinião e persuasão de nenhuma seita pode ser mais verdadeirae certeira do que a dos Anabatistas, já que não houve ninguém, nesses dozeséculos passados que foram mais punidos ou que tenham sido mais cuidadosos efirmemente empreendedores e até tenham oferecido a si mesmos à mais cruelpunição do que esse povo”. (Citado em História dos Cristãos).

O Cardeal Hosius escreveu, em 1554 A.D.. Ele data a história dos Batistas atédoze séculos antes. Essa é uma importante concessão. Datando-os até 354 A.D.,no passado temos pouco problema seguindo-os no resto do caminho.

Zwingli, o reformador suíço, cooperador com Lutero e Calvino na Reforma de 1525e feroz inimigo dos batistas diz: “a instituição dos Anabatistas não oferecenovidade, mas por treze séculos causou grande problema à Igreja”.

Isso admite a existência dos Batistas desde o ano 225 A.D.

Mosheim, historiador Luterano de grande notabilidade, diz: “antes doaparecimento de Lutero e Calvino, havia em segredo, em quase todos os países daEuropa, pessoas que aderiram tenazmente aos princípios da moderna igreja BatistaHolandesa”. (Instituto de História Eclesiástica).

Robert Barclay, Quaker diz: “há também razões para crer que no continenteEuropeu pequenas sociedades secretas Cristãs, que mantiveram muitas dasopiniões dos Anabatistas, existiram desde os tempos dos apóstolos”. (Vidainterior das Sociedades da Commonwealth, págs. 11-12).

John Clark Ridpath, Metodista, autor da obra monumental História do Mundo deRidpath, numa carta ao Dr. W. A. Jarrell (Perpetuidade da IgrejaBatista, p. 59) diz: “Eu não poderia prontamente admitir que houve umaigreja Batista já no ano 100 A.D., embora sem dúvida houve então Batistas, comotodos os Cristãos eram, então Batistas”.

Alexander Campbell, fundador dos Campbelitas ou igreja “Cristã” diz: “desde aera apostólica até o tempo presente, os sentimentos dos Batistas tiveram umacontínua rede de advogados e monumentos públicos de sua existência em cadaséculo podem ser produzidos”. (McCalla-Campbell, Debate sobre o Batismo,págs. 378, 379).

Sir Isaac Newton, ilustre filósofo inglês, estudante das Escrituras e dahistória, diz: “os modernos batistas, antes chamados de Anabatistas, são oúnico povo que nunca cedeu ao papado”. (Citado em Lei Batista daContinuidade, p. 39).

Enciclopédia de Edinburg: “já deve ter ocorrido aos nossos leitores que osBatistas são a mesma seita de Cristãos que foram formalmente descrita sob adenominação de Anabatistas. De fato, isso parece ter sido seu principalprincípio desde o tempo de Tertuliano até o momento atual”. (Da obra Igrejado Novo Testamento, p. 22).

Tertuliano foi um Montanista. Ele nasceu cinquenta anos após a morte de João, oapóstolo.

Cito, em seguida, da obra “Atravessando os Séculos, de W. C. King, tendo comoassociados doadores, alguns dos grandes homens da América, como o antigoPresidente Roosevelt, Presidente Wilson, David Starr Jordan, Lyman Abbott evários presidentes e professores de universidades líderes. Sobre os Batistasele tem isso a dizer: “Sobre os Batistas pode ser dito que eles não sãoreformadores. Esse povo, compreendendo corpos de crentes Cristãos, conhecidossob vários nomes em diferentes países, são inteiramente diferentes eindependentes das igrejas romana e grega, tendo uma continuidade jamaisquebrada desde os dias apostólicos ao longo dos séculos. Em todo esse longoperíodo eles foram amargamente perseguidos por heresia, levados de um país aoutro, desmembrados, privados de suas propriedades, aprisionados, torturados eescravizados aos milhares e assim mesmo não se desligaram de sua fé, doutrina eadesão ao Novo Testamento”. (Da obra Igreja do Novo Testamento, p. 25).

Todos os historiadores Batistas Holandeses afirmam origem apostólica para osBatistas, segundo o Dr. J. T. Christian, que dedicou muito estudo e pensamentoa essa questão. Essa é a afirmação de Herman Schynn (História dos Cristãos),enquanto Blaupont Ten Cate diz (História Cristã, p. 95): “estoutotalmente satisfeito que os princípios Batistas estejam em todas as eras,desde o tempo dos apóstolos até hoje e tenham prevalecido sobre uma porçãomaior ou menor do Cristianismo”.

A afirmação dos Batistas Holandeses sobre a origem apostólica foi profundamenteinvestigada no ano de 1819. O Rei da Holanda indicou J. J. Dermont, seucapelão, um homem estudioso e o Dr. Ypeij, professor de teologia em Groningen,ambos membros da Igreja Reformada Holandesa, para escreverem uma história daIgreja Reformada Holandesa e também investigar  as afirmações dos BatistasHolandeses. Eles prepararam a história e nela dedicaram um capítulo aos Batistas.Segue uma parte do que eles têm a dizer sobre os Batistas: “os Menonitas sãodescendentes dos Waldenses, toleravelmente puros evangélicos, que foramconduzidos por perseguição a vários países e quem, durante a última parte doséculo doze chegaram a Flandres e à província da Holanda e Zelândia, ondeviveram de modo simples e levando vidas exemplares, nas vilas como fazendeiros(em cidades comerciais), livres das acusações e de qualquer imoralidade grave eprofessando os mais puros e simples princípios, que eles exemplificaram numasanta conversação. Eles existiram, portanto muito antes da Igreja Reformada deNetherland”.

Vimos agora que os Batistas, antes chamados de Anabatistas e em temposposteriores, Menonitas, eram os Waldenses originais e que, há longo tempo nahistória receberam a honra dessa origem. Nesse relato, os Batistas podem serconsiderados a única comunidade Cristã que se manteve desde os dias dosapóstolos e, como sociedade Cristã, que tem preservado puras as doutrinas doevangelho ao longo de todas as eras. A economia interna e externa perfeitamentecorreta da denominação Batista tende a confirmar a verdade, disputada pelaIgreja Romana, de que a Reforma produzida no século dezesseis fora o grau maisalto necessário e, ao mesmo tempo, refuta a noção errada dos Católicos, de quesua denominação tenha sido a mais antiga”. (História das Igrejas ReformadasHolandesas, por A Ypeij e J. J. Dermont, Vol. 1, p 148).

Outras autoridades poderiam ser citadas e as citações se multiplicariam, mas édesnecessário continuar indefinidamente com elas. Oferecerei somente mais duase fecharei este capítulo. Já se escreveu o bastante e provas suficientes jáforam produzidas para convencer a mente aberta, não tendenciosa e ensinável queJesus fundou a Igreja, que a igreja era a assembleia local. Que Ele prometeusua perpetuidade e que Sua promessa é vista como cumprida nas igrejas hojeconhecidas como igrejas batistas.

Apresento o seguinte livro do Dr. J. W. Porter, “Notas ao Acaso”, arespeito do Dr. John Clark, que foi o pastor da primeira igreja Batista daAmérica, situada em Newport, R. I. Dr. Porter diz: “o Dr. John Clark recebeuseu batismo da igreja do Rev. Stillwell em Londres e sua igreja recebeu osdeles na Holanda e os Batistas da Holanda, dos Waldenses e os Waldenses, dosNovatianos e os Novatianos, dos Donatistas e os Donatistas receberam seubatismo da igreja apostólica e a igreja apostólica, de João o Batista e João oBatista o recebeu do céu”.

Em 1921 ou 1922, eu resumi um artigo que apareceu em “O Mensageiro Batistade Oklahoma” e simultaneamente em vários jornais denominacionais do sul.Esse artigo fala da ancestralidade da igreja Batista em Dyer, Tennessee. Mostrauma continuidade da vida da igreja Batista desde hoje até os dias de Jesus. Nãoestou informado se quem fez a pesquisa, nem eu tivemos à disposição, todos oslivros necessários a me capacitar a verificar cada referência histórica dada.Eu apresento abaixo o artigo na íntegra para a consideração do leitor:

A SUCESSÃO BATISTA DE VOLTA A CRISTO

Conexão Um: a igreja Batista em Dyer, Tennessee, foi organizada porJ. W. Jetter, que veio da Associação da Filadélfia.

Conexão Dois: a igreja de Hillcliff, Gales, Inglaterra. H. Roller veiopara a Associação da Filadélfia da igreja de Hillcliff. Veja relatórtios daAssociação da Filadélfia, livro 3, item 1.

Conexão Três: a igreja de Hillcliff foi organizada por Aaron Arlington,em 987 A.D.. Ver Israel dos Alpes, por Alex Munston, p. 39.

Conexão Quatro: a igreja de Lima Piedmont ordenou Aaron Arlington em 940A.D.. Ver História da Igreja de Jones, p. 324.

Conexão Cinco: a igreja de Lima Piedmont foi organizada por Balcolo em812 A.D.. Ver História da Igreja de Neander, vol. 2 p. 320.

Conexão Seis: Balcolo veio da igreja em Timto, Asia Menor.

Conexão Sete: a igreja de Timto foi organizada por Archer Flavin, em 738A.D.. Ver História, de Mosheim, vol. 1, p. 394.

Conexão Oito: Archer Flavin veio da igreja de Darethea, organizada porAdromicus, em 671 A.D., na Asia Menor. Ver de Lambert, História da Igreja,p. 47.

Conexão Nove: Andromicus veio de Pontifossi. Aos pés dos Alpesfranceses. Ver de Lambert, História da Igreja, p. 47.

Conexão Dez: a igreja de Pontifossi foi organizada por Tellestman, deTuran, Itália, em 398 A.D.. Ver História da Igreja, de Nowlin, vol. 2,p. 182.

Conexão Onze: a igreja de Turan foi organizada por Tertulio, de BingJoy, África, em 237 A.D.. Ver História da Igreja, de Armitage, p. 182.

Conexão Doze: Tertulio era membro da igreja de Partus, aos pés deTibério, que foi organizada por Policarpo, em 150 A.D.. Ver Comentário sobreAntiguidade, de Ciro, p. 924.

Conexão Treze: Policarpo foi batizado por João, o Amado ou Revelador em25 de dezembro de 95 A.D.. Ver História da Igreja, de Neander, p. 285.

Conexão Quatorze: Joãoestava com Jesus no Monte: Marcos 3:13-14; Lucas6:12-13.

“A igreja está aqui para salvar os homens do mundo. Ela existe, então, parasalvá-los do sistema que é chamado o mundo”.

“A igreja tem a mesma relação com o mundo que um bote salva-vidas e suaguarnição, quando se leva o navio a se estourar nas rochas”.

“A igreja está aqui para imprimir sobre os homens dois fatos imensos: o fato daALMA e o fato da ETERNIDADE”.

I. M. Halderman em “A Missão da Igreja”.

“Suasordens de marcha são Seu programa para aquela igreja (A Igreja em Jerusalém)e para cada outra igreja Batista até que Ele volte”.

H. B. Taylor, em “PorQue Sou um Batista”.

 


XI

XI. Qual é a Missão da Igreja que Jesus Construiu?

Nos capítulos anteriores procureimostrar ao leitor o ensinamento Bíblico sobre o que é uma genuína igreja doNovo Testamento. Com isso apresentei evidência histórica para provar para umademonstração que as igrejas batistas têm existência contínua desde o tempo deCristo até agora. Confio que as visões de você que nos leu se estreitaram e setornaram mais distintas, na questão da concepção da igreja.

Agora que esclarecemos que as igrejas Batistas são as verdadeiras igrejas do Novo Testamento,divinamente perpetuadas em todas as eras, vamos à frente e questionar sobre amissão da igreja no mundo. O mundo tem muitas visões erradas a respeito de paraque serve uma igreja.

Os que pertencem a diferentes assim chamadas igrejas compartilham muitas dessasnoções errôneas e, em alguns casos, os Batistas vieram a ter uma ideiapervertida da função própria da igreja. Não é uma coisa incomum alguém dizernas revistas e jornais de hoje a enfática acusação de que as igrejas“falharam”, Isso significa que algumas igrejas falharam, conforme a avaliação feitapelo padrão estabelecido por algum indivíduo ou grupo. Vamos considerar poralguns momentos algumas das visões erradas comumente defendidas a respeito depara que serve uma igreja.

Como alguns concebem, UMA IGREJA DEVE ESTAR PRINCIPALMENTE ENGAJADA NA OBRA DACIVILIZAÇÃO.  Na proporção em que as igrejas ajudam uma nação adesenvolver as artes e ciências da civilização, elas são consideradas comotendo tido sucesso. Essa ideia é obtida especialmente em relação aos esforçosCristãos nos campos missionários estrangeiros. Se apenas os povos primitivospodem ser levados a se vestir adequadamente, observar as regras de higiene esanitarização e adotar os modos e maneiras de uma nação civilizada,considera-se que o missionário teve pleno sucesso.

Mas, como procurarei agora provar, o objetivo primário da igreja não écivilizar. Quando, no campo missionário, o motivo dominante vem a sercivilizar, então o trabalho dos obreiros no campo é um fracasso do ponto devista da verdadeira missão da igreja.

Então há também a IDEIA DE CLUBE DA IGREJA mantida por alguns. Deve-se temerque alguém veja a membresia na igreja como a associação em algum clube ouorganização fraternal. O trabalho da igreja passa a ser um tipo de diversãoprazerosa e fica parecendo uma coisa agradável e respeitosa ser um membro daigreja, especialmente se a igreja é da moda, incluindo, na sua membrania,algumas pessoas da comunidade socialmente proeminentes.

Mas, dessa ideia pode ser dito que se uma igreja se parece com clubes, salões,sociedades e outras organizações do tipo, ela tem pouco para justificar suaexistência.

Novamente, há aqueles que defendem o IDEAL SOCIAL E HUMANITÁRIO DA IGREJA. Paraeles, a principal preocupação da igreja não deveria ser a preparação das almaspara a vida numa eternidade além, mas a transformação da sociedade como um todoaté que esse mundo se torne um lugar melhor para os homens habitarem durante avida atual. Sua ênfase principal não está no depois, mas apenas no agora. Com ofim de alcançarem o ideal que têm em vista, eles insistem que a igreja seengaje em todo tipo de projetos humanitários: lidar com política e legislação edesenvolver um ambicioso programa de serviço e reforma social. Aos que concebemuma igreja desse tipo, à medida que suas ideias vão se realizando, as igrejasvão lidando cada vez menos com o espiritual e cada vez mais com o físico. Elessão os advogados da igreja “institucional” onde, como disse um autor, podemosobter qualquer coisa, de um sermão a um sanduíche. Nessa igreja, construções decaracterísticas recreacionais são proeminentes. Elas têm piscinas, salas deleitura, banheiros com chuveiros, equipamentos de ginástica, salões sociais,etc. Muitas vezes são servidas refeições na cozinha da igreja, algumas vezespor semana por certo valor. Todos os tipos de atividades sociais sãoconstantemente planejados. Todo o prédio da igreja é usado como maneira daspessoas a verem como um local para passar um tempo agradável.

Se Cristo entrar num desses prédios de igreja hoje, estou certo de que Elejogaria fora várias coisas encontradas ali. Ele viraria e jogaria foraequipamentos de ginástica, máquinas de cinema e outras parafernálias dediversão, assim como chutou e derrubou as bancadas de comerciantes há tantotempo e expulsou aqueles que dessacralizavam e secularizavam o templo. Suaspalavras para que dessacralizam e secularizam os lugares de adoração hojeseriam as mesmas para os mesmos tipos de roubadores daquele tempo, quando Eledisse: “...Aminha casa será chamada casa de oração...” (Mateus 21:13b –ACF). Há alguma razão no mundo para acreditar queJesus olha de modo mais condescendente hoje para a secularização da casa deadoração do que fez há dois mil anos atrás? Aqueles que levam todos os tipos decoisas seculares para dentro do teto da igreja seguem exatamente os passos dosjudeus que Jesus expulsou do templo.

Sobre a visão que torna uma igreja uma organização cuja preocupação primáriaseja a melhoria das condições sociais e a melhoria física da humanidade,pode-se dizer que está completamente diferente da verdade a respeito da missãoreal de uma igreja. Na verdade, as condições sociais melhoram quando oevangelho é pregado e as igrejas frequentadas, Muitas grandes reformas moraistêm tido sua gênese entre o povo Cristão, mas essas coisas devem serconsideradas meramente como subprodutos da atividade e influência da igreja enão como coisas de preocupação prioritária.

Em relação à questão da missão da igreja, quando há tantas opiniõesdivergentes, onde iremos buscar a verdade sobre a questão? Só há um lugar parair: o NOVO TESTAMENTO. Não é uma questão da pessoa ou do seu pensamento sobre oque a igreja deve ser ou onde se engajar. É uma questão de para que JesusCristo fundou Sua igreja e quais ordens Ele deixou para serem seguidas. É estranho,de fato que os homens devam se afastar tanto em relação à missão da igreja,quando ela foi deixada tão claramente em Suas próprias palavras.

Os Batistas errarem em sua missão é indesculpável. Outras denominações, seitase assim chamadas igrejas podem se engajar nas coisas mencionadas e podem fazerprojetos humanitários, se forem seu interesse principal, se lhes agrada, semestarem devedores dessa estrita censura, por não terem Comissão ou ordens deCristo. Ele não é responsável por sua existência e eles não são responsáveispor realizar a Comissão que Ele deu séculos antes deles existirem. Mas osBatistas são responsáveis, porque foi a uma igreja Batista que o Senhor JesusCristo deu Sua Comissão. Essa Comissão estabelece para sempre a questão de paraque uma igreja existe, definindo claramente sua missão e propósito. Alguns semdúvida me considerarão muito “estreito” por dizer que a Grande Comissão sejauma Comissão Batista, mas “estreito” ou não, essa é a verdade. Todo o meu livroé prova deste fato. Um editor bem conhecido recentemente expressou a verdadeque estou tentando transmitir, nessas palavras: “a Comissão não foi dada aninguém além dos Batistas. Todos os presentes eram Batistas, porque forambatizados por João ou pelos doze e todos esses foram batizados por João oBatista. Isso lhes foi dado, não como pregadores ou indivíduos, mas comoigreja, pois isso era para ser obedecido até o fim das eras e nenhum deles iriaviver tanto tempo. Mas o Mestre tinha prometido que a igreja que Ele fundou nãoseria destruída pelos portões do inferno (Mateus 16:18). E àquela igreja e àsoutras igrejas fundadas por seus trabalhos missionários, o Mestre deu essaComissão para todo o mundo e em todas as eras. Nenhuma criança, buscadores,pessoas em provação, nenhum pecador, nenhum prosélito, ninguém além dosdiscípulos ou Cristãos estão incluidos pelo Mestre em Suas ordens para serembatizados. Essa Comissão foi dada aos Batistas, pois todos os presentes eramBatistas. É um comando bem definido por fazer-me Cristão por pregar o evangelhoa eles e então torná-los Batistas dando-lhes o batismo Batista, pois aquele é oúnico tipo que havia no tempo que a Comissão foi dada. Somente os batistaspodem obedecer a essa Comissão, pois ninguém mais tem o tipo de batismo queJesus comandou os Cristãos a se submeterem. E ninguém mais pode fazer o queessa Comissão envolve, isto é, tornar os discípulos Batistas dando-lhes obatismo Batista”.

E agora, vamos examinar a Comissão que Jesus deu à Sua igreja e vamosanalisá-la por alguns momentos. Essas são as palavras: “Portantoide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e doFilho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vostenho mandado...” (Mateus 28:19-20a - ACF).Eis aí a missão da igreja. Nada menos que isso, nada mais deve ser incluídonesse programa. Como alguém escreveu, “esse deve ser o horizonte de nossasvisões e os limites de nossas tarefas”. Note bem o que a Comissão inclui:



TORNAR OS HOMENS CRISTÃOS

Essa é a primeira coisa, a principal, a mais importante: fazer discípulos deCristãos. Um estudo da Comissão no Original mostrará que a ênfase ou tônica ésobre fazer discípulos. Quando na igreja em nas atividades denominacionais,priorizamos a educação, hospitais, orfanatos e alguma outra coisa, independentede sua dignidade, estamos indo contrários à Grande Comissão. A Comissão colocaem primeiro lugar fazer discípulos. Discípulos ou Cristãos devem ser feitospregando o evangelho aos perdidos. É o evangelho que torna Cristo conhecido aoshomens. Quando eles ouvem o evangelho e O recebem como seu Salvador pessoaleles se tornam filhos de Deus. João 1:12 (ACF): “Mas, a todosquantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos quecreem no Seu nome.” A principal preocupaçãode toda verdadeira igreja deveria ser a salvação das almas. Seguir a Comissãodemanda que cada igreja deverá ser intensamente missionária, em relação aosperdidos da comunidade imediata em que a igreja existe e aos perdidos naspartes mais longínquas da terra. Muitas vezes a construção do “prédio” dotemplo vem a ser entendida como a coisa principal, a garantia de reconhecimentosocial ou algo diferente do que o Mestre enfatizou. Repito: a primeira tarefadada pelo Senhor ressurreto é fazer Cristãos. Isso deve preceder sempre obatismo e da doutrinação. Em João 4:1 recebemos o exemplo de Jesus nesse ponto,onde somos ensinados distintamente que Jesus fez discípulos antes debatizá-los. Os que batizam crianças e os que batizam para ajudar a fazerdiscípulos estão claramente fora do preceito e exemplo do Mestre, como os querecebem “noviços” e procuram doutriná-los antes de discipliná-los. Comoindicado antes no capítulo, a Comissão é uma Comissão Batista. Coloca salvaçãoantes do batismo e antes da membrania da igreja. Não é dada somente a Batistas.Só é obedecida por eles. Para lembrar a afirmação feita antes no livro, “asigrejas Batistas são as únicas na terra que requerem que a pessoa professe a fépara ser salvo antes da pessoa se unir à igreja ou de ser batizada”.

Mas examinemos a Comissão um pouco mais e veremos que a segunda parte dessaComissão tripla é o comando para:

TORNAR OS CRISTÃOS BATISTAS

Devemos fazer Cristãos pregando a salvação pela fé em Cristo a eles, entãodevemos tornar esses Cristãos Batistas, batizando-os conforme Suas ordens.

“...Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo...”(ACF). Enquanto o comando para fazer discípulosassume o lugar de precedência na Comissão, o comando para fazer Batistas é tãoobrigatório quanto e cai sobre nós. Alguns censuram os Batistas, afirmando queeles colocam ênfase demais sobre o batismo. Essa crítica é totalmente injusta,pois os Batistas colocam o batismo exatamente onde o Mestre o colocou na Comissão.Eles defendem que ele nunca deve preceder a salvação, mas em todos os casosdevem segui-lo. Eles não acreditam que estão garantidos se pararem no ponto defazerem discípulos, pois suas ordens leem: “batizai-os”, e como eles vêem, elesnão têm direito de mudar suas ordens. A terceira parte da Comissão está tãoexplícita quanto o resto. Ele comanda o:

DISCIPULADO DOS BATISTAS

Nela se lê: “ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vostenho mandado...” (ACF). “Todas as coisas”significam tudo que Jesus inclui no Novo Testamento, como, por exemplo, osensinos a respeito da ordenança da Ceia do Senhor, a garantia dos crentes e aintendência. Separar alguns dos Seus ensinamentos num grupo e chamá-los de “nãoessenciais” e deixar de ensiná-los é violar Seu comando. É um fato triste que amaioria das denominações omite dois terços da Comissão e só observam a parteque se refere a fazer discípulos. Eles assumem, embora incorretamente que aComissão lhes foi dada assim como para os Batistas, então eles mostram suainadequação como guardiães da sagrada verdade de Cristo cortando esses doisterços da Comissão, a parte que comanda imergir e ensinar todas as coisas queEle comandou. Os Batistas são absolutamente o único povo que está disposto arealizar as três partes da Comissão.

Hoje em dia muitas vezes acontece que o que normalmente é chamado de “EducaçãoCristã” é justificado e ensinado como a última cláusula da Comissão. Esse é oresultado de uma defeituosa exegese ou ainda é uma má interpretação dasEscrituras. Essa passagem não pode ser corretamente interpretada para sereferir ao ensino da história, matemática, biologia, psicologia e outras quesão ensinadas em escolas denominacionais e colégios. Jesus disse: “todasas coisas que eu vos tenho mandado...” (ACF).A educação Cristã no sentido mais verdadeiro é a educação das coisas da Palavrade Deus. Essa é a única educação autorizada pela Comissão. Muitos bonsargumentos podem ser descritos a favor das escolas Cristãs, mas o ponto a queme refiro é que eles não são autorizados pela Grande Comissão.

A última cláusula da Comissão coloca sobre as igrejas batistas aresponsabilidade de ensinar uma discipulação para todos os que foram salvos eacrescentados à igreja. Nenhum ensinamento de Cristo deve ser ignorado ouomitido, mas toda doutrina deve ser ensinada, independente de quantas acusaçõesde “estreitos” forem chamados ou se serão desagradáveis possam ser entendidosaos que minimizam certos ensinamentos de Cristo à base de ser “não essencial”.

Levo esse capítulo a seu fechamento recapitulando as coisas ditas antes.

QUAL É A MISSÃO DA IGREJA QUE JESUS CONSTRUIU?

Não é a missão designada pelo mundo, estabelecida por pressão e concebida poralgumas igrejas. Não é a civilização da humanidade, não é reforma social oumoral, não é a evolução física, intelectual e social da raça, salvo as coisasque ocorrem incidentalmente como subprodutos do Cristianismo. Mas a missão daigreja é a que foi dada por Seu Fundador, Jesus Cristo, na Grande Comissão,isto é, fazer Cristãos, imergir, doutriná-los. Ou, para dizer de modomais completo, o programa divino para a igreja é esse: pregar o evangelho atodo ser humano que vive nesse mundo, batizar aqueles que aceitam uma salvaçãolivre através de Cristo. Então ensinar aos salvos e batizá-los até que elesconheçam os comandos de Cristo e até que Sua vontade seja expressa através dasvidas redimidas no mundo.

“Os Batistas deram missões modernas ao mundo e cada missionário de cadadenominação está seguindo a liderança dos Batista”.

“O fato das outras denominações terem permissão para acreditar e adorar comolhes agrada é devido ao sangue e lágrimas Batistas”.

“Ninguém por citar um exemplo na história quando os Batistas nunca tenhamperseguido alguém por questões de consciência”.

J. W. Porter, em “Registrosao Acaso”.

 

 

 

XII. A Igreja que Jesus Construiu Justifica SuaExistência

Nos capítulos anterioresencontramos, por estudos doutrinários e históricos e comparação que as igrejasBatistas são as únicas igrejas que podem por direito afirmar Jesus Cristo comoSeu Fundador, ou que coincide com os ensinos doutrinários do Novo Testamento.No capítulo anterior, procurei mostrar qual foi o propósito do Mestre ao fundarSua igreja, indicado nas palavras da Grande Comissão. Provou-se que essaComissão foi dada a uma igreja Batista e consequentemente é corretamentechamada de Comissão batista. Vamos examinar para ver como os batistasresponderam às ordens dadas pelo Mestre. Os Batistas tentaram fazer as coisasque o Mestre deixou para serem feitas por eles? Suas obras através das erasforam indicativas de sua origem divina? Qual foi seu trabalho e influência? Umvolume deveria ser dedicado a responder a essas perguntas, mas serei capaz demencionar apenas algumas conquistas Batistas e essas somente de modo breve.

Estou persuadido que muitos não têm conhecimento do tremendo débito do mundoaos batistas. Muitas das coisas mais preciosas que a humanidade hoje possui têmsido legadas pelas igrejas batistas. Ainda, pela profundidade de sua convicçãoe a tenacidade com que eles se afirmam em sua fé, muitos vêem com fortedesaprovação os Batistas de hoje. Eles estão bem menos expostos na imprensa quemuitas denominações bem menores. A quantidade de notícias dadas a eles porjornais e revistas nunca levaria alguém a acreditar que eles são o maior corpoevangélico individual de Cristãos no mundo, hoje, apesar de sua verdade.

Vamos considerar o que os Batistas fizeram em relação às coisas que Jesuscolocou “ênfase” em Sua Comissão, isto é TORNANDO-OS CRISTÃOS. Eles foram umpovo missionário? Sim, eles foram. Na era apostólica os Batistas “foram a todolugar pregando a Palavra”. Com o apóstolo Paulo, os Batistas tiveram o maiormissionário de todos os tempos. Em sua curta vida, Paulo espalhou o evangelhopor todo o mundo conhecido. Os Batistas eram tão zelosos naqueles temposantigos que, dentro de algumas décadas, já havia literalmente milhões deBatistas em todo o Império Romano. Eles começaram o desenvolvimento gradual daapostasia romana e com isso a redução do empreendimento missionário. Veio otempo quando o Catolicismo dominou os governos e com a espada e torturaconseguiram exterminar todos os que se recusaram a dobrar os joelhos àautoridade do Papa. Não mais era possível aos Batistas realizar seus trabalhosmissionários da mesma forma.  Eles persistiram em número tão grande poraqueles tempos de perseguição e muitos foram martirizados por causa da pregaçãodo evangelho e isso prova, porém, que eles nunca deixaram de ser um povomissionário. Quando a Reforma trouxe algum alívio na opressão romana,descobrimos que os Anabatistas literalmente enxameavam. Eles aumentaram tantoque os Reformadores ficavam constantemente irritados pelas evidências de seucrescimento. Se não fosse pela opressão e feroz perseguição, creio estar asalvo ao dizer que os Batistas teriam tomado este mundo para Cristo.

Hoje há tremendos esforços missionários sendo distribuidas por todas as maioresdenominações. O movimento missionário moderno é um dos maiores movimentos denossos tempos. Quem começou o movimento missionário moderno? FOI WILLIAM CAREY,UM BATISTA. As igrejas Batistas foram as primeiras nos tempos modernos asustentar obreiros num país estrangeiro. Antes de outras denominações naAmérica fazer alguma coisa na linha de missões estrangeiras, as igrejasBatistas estavam enviando fundos para o sustento de Carey e sua obra. LateJudson, inspirado pelo exemplo de Carey, foi para o grupo dosCongregacionistas, mas durante sua longa viagem de navio, ele se tornou Batistacom a leitura do Novo Testamento. Ele foi batizado logo após sua chegada,garantindo uma ligação com o povo que o enviou e foi adotado pelos Batistasamericanos como seu missionário.

Não apenas os Batistas foram pioneiros no início do moderno movimento missionário,mas também pregaram o evangelho pela primeira vez em muitas terras. Porexemplo, nas Bermudas, Cuba e Índia eles foram os primeiros das assim chamadasigrejas evangélicas a pregar o evangelho. Na América, os Batistas foram osprimeiros a pregarem o evangelho no vasto território a Oeste do Rio Mississipi.Hoje as estações missionárias Batistas ocupam o globo. Em todo clima seencontram Batistas na busca o último comando do Mestre de “ir a todo mundo epregar o evangelho a toda criatura”.

Em relação à segunda parte da Comissão, que comanda o batismo de Cristãos, sóos Batistas obedeceram. Outros ignoraram e minimizaram e perverteram essa parteda Comissão.

Agora, como a Terceira parte da Comissão, o ensinamento de “observar todas ascoisas que Jesus comandou”, como ficam os Batistas? Para responder pode-sedizer verdadeiramente que os Batistas são o único povo que quis ensinarabsolutamente “todas” as coisas comandadas. Eles sempre acreditaram na Educaçãoe na doutrinação. Então não surpreende que os Batistas tenham começado omoderno movimento da Escola Dominical. A visão mais comumente defendida é queRobert Rakes iniciou esse movimento, mas não é verdade. A honra pertence aWilliam Fox, um diácono Batista, como Dr. J. W. Porter prova abundantemente emseu livro O Débito do Mundo aos Batistas. O Diácono Fox começou sua EscolaBíblica em 1783 e dois anos mais tarde ajudou a organizar a “Sociedade para oSustento e Encorajamento das Escolas Dominicais”. Essa sociedade organizada porBatistas foi a primeira organização para a promoção das escolas dominicais nomundo, pelo que temos registro. Porém, em relação às escolas dominicaisindividuais, a primazia pertence à Welch Batista. Em Gales, algumas igrejasBatistas mantinham escolas dominicais pelo menos 132 anos antes do movimentoRaikes. E nessa ligação é bom indicar que a escola de Raikes não é uma escoladominical no sentido moderno. Na verdade se encontravam nos domingos, mas nãopara o estudo bíblico. A Bíblia não tinha lugar no curso do estudo.

Não apenas é verdade que os Batistas começaram o moderno movimento da EscolaDominical, mas lideraram o trabalho das escolhas dominicais. Uma pequenainvestigação nos provará isso. Por exemplo, foi um Batista, B. F. Jacobs quedeu ao mundo o sistema internacional uniforme de lições. Foi um Batista, Dr.Warren Randolph que foi o primeiro secretário do Comitê Internacional deLições. Foi um Batista Dr. J. R. Sampey que desenvolveu o primeiro curso delições avançadas para a Associação Internacional de Escolas Dominicais daAmérica. Foi um Batista Dr. B. H. DeMent que ocupou a primeira cadeira dePedagogia de Escolas Dominicais estabelecida numa escola teológica no mundo, oSeminário Teológico Batista do Sul. A Primeira Clínica de Escola Dominical foisustentada sob os auspícios da Diretoria do Seminário Batista do Sul daConvenção Batista Sulista.

Os Batistas não apenas ocuparam o lugar de primazia ao ensinar “todas as coisascomandadas por palavra oral. Eles também foram os primeiros a ensinar porpáginas impressas. Sendo proeminentemente um “povo da Bíblia”, eles procuraramdisseminar toda a palavra com Bíblias. A sociedade Bíblica mais antigaexistente, a Sociedade Bíblica Britânica, que distribuiu milhões de cópias dasEscrituras, foi fundada por um pregador Batista, Rev. William Hughes. A missãode William Carey antes de sua morte tinha publicado Bíblias em quarentaidiomas, envolvendo um terço da população mundial. Grande parte das traduçõesfoi feita pelo próprio Carey.

Foi o trabalho de Judson que produziu a primeira Bíblia em Burmês. Essa é aúnica tradução usada em Burma hoje. Joshua Marshman, um Batista, deu aoschineses sua Bíblia. Farances Mason, um Batista deu a Bíblia aos Dareanos.Lyman Jewett, um Batista, deu a Bíblia aos Telugos. Nathan Brown deu a Bíbliaaos Assameses e aos Japoneses em seus próprios idiomas. Outros Batistas tiveramgrande papel na tradução da Bíblia. Por exemplo, o mundo de fala inglesa deveaos Batistas pela versão mais precisa da Bíblia impressa em sua língua.Refiro-me à Versão da União Bíblica Americana, totalmente traduzida porBatistas.

Além do trabalho de tradução e circulação das Escrituras, é relevante mencionarque a primeira referência marginal em nossa Bíblia inglesa foi preparada porJohn Cranne, um Batista, em 1637.

Mas, seguindo ao trabalho específico de realizar a Grande Comissão, estou certode não estar equivocado em fazer breve menção das conquistas Batistas junto comoutras linhas mais ou menos relacionadas.

Alguns acusam os batistas de ser um povo ignorante. É bem verdade que grandeparte do seu trabalho está entre os mais pobres e que eles enumeram entre seusmembros milhões de pessoas comuns, mas a acusação de disseminar a ignorâncianão pode ser sustentada. Como prova disso preciso mencionar alguns fatos: osBatistas têm mais dinheiro investido em instituições educacionais na Américaque qualquer das denominações evangélicas hoje. E os Batistas têm mais alunosem instituição educacional na América que qualquer outra denominação deCristãos evangélicos. O maior doador à causa da educação na América é umBatista professo. A maior Universidade do ponto de vista do tamanho eenvolvimento na América é administrada sob os auspícios Batistas e professadacomo instituição Batista. O maior seminário teológico no mundo é uma escolaBatista. Nos campos missionários estrangeiros, os Batistas estão na linha defrente junto com o front educacional. De fato, às vezes se diz que eles estãocolocando muita ênfase sobre a educação em terras estrangeiras. E não se podedizer que os Batistas só enumeraram homens da educação entre suas fileirasdurante os últimos anos, pois se formos retornando até o começo do trabalhoeducacional na América encontramos a mesma verdade. Por exemplo, o primeiropresidente da Universidade de Harvard foi um Batista, como o segundo, enquantouma das maiores somas de dinheiro doado para o sustento de Harvard durante seusprimeiros dias foi uma doação de um Batista.

Os Batistas tiveram muito grandes estudiosos e escritores. Foi John Bunyan, umBatista que escreveu “O Progresso do Peregrino”, um livro que teve amaior venda que qualquer livro já teve, com uma única exceção: a Bíblia. FoiJohn Milton, o Batista que deu ao mundo uma das suas maiores produçõesliterárias: O Paraíso Perdido. É um Batista, Dr. A. T. Robertson, oautor do padrão mundial de Gramática Grega do Novo Testamento e reconhecidocomo o maior estudioso de grego. Esses nomes são só alguns dos muitos que eupoderia mencionar.

Os Batistas tiveram um enorme papel no desenvolvimento da América e na formaçãodos seus ideais e instituições. O povo americano deve, em parte, sua forma degoverno democrático, assim como seus ideais de liberdade religiosa e políticaaos Batistas. A própria constituição dos Estados Unidos veio a existir como resultadodos ensinamentos Batistas, pois Thomas Jefferson, o estruturador daConstituição, obteve suas ideias de democracia dos Batistas. O Dr. J. W. Portermostra isso além de qualquer disputa em seu livro: O Débito do Mundo aosBatistas. Na pág. 76 ele escreve: “a concepção, a fé que faz as coisasexistirem, a confiança da praticabilidade de um governo livre, cujo poderterreno último é investido nas massas da comunidade. Essa ideia foi claramenteobtida pelo próprio Jefferson, em uma reunião em uma pequena igreja Batista,mês a mês governando-se a si mesma pelas leis do Novo Testamento, em suaprópria vizinhança. Foi certamente as igrejas batistas desse país que foram asprimeiras a sugerir e manter essas ideias de liberdade religiosa.

Além da influência Batista em relação à Constituição, a primeira emenda àConstituição, garantindo completa liberdade religiosa e proteção aos direitosreligiosos foi obtida pelos esforços dos Batistas.

Dr. Porter diz verdadeiramente: ”o governo de Rhode Island foi o primeiro nomundo a completa e claramente absorver os princípios da liberdade religiosa.Isso foi devido a Roger Williams, um pregador Batista”. E a isso, Bancroft, ohistoriador acrescenta: “a liberdade de consciência, a liberdade ilimitada demente, foi, desde o início, um troféu Batista”.

Foram as igrejas Batistas que trouxeram diante do mundo as preciosas verdadesde igualdade, liberdade e liberdade religiosa e só pode ser justo ter sido umamulher Batista, Betsy Ross, que desenhou e confeccionou a bandeira americana,as estrelas e listras, que simbolizam ao mundo a liberdade religiosa epolítica.

Junto com outras linhas ainda não mencionadas, os Batistas foram e são umabenção para o mundo. Como subprodutos de sua vida religiosa e cooperação,muitas empresas beneficentes têm sido desenvolvidas.

Só nos Estados do sul, eles mantêm vinte e seis hospitais e muitos orfanatos,onde milhares de pessoas são ministradas todos os anos.

Tendo observado que a Grande Comissão foi dada aos Batistas e sabendo, pelahistória, que eles sempre foram dedicados a realizar as ordens de Cristo, nãodeveríamos nos surpreender de perceber que em nossa própria América eles estãocrescendo mais rapidamente em proporção do que qualquer outra denominação nãoCatólica. Eu digo não Católica, porque os Católicos estão em constantecrescimento devido à imigração. O crescimento Batista por batismo em 1925estava perto de 350.000! Desde o início da República, os Batistas cresceram de10.000 em 1776 a mais de oito milhões nos dias de hoje. De um Batista a cada264 da população total no tempo do início de nossa nação, agora temos umBatista a cada 13 pessoas da população total.

Em terras estrangeiras, seu crescimento é maravilhoso. Estima-se que só naRússia, desde a Guerra Mundial, os Batistas tiveram um aumento de mais de doismilhões!

Que os batistas possam se manter firmes na tarefa designada na Comissão e queas bênçãos de Deus continuem sobre eles. Pois nos últimos dois mil anos,“tortura, fogo e espada”, seguiram os ensinos do Fundador e seus registrosprovam que eles abundantemente justificaram sua existência!

“Pois, se a igreja que Jesus construiu foi uma igreja Batista, então nenhumaigreja além das igrejas Batistas são igrejas de Cristo e todo homem terá queenfrentar o Senhor Jesus no julgamento e dizer a Ele por que se uniu a algumaigreja fundada por um homem não inspirado, ao invés daquela fundada peloPróprio Senhor Jesus”.

H. B. Taylor, em “PorQue Sou um Batista”.

Quando osBatistas adentram um esquema de união por um processo de concessão ecancelamento, eles estão negociando por um jazigo e um lote no cemitério.

J. W. Porter, em “Registrosao Acaso”.


XIII. Conclusão

Com os fatos apresentados nos capítulos anteriores todos diante denós, somos levados a uma inevitável conclusão de que as igrejas Batistas são asúnicas igrejas de Cristo, as únicas igrejas autorizadas por Ele a realizar aComissão e a ministrar Suas ordenanças. Muitos em nossos dias farão quasequalquer concessão para ser ensinado de modo “amplo”. Quantas e quantas vezesouvi alguns indivíduos que aspiravam à posição de uma das grandes “amplitudes”observarem: “oh, não importa a que igreja ele pertença. Uma igreja é tão boaquanto outra”. Isso parece muito simpático, mas pode ser verdade, à luz dosfatos que estudamos? Que direito um homem tem de estabelecer uma organizaçãorival àquela fundada pelo Filho de Deus e chamá-la de “tão boa quanto?” Aigreja que Jesus fundou é muito querida ao Seu coração. Sua importância éindicada pelo fato só a ela Ele deu a tarefa de realizar Seu trabalho no mundo.Pois Sua igreja é o objeto de Sua terna solicitude e cuidado. Isso é indicadopelo fato de que, apesar da perseguição, guerras, tumultos, surgimento e quedade nações, a queda e morte de idiomas humanos, Ele preservou e perpetuou Suaigreja. Muito certo, deve-se dar importância a um Cristão sincero que desejaser obediente a Seu Senhor, como à igreja a que ele pertence. Ele deveriaquerer pertencer a uma igreja que pode afirmar que Jesus foi Seu Fundador eChefe, ao invés de uma instituição fundada por homens. Ele deveria querer seridentificado com a igreja a quem Jesus entregou Suas ordenanças, a igreja queEle perpetuou através dos séculos e que tem a garantia do Novo Testamento parasuas doutrinas e práticas.

Nas reuniões de reavivamento, particularmente as de tipo “união” tenho muitasvezes ouvido evangelistas dizer às pessoas para “se juntarem à igreja de suaescolha”, independente de qual possa ser. Alguns podem me chamar de estreitopor dizer isso. Mas eu não poderia conscientemente dizer a ninguém parafazê-lo. Como eu vejo, uma mera “escolha” talvez ditada por moda, capricho oumero sentimento, não é suficiente quando se trata de estabelecer a questão daigreja. A pergunta que cada Cristão deveria fazer é: Qual é a verdadeiraigreja, a que Jesus fundou? Qual delas é inteiramente escritural em suasdoutrinas e práticas? É uma grande coisa levar uma pessoa perdida para Cristo.É também uma grande coisa levar uma pessoa salva ao caminho da totalobediência. Para uma alma nascida de novo, fazer uma escolha errada em relaçãoà igreja e uni-la a uma igreja cujas doutrinas e práticas não são escrituraissignifica iniciar uma carreira de desobediência a Cristo por toda a vida.“União, reuniões, nas quais os sentimentos são mais exaltados do que a verdade,e nas quais, os comandos de Cristo são levemente intercambiados por questão depopularidade e a causa de muitas pessoas normalmente formarem suas afiliações aigrejas à base de qual igreja seus parentes e amigos frequentam, a qual igrejao evangelista pertence ou alguma coisa igualmente trivial. De fato, quase tudoajuda a decidir, exceto a única coisa importante: o ensino da Palavra de Deus.

OS BATISTAS NÃO PODEM SER CONSISTENTES E MISTURADOS EM FESTIVAIS PARAREAVIVAMENTOS DE UNIÃO. Para uma reunião de união agradar a todos osenvolvidos, o pregador deve manter sua boca fechada em certas verdades. Pois umpregador pregar o que diz a Palavra de Deus a respeito da segurança doscrentes, batismo, Ceia do Senhor, verdade da igreja, etc. seria naufragar areunião de união. Nessa reunião um Batista não pode aconselhar adequadamentenovos convertidos a respeito “de todas as coisas”. Jesus comandou sem suscitarindignação e crítica. É correto engajar-se em reuniões onde uma parte do ensinoclaro da Palavra de Deus não é bem vinda? A verdade, toda a verdade, conformeensinada em toda a Palavra de Deus, sem acréscimo ou subtração, é o que osBatistas sempre defenderam. Quando se engajam em esforços de união eles seafastam de seus princípios honrados ao longo todo tempo.

Não desejo passar a impressão de que os Batistas são egoístas, enfiados naigreja, insociáveis, não corteses ou algo do tipo. Eles deveriam se rejubilarquando Cristo é pregado por qualquer seita ou denominação. Eles deveriam serejubilar por cada alma salva. Seu espírito nunca deveria ser de hostilidade oucontrovérsia descortês. Mas certamente sua primeira lealdade e fidelidadedeveria ser a Cristo e Sua Palavra. Sob Seu comando nunca deve havertransigência e concessão. “Eles devem lutar arduamente (não raivosamente) pelafé uma vez por todas entregue aos santos”.

Leitor, você que me seguiu através das páginas deste livro, se for um Cristão,você é também um membro de uma genuína igreja do Novo Testamento? Peçodesculpas por ser estrito sobre a questão de sua afiliação a alguma igreja.Essa não é uma questão que afete sua salvação, mas afeta sua recompensa comDeus. Jesus ensinou que “aquele que quebrar qualquer desses mandamentos e assimensina será chamado de o menor no Reino dos Céus”.

A pessoa que pertence a uma igreja que minimize e quebre alguns dos mandamentosde Cristo, necessariamente influencia outros para “ensinarem da mesma forma”.Por fazerem isso, se colocam na classe daqueles de quem Cristo disse que serão“chamados os últimos” no Reino. A questão de sua afiliação a uma igreja é algode que você prestará contas diante do Trono de Julgamento de Cristo. Vocêreceberá o que fizer corretamente sobre o assunto, independente do que qualquerpessoa do mundo pensar de você.

Tentei estabelecer a verdade da questão da igreja neste livro, clara esimplesmente. Meu objetivo foi capacitá-lo a ler o que você precisa saberquanto à sua tarefa em relação a que igreja você deve pertencer. Se você faráou não o que sabe ser correto, isso é o que fará você responder, não a mim, masao Senhor.

“Aquele,pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecando” (Tiago4:17 – ACF).



LIVROS LIDOS OU CITADOS


Abaixo é dada uma relação parcial de livros lidos na íntegra ou em parte, paraa preparação deste livro.

Uma História dos Batistas por John T. Christian.

Uma Breve História dos Batistas, por H. V. Bedder.

História dos Batistas, por Benedict.

História dos Batistas, por Thos Armitage.

Manual de História da Igreja, por A. H. Newman.

História do Anti Pedobatismo, por A. H. Newman.

Um Século de Conquistas Batistas, por A. H. Newman.

A Denominação Batista, por Haynes.

História da Igreja Cristã, por Jones.

A História dos Batistas, por Cook.

Progresso dos Princípios Batistas, por Curtis.

Os Batistas na História, por Geo. C. Lorimer.

A História Batista Justificada, por John T. Christian.

A História da Igreja Cristã, por Schaff.

A História da Igreja Cristã, por Fisher.

História dos Papas, por Ranke.

A Igreja Antiga, por Kellen.

A Antiga Igreja Britânica e Irlandesa, por Cathcart.

História da Igreja, por Kurtz.

Livro Fonte da História da Igreja Antiga, por Ayer.

Leitura sobre História Batista, por W. R. Williams.

Princípios Batistas Distintos, por Pendleton.

Doutrinas de Nossa Fé, por Wallace.

Sucessão Batista, por Ray.

Perpetuidade da Igreja, por Jarrell.

A Igreja, por Harvey.

Diretório das Igrejas Batistas, por Hiscox.

A Antiga Igreja Católica, por Rainey.

História da Inglaterra, por Macaulay.

Dez Épocas da História da Igreja, por Walker.

História Batista, por Isaac Backus.

Guia para o Estudo da História da Igreja, por McGlothlin.

História Eclesiástica, por Mosheim.
As Igrejas do Novo Testamento, por McDaniel.

Fundamentos da Fé, por Nowlin.

Débitos do Mundo aos Batistas, por Porter

Minha Igreja, por J. B. Moody.

A Igreja do Novo Testamento, por T. T. Martin.

A Igreja e o Reino, por Thomas.

Axiomas da Religião, por Mullins.

Síntese da Verdade Bíblica, por Schofield.

A Fusão da Doutrina, por Thomas.

Disciplina da Igreja Episcopal Metodista.

Crenças Batistas, por Mullins.

Crenças Bíblicas, por H. B. Taylor.

Ecclesia—a Igreja, por B. H. Carroll.

Denominacionalismo em Teste, por Tull.

Igrejas Batistas Apostólicas, por Newman.       

Sete Fundamentos Batistas, por Connor.

A Fé Batista, por M. P. Hunt.

A Posição Batista, por J. F. Love.

A Lei Batista da Continuidade, por Smith.

A Igreja, uma Vida Composta, por Prestridge. 

Compêndio de História Batista, por Shackelford.

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Traduçãoe Revisão: JeanneBorgerth Duarte Rangel

 

Congregação Batista da Graça

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Reuniões: Sábados e Domingos às 19: 30 hs

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