Testemunhando aos Mórmons - qual é a chave?

Como prefácio a esta resposta, veja o nosso artigo sobre o mormonismo e em que os mórmons acreditam. Como cristãos, sempre queremos usar a Bíblia e suas verdades atemporais como a nossa principal ferramenta para testemunhar o amor de Deus e a salvação por meio de Cristo. Um dos problemas de tentar testemunhar aos mórmons é que acreditam que a Bíblia foi irremediavelmente corrompida ao longo dos anos e não é mais confiável. Embora possamos dizer com confiança que as Escrituras certamente não estão corrompidas – devido à evidência manuscrita na forma dos Manuscritos do Mar Morto, de vários códices das várias partes do texto bíblico e de milhares de outros manuscritos – os mórmons provavelmente não concordarão com isso. Portanto, aproximar-se dos mórmons de outra direção é mais eficaz.

É importante entender que os mórmons usam muitos dos termos que os cristãos usam, como salvação, justificação, céu e outros. Entretanto, suas definições são bem diferentes das definições bíblicas com as quais estamos familiarizados. Por exemplo, os mórmons dizem que acreditam na salvação pela graça através da fé em Cristo. Entretanto, a sua ideia de salvação é inclusiva — todos foram salvos por Cristo para que possam viver eternamente, mas são as obras de cada pessoa que determinarão onde passarão a eternidade e a extensão de suas bênçãos eternas (Regras de Fé, p. 78–79 em inglês; Doutrina Mórmon, p. 348 em inglês). Claramente, a salvação como a Bíblia explica não é o mesmo que a ideia Mórmon de salvação. É por isso que discutir doutrina com um mórmon raramente é bem-sucedido.

A chave para alcançar o coração dos mórmons é entender que, embora pareçam seguros e autoconfiantes do lado de fora, internamente muitos estão cheios de estresse e dúvida porque estão continuamente lutando pela perfeição. Isso é parcialmente motivado pela doutrina mórmon e parcialmente por pressões familiares. A família é extremamente importante para os mórmons, e viver de acordo com os padrões da família e da igreja é um fator motivador para muitos deles. Dentro de muitos mórmons está o medo de não serem bons o suficiente, de não estarem à altura. A pergunta na mente de todo mórmon é: “Sou digno o suficiente?” O melhor a fazer é reforçar essa dúvida. Mostre-lhes que, por seus próprios esforços, eles não estão nem perto de serem dignos de estar diante de um Deus santo. Esta é a má notícia que deve preceder a boa notícia. Mostre-lhes a partir das Escrituras que todas “as nossas justiças [são] como trapo da imundícia” (Isaías 64:6), que “ninguém será justificado diante dele por obras da lei” (Romanos 3:20), e que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Se o Mórmon admitisse essas verdades, então estaria aberto às boas novas do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo e que a verdadeira justiça só vem na cruz, onde Deus trocou o nosso pecado pela justiça de Cristo (2 Coríntios 5:21). Nenhuma outra justiça pode estar diante de Deus no Dia do Juízo. Quando um mórmon, ou qualquer outra pessoa, admitir essas verdades, ele está no caminho certo para entender a verdadeira salvação.

Embora seja importante que sejamos diligentes em nossa proclamação da verdade, também é importante que coloquemos os resultados do testemunho nas mãos de nosso Deus, que é capaz de “salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus” (Hebreus 7:25). Podemos ter certeza de que, em última análise, cabe ao Espírito influenciar os corações daqueles que estão perdidos e abrir seus olhos para a Verdade. O nosso trabalho é de estarmos “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15), confiando em Deus com as palavras que devemos dizer, orando diligentemente pelas almas daqueles a quem testemunhamos e deixando os resultados em Suas mãos.

(Nota do editor: muitas das referências em nossos artigos sobre o mormonismo são publicações mórmons, como Doutrina Mórmon, Regras de Fé, Doutrinas de Salvação, História da Igreja, Doutrina e Convênios e assim por diante. Outras são do Livro de Mórmon em si, por exemplo, livros como 1 Néfi, 2 Néfi e Alma.)