O que são os Dias Santos de Guarda?

Os Dias Santos de Guarda são momentos estabelecidos segundo a Igreja Católica Romana, em que os fiéis são obrigados a participar na Missa. Nos Dias Santos de Guarda, os católicos também devem evitar o trabalho ou qualquer coisa que os impeça de descansar e adorar a Deus.

De acordo com o Código de Direito Canônico de 1983, existem dez Dias Santos de Guarda. Nos Estados Unidos, os católicos são obrigados a observar seis dentre esses dez: a Solenidade de Maria, Mãe de Deus; a Ascensão do Senhor; a Assunção da Virgem Maria; Dia de Todos os Santos; a Solenidade da Imaculada Conceição; e o Natal. Os domingos e os dias santos que caem nos domingos (como a Páscoa) são regidos por suas próprias regras e, portanto, não são considerados uma parte oficial dos Dias Santos de Guarda. Duas dessas datas, o Natal e a Ascensão de Jesus, correspondem a eventos da Bíblia; no entanto, os outros são baseados apenas na tradição e podem até contradizer os ensinamentos bíblicos.

A ideia de dias consagrados, ou dias em que os adoradores são obrigados a obedecer a certos ritos ou tradições, vem de dois lugares: a Lei Mosaica ou o paganismo. É importante notar que o Novo Testamento nunca ordena a observância de dias especiais. Isso não é para dizer que observar um feriado é errado ou pecaminoso, simplesmente que os feriados não são algo que os crentes são obrigados a observar. Os Dias Santos de Guarda não devem ser obrigatórios.

Paulo aponta que algumas pessoas consideram um dia mais santo que outro e outras não. No entanto, se uma pessoa acredita que um dia é sagrado, ela deve seguir sua consciência e estar totalmente convencida em sua própria mente quanto ao que deve fazer (Romanos 14:5). Evitar o trabalho num sábado ou domingo pode entrar nessa categoria. O descanso no sábado fazia parte da Lei Mosaica, que foi cumprida em Cristo. Ele é agora o nosso descanso no sábado (Hebreus 4:9). Portanto, descansar do trabalho no sábado ou domingo não é uma obrigação. Ao mesmo tempo, se alguém deseja descansar do trabalho no fim de semana, isso não tem nada de errado.

O problema com os Dias Santos de Guarda, como acontece com grande parte do ensinamento católico, é que são usados como um meio de receber a graça. Em outras palavras, a graça deve ser conquistada por meio de nossas obras. O ensinamento bíblico é que a graça de Deus é gratuita - é um favor imerecido. De fato, qualquer tentativa de merecer a salvação destrói totalmente a ideia de graça: “Mas, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não seria graça" (Romanos 11:6). Outro problema é os dias dedicados à veneração de Maria e as falsas doutrinas que lhe foram associadas.

Em Gálatas 4:10-11, Paulo expressa preocupação pelos gálatas por causa da observância de dias, meses, estações e anos. No contexto, vemos que Paulo está preocupado com a igreja da Galácia caindo em legalismo depois de aprender a liberdade em Cristo. Ele fica frustrado ao saber que estão sendo aprisionados novamente pela ideia de uma justiça baseada em obras, e ele os lembra ardentemente que a salvação é pela fé somente, fora das obras da lei (Gálatas 3:1-10). Aparentemente, os gálatas acreditavam que a observância dos dias santos era necessária para a salvação - eles estavam marcando seus calendários com seus próprios "Dias Santos de Guarda".

Observar os Dias Santos de Guarda não pode salvar uma pessoa. Se a observância de qualquer dia santo se torna uma obra na qual a salvação de alguém depende, essa observância se torna um obstáculo e deve ser abandonada. No entanto, não há nada de errado em observar os dias santos enquanto Deus seja honrado, não o homem, e desde que a observância seja um lembrete alegre da obra de Deus, ou da graça ou das bênçãos. Um feriado não deve ser um fardo ou uma exigência religiosa; em vez disso, a comemoração deve fluir naturalmente do louvor do crente e da gratidão a Deus.