Glutonaria é o comportamento que caracteriza o ato de se alimentar em excesso, de forma desregrada, e a pessoa que age dessa forma é chamada de glutão. No entanto, a palavra glutonaria traduz termos antiquíssimos que possuem um significado bem mais amplo.
É por isso que muita gente considera a gula como sendo o pecado do excesso, não apenas de comida e bebida, mas de qualquer outra coisa que revela o desejo insaciável do homem na busca pelo prazer a qualquer custo.
Em algumas passagens bíblicas, a palavra glutonaria é utilizada para traduzir termos originais. Assim, o significado de glutonaria na Bíblia poderá ser melhor compreendido com base no contexto em que aparece.
De maneira geral, tanto no Antigo como no Novo Testamento, a glutonaria aparece associada com a embriaguez, como por exemplo, em Deuteronômio 21:20 e Provérbios 23:21; 28:7, onde o termo hebraico zalal é utilizado para fazer referência ao glutão.
Esse mesmo termo hebraico pode ser traduzido também como “libertino”, “dissoluto”, “esbanjador”, “intemperante”, “ser vil”, “devasso” entre outros. Na referência de Deuteronômio 21:20 percebemos que a glutonaria poderia ser um dos vícios dos filhos rebeldes, que, por sua rebeldia e malvadez, poderia ser até condenado a pena capital.
Nosso Senhor foi acusado de forma caluniosa de ser um glutão, isso porque ele tinha contato com pecadores e publicanos, participando de refeições em suas casas (Mt 11:19; Lc 7:34). Em ambos os textos, a palavra glutão traduz o grego phagos que significa “homem voraz”.
Paulo, escrevendo a Tito, citou um poema do poeta cretense do século 6 a.C. Epimênides, para caracterizar o perfil dos falsos mestres que estavam agindo em Creta, onde estes são descritos como “mentirosos, bestas ruins e ventres preguiçosos” (Tt 1:12).
A expressão “ventres preguiçosos” pode ser traduzida também por “glutões preguiçosos”. Essa expressão traduz o termo grego gaster seguido do adjetivo argos.
Gaster significa literalmente “barriga”, “ventre” ou “estômago”, também aplicado para se referir a uma pessoa gulosa, no sentido de que tudo que lhe é importante é seu estômago. Argos significa “livre de trabalho”, no sentido de alguém que evita a tarefa que deve realizar.
Assim, podemos entender que a expressão “ventres preguiçosos” descreve pessoas que detestavam o trabalho e que viviam dedicados a glutonaria, onde procuravam satisfazer seus prazeres.
Talvez a passagem que mais chama a atenção pelo emprego da palavra glutonaria encontra-se na Carta aos Gálatas, onde Paulo mencionou uma lista de obras da carne (Gl 5:21).
A palavra glutonaria foi utilizada em algumas versões em português para traduzir o termo grego komos, que pode ser traduzido como “comemoração”, “orgia” ou “farra”. Essa palavra originalmente se referia a um grupo de amigos que acompanhava um vencedor que triunfou em alguma competição desde o local dos jogos até sua casa. Esse grupo o seguia cantando tributos a sua conquista. Nesse caso, o sentido de “comemoração” é o mais correto.
Todavia, esse termo também passou a ser comumente usado para fazer referência às pessoas que, após um banquete noturno, saíam completamente embriagadas pelas ruas com tochas nas mãos e entoando cânticos em honra a Baco, o deus do vinho.
Essas pessoas se dirigiam as casas de amigos com o intuito de promoverem uma verdadeira farra, que se prolongava muitas vezes até o outro dia, com toda a sorte de promiscuidade e luxuria.
A partir desse sentido que o termo komos também passou a significar o comportamento degradante do homem ao promover orgias providas de todo tipo de imoralidade desenfreada.
A tradução desse termo por glutonaria está correta, embora talvez não seja a mais apropriada pelo fato das pessoas costumeiramente associar seu significado estritamente aos excessos na alimentação. É por isso que algumas traduções já estão revisando esse termo, e trocando a palavra glutonaria por “orgia” ou “farra”.
Quando aplicado na lista dos vícios da carne, esse termo possui clara conexão com os demais vícios, como a prostituição, lascívia, todo tipo de imoralidade, idolatria, feitiçaria, as várias formas de rivalidade entre as pessoas e a embriaguez.
É nesse mesmo sentido que a palavra glutonaria também traduz o mesmo termo grego komos em Romanos 13:13, e no ensino do apóstolo Pedro em sua primeira epístola (1Pe 4:3).
Aqui vale dizer também que nas festas praticadas no Império Romano, não era raro que as pessoas comessem sem qualquer moderação, e quando não aguentavam mais se esforçavam para colocar para fora tudo o que tinham consumido, para que assim pudessem voltar a comer ainda mais, e claro, tudo isso regado a muito álcool e licenciosidade.
Existem outras passagens bíblicas onde a palavra glutonaria não aparece, porém seu sentido encontra-se expresso. Na história do rico e Lázaro, por exemplo, podemos perceber que o rico era um homem glutão que se banqueteava enquanto Lázaro se alimentava de sobras.
Também em Judas 1:12, lemos sobre homens ímpios que se dedicavam a distorcer o verdadeiro Evangelho, e aproveitavam as ocasiões de celebração do amor fraternal entre os cristãos para promoverem a glutonaria e a imoralidade.
Finalmente em Filipenses 3:19, o apóstolo Paulo alerta sobre pessoas apóstatas, falsos mestres, que andam no meio dos cristãos verdadeiros, mas que na realidade são “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo afirma que essas pessoas só se preocupam com as coisas terrenas, e que o destino delas é a perdição, e seu deus é o ventre.
Existe uma discussão entre os estudiosos sobre a identidade desse grupo a qual Paulo se refere. Alguns entendem que Paulo está se referindo aos judaizantes que acrescentavam a Lei de Moisés à obra redentora de Cristo no Calvário. Assim, a expressão “o deus deles é o ventre” pode se referir a obediência às regras alimentares do Antigo Testamento.
Já outros entendem que Paulo está se referindo aqui sobre as pessoas libertinas, que partiam do legalismo à libertinagem, e pervertiam a liberdade cristã. Assim, a expressão “o deus deles é o ventre” faz referência à glutonaria praticada por essas pessoas que se envolviam nas grosseiras imoralidades.
A palavra “ventre” traduz aqui o grego koilia, de koilos, que significa literalmente “concavidade”. Essa palavra pode se referir tanto à barriga interira, isto é, toda a concavidade do abdômen, como também ao comportamento de alguém que é dado aos prazeres carnais imediatos, como o paladar, fazendo então um apontamento para a glutonaria.
Particularmente penso que a segunda sugestão está correta, e esse versículo, assim como outras passagens bíblicas já apresentadas acima, estabelece uma ligação direta entre glutonaria e idolatria, de modo que o glutão idolatra o próprio ventre.
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Emmanuel
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