Na Bíblia, a expressão “dupla honra” significa o resultado do caráter abundante da graça restauradora de Deus. Essa expressão aparece na profecia do profeta Isaías que diz: “Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria” (Isaías 61:7).
Mas esse conceito de “dupla honra” jamais deve ser interpretado fora de seu contexto. Atualmente tem sido cada vez mais comum as pessoas usarem a expressão “dupla honra” num sentido completamente estranho às Escrituras.
A profecia acerca da “dupla honra” faz parte de uma seção do livro do profeta Isaías que trata sobre a destruição de Jerusalém que haveria de acontecer, e sobre o consequente cativeiro dos judeus. Mas essa seção também traz a maravilhosa promessa de restauração após o cativeiro (Isaías 40-66). Além disso, é nessa seção que o profeta revela um retrato vívido do Messias como o Servo Sofredor (Isaías 49-57 – especialmente Isaías 52:13-53:12).
Portanto, antes de qualquer tentativa de interpretação acerca do que significa a “dupla honra” da qual Isaías fala, é preciso considerar três pontos principais. Em primeiro lugar, essa expressão aparece dentro de uma mensagem consoladora. Essa mensagem foi primariamente dirigida a um grupo de judeus refugiados numa terra estranha.
Em segundo lugar, ao mesmo tempo em que esses judeus conviviam com a expectativa de retorno à sua terra amada, eles tinham que lidar com o desânimo diante da longa viagem de volta e da desafiadora tarefa de reconstrução que tinham que desempenhar.
Em terceiro lugar, muito dessa profecia vai além de sua aplicação primária. Isso significa que ela encontra seu cumprimento pleno em Cristo e nas bênçãos da redenção providas por Ele ao Seu povo. Tendo entendido esse contexto, vejamos o significado correto do que é a dupla honra na Bíblia.
O capítulo 61 de Isaías começa com uma declaração que foi aplicada pelo próprio Cristo a si mesmo no Novo Testamento (Isaías 61:1,2; cf. Lucas 3:22; 4:18,19). Então obviamente isso deixa claro que o tema principal do capítulo fala sobre as boas-novas da salvação através do ministério do Messias.
O texto bíblico diz que “em lugar da vergonha, tereis dupla honra”. Na sequência imediata, ainda lemos: “em lugar da afronta, exultareis o dobro e tereis perpétua alegria”.
As expressões “em lugar da vergonha” e “em lugar da afronta” retratam as experiências dos exilados judeus na Babilônia no século 6 a.C. No cativeiro, longe de sua pátria, distante da Terra Prometida, o povo da aliança foi envergonhado e afrontado. Aqui vale lembrar que todo o processo do cativeiro serviu como julgamento de Deus por causa do pecado de Judá.
Porém, através de seus profetas o Senhor anunciou que a vergonha e a afronta não durariam para sempre. O cativeiro chegaria ao fim e o remanescente fiel seria restaurado.
Historicamente, de fato isso aconteceu, e os judeus foram honrados. Deus é fiel à sua Palavra. O Deus que conduz a História providenciou a libertação de seu povo através do decreto de um rei estrangeiro. Ele também levantou homens valorosos como Neemias, Esdras e Zorobabel para se ocuparem da restauração política e religiosa de Judá. Nesse tempo, através dos profetas Ageu, Malaquias e Zacarias, Deus corrigiu, exortou e encorajou o seu povo.
Mas toda aquela exultação da restauração após o duro exílio apontava para uma realidade ainda maior; apontava para uma bênção superior. Apesar da retomada da posse da terra e da reconstrução de Jerusalém e de seu Templo, humanamente falando ainda assim as realizações pós-exílio não podiam ser comparadas aos tempos áureos de Davi e Salomão.
Inclusive, os judeus ficaram desanimados durante a edificação do Templo, pois sabiam que o Templo de Salomão que havia sido destruído era muito mais imponente que aquele que eles estavam construindo. Então onde se encaixa a promessa de dupla honra? De exultação em dobro? De alegria perpétua?
A libertação do cativeiro babilônico e as bênçãos da restauração no período pós-exílio prefiguraram a libertação de um cativeiro inimaginavelmente pior; bem como as bênçãos de uma restauração indescritivelmente maior.
Por isso o profeta Isaías também anuncia em sua profecia o verdadeiro dia da salvação em que o povo de Deus seria liberto da servidão do pecado e desfrutaria das bênçãos sem medidas da graça restauradora de Deus. Nesse sentido é que se encaixam a dupla honra, a exultação em dobro e a alegria perpétua.
Aqui vale lembrar que no mesmo contexto da reconstrução de Jerusalém, Ageu profetizou: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ageu 2:9).
O profeta Ageu não falava do Templo do pós-exílio; nem mesmo se referia especificamente à grande reconstrução e reforma que Herodes promoveu mais tarde. Profeticamente Ageu se referia à glória de Cristo que entraria naquele último templo revelando-se como a manifestação final da presença de Deus habitando com seu povo.
Aquele último templo teve seu véu rasgado durante a crucificação de Cristo. Isso significa que o caminho do Santuário celestial foi aberto aos redimidos. Agora, os que foram feitos santos pelos méritos de Cristo têm livre acesso ao trono da graça de Deus.
Para eles, o caminho da sala do trono foi reaberto para nunca mais fechar. Isto sim é dupla honra, exultação em dobro e alegria perpétua! D. L. Moody ilustra a “dupla honra” prometida por Deus ao seu povo como sendo a filiação na família de Deus e a posse do próprio Cristo que habita no crente como Senhor e Companheiro.
Essa profecia também é escatológica e se cumprirá em toda sua plenitude no grande Dia do Senhor. Esse dia será dia de alegria perpétua para os redimidos que entrarão plenamente na bem-aventurança de Deus; mas também será dia de vingança para os ímpios que provarão o cálice final da santa ira do Senhor (cf. Isaías 61:2,3).
É verdade que por causa de seu caráter escatológico, há diferentes interpretações dessa porção do livro de Isaías que fala sobre a promessa de dupla honra. Estudiosos pré-milenistas, por exemplo, aplicam a profecia sobre a “dupla honra” de uma forma mais especial para se referir a uma porção dupla das bênçãos de Deus que Israel receberá num reino milenar.
Já os estudiosos de linha amilenista e pós-milenista, geralmente aplicam a profecia sobre a “dupla honra” como se referindo as bênçãos da salvação derramas sobre a Igreja, o verdadeiro Israel de Deus que reúne num só Corpo crentes judeus e gentios.
Seja como for, todos concordam que em hipótese alguma essa profecia de “dupla honra” se refere a uma suposta porção dupla de prosperidade e satisfação terrenas reservada a alguns crentes que se apropriam dela através de supostas “campanhas de milagres”.
Reduzir a dupla honra anunciada pelo Senhor através de Isaías a um conceito de satisfação de caprichos humanos nesta terra, é desconhecer a verdadeira promessa do Senhor. Para quem tem dúvida, o apóstolo João explica que promessa é essa. Ele escreve: “E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna” (1 João 2:25).
He is a cross pendant.
He is engraved with a unique Number.
He will mail it out from Jerusalem.
He will be sent to your Side.
Emmanuel
Bible Verses About Welcoming ImmigrantsEmbracing the StrangerAs we journey through life, we often encounter individuals who are not of our nationality......
Who We AreWhat We EelieveWhat We Do
2025 by iamachristian.org,Inc All rights reserved.