Por que Deus também destruiu os animais no Dilúvio (Gênesis 6-8)?

Deus enviou o Dilúvio como um julgamento sobre a maldade da humanidade. Mas não foram apenas os seres humanos que morreram. A maioria dos animais também foi varrida. Gênesis 6:7 declara: "Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o gado, os animais que rastejam e as aves do céu; pois me arrependo de havê-los feito." Por que Deus destruiu a vida animal no Dilúvio, já que eles não eram culpados de pecado?

Em primeiro lugar, é preciso observar que Deus não destruiu toda a vida animal. Dois de cada tipo de animal impuro foram colocados na arca, e sete de cada animal limpo (Gênesis 7:1-4). Além disso, a vida marinha não foi prejudicada. A destruição incluiu animais terrestres e pássaros.

Deus tinha um plano para recriar. Assim como Deus havia criado a vida humana e animal no início dos tempos, agora Ele recriaria a vida humana e animal. Gênesis 8 termina com os animais deixando a arca no início de um novo mundo. Eles foram com a ordem de sair e se multiplicar (Gênesis 8:17).

Podemos supor que, de alguma forma, a vida animal tenha se corrompido junto com a vida humana. Gênesis 6:13 afirma: "Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra." A frase "toda carne" é usada em toda a narrativa para incluir tanto a vida humana quanto a animal. Como a vida animal foi corrompida? Isso não é explicado. Alguns sugeriram como motivo o uso de animais em sacrifícios pecaminosos e pagãos. Outros consideraram que a violência que encheu a Terra se deveu, em parte, aos animais (isso corresponderia à teoria de que os grandes dinossauros foram destruídos pelo Dilúvio). Independentemente de como os animais se corromperam, Deus os via como parte da criação que precisava ser recriada.

Outra preocupação era o bem-estar de Noé. Talvez os animais terrestres tenham sido destruídos para que Noé e sua família pudessem viver em segurança depois de saírem da arca. Oito seres humanos vivendo em um mundo de vida selvagem sem controle teriam tido uma pequena chance de sobrevivência, provavelmente. Mas com apenas os animais na arca, a proporção entre a vida animal e a vida humana tornaria a convivência muito mais segura. Deus poderia ter escolhido um método diferente, mas optou por salvar Noé e sua família, juntamente com um grande barco de animais, para reiniciar a vida na Terra.

Em outras partes do Antigo Testamento, vemos que o pecado de uma pessoa pode, às vezes, contaminar outras pessoas ou animais (por exemplo, Josué 7:24-25; Romanos 8:19-22). Em um sentido cerimonial, talvez os animais que morreram no Dilúvio possam ser vistos como moralmente contaminados por causa de sua associação com a humanidade. Eles faziam parte daquele mundo antediluviano, infestado de pecado.

Em resumo, Deus destruiu muitos animais no Dilúvio, mas não todos eles. De fato, Ele poupou muito mais animais do que humanos. Deus escolheu recriar usando um número limitado de animais, poupando apenas os animais terrestres que Ele levou para a arca. Após o Dilúvio, Deus providenciou uma coexistência segura entre a vida humana e a animal.