A Bíblia diz que “o Espírito de Deus pairava sobre as águas” no cenário primordial da criação (Gênesis 1:2). O significado desta expressão introduz o ministério do Espírito Santo na obra da criação registrada no texto bíblico.
Alguns estudiosos consideram que a afirmação de que o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas, é uma das declarações mais poéticas e misteriosas do livro de Gênesis. Mas para entendê-la mais facilmente, precisamos considerar o contexto em que ela aparece. Primeiro, o texto bíblico informa: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1:1). No entanto, logo na sequência o texto bíblico completa dizendo que “a terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo” (Gênesis 1:2).
É interessante notar que o relato bíblico não entra em detalhes específicos acerca de como Deus criou o planeta Terra ou as águas. O escritor bíblico do livro de Gênesis enfoca no planeta já criado, ainda que informe, submerso em um caos aquático e envolto em trevas. Contudo, o texto claramente informa como nesse cenário o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas, de modo que tão logo, pelo poder criativo de Deus, as trevas e o caos deram lugar a um universo ordenado.
A palavra “Espírito” de Gênesis 1:2 em nossas versões da Bíblia em português, traduz o hebraico Ruach, que pode ser traduzido como “vento”, “sopro”, “espírito”. Já o substantivo “Deus” traduz o hebraico Elohim, que pode significar, dependendo do contexto, “deuses”, “poderosos”, “anjos” e “Deus” — num plural majestático.
Então, como a expressão “Espírito de Deus” no hebraico traz estas duas palavras, Ruach e Elohim, alguns estudiosos argumentam que essa expressão no texto pode simplesmente se referir a um “vento poderoso”, talvez num sentido semelhante ao vento que Deus enviou sobre a terra para acalmar as águas do dilúvio (Gênesis 8:1). Sim, de fato esta expressão pode ser traduzida desta forma a partir do hebraico.
No entanto, o contexto de Gênesis 1 não sugere um vento poderoso soprando ou algum tipo de fenômeno natural. Na verdade, no restante do primeiro capítulo de Gênesis, o termo Elohim que modifica a palavra Ruach no versículo 2, sempre se refere a Deus e jamais assume o simples significado de “poderoso”. Além disso, a forma como o Ruach de Deus se comporta na declaração bíblica, isto é, pairando sobre a face das águas, indica que se trata de uma atividade pessoal.
O escritor bíblico afirma que o Espírito de Deus pairava sobre as águas, ou seja, Ele estava se movendo sobre a face das águas. O verbo “pairar” traduz um termo hebraico que indica uma “preparação cuidadosa”, como uma ave-mãe que paira sobre sua ninhada, aguardando o momento certo para agir (cf. Deuteronômio 32:11).
Então, da mesma forma que uma ave-mãe envolve seus ovos para produzir vida, o escritor bíblico apresenta o Espírito de Deus como uma águia pairando sobre as águas e o abismo primordial escondido em trevas, envolvendo aquela massa informe, e pronto para infundir vida e ordem no caos.
Inclusive, nas culturas antigas, as águas eram frequentemente vistas como símbolos do caos e do desconhecido. No entanto, o Espírito de Deus não é repelido ou ameaçado por esse caos. Em vez disso, Ele está ativamente envolvido para transformar o caos em ordem e as trevas em luz.
Portanto, enquanto as tradições antigas das nações ao redor de Israel falavam da criação do mundo num cenário de monstros mitológicos e deuses guerreando entre si nas profundezas, o livro de Gênesis, em contraste, apresenta um Deus soberano que, sozinho, pelo poder de sua Palavra, criou todas as coisas e trouxe ordem ao caos.
Em resumo, podemos entender que o “pairar” do Espírito de Deus sobre as águas em Gênesis 1:2 não deve ser interpretado como um mero ato passivo. Na verdade, ao informar que o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas quando a terra ainda era sem forma e vazia e havia trevas sobre o abismo, o escritor bíblico nos mostra a atuação do Espírito de Deus ativamente envolvido em moldar e preparar a terra para receber vida.
Nesse sentido, na obra da criação o Espírito de Deus tomou o que era desforme e criou forma, preenchendo o vazio com plenitude. Este ministério do Espírito de Deus na criação, através do Verbo de Deus, não apenas é evidente em Gênesis 1, mas também ecoa no restante da Escritura (cf. Salmo 33:6; João 1:1).
Assim, dizer que o Espírito de Deus pairava sobre as águas na criação, não é apenas uma expressão poética, mas é também profundamente teológica. Ela nos lembra da soberania de Deus, Sua capacidade de trazer ordem ao caos e Sua intenção deliberada na criação.
Também é importante entender que o Espírito Santo não se tornou apenas um observador passivo da história após a criação. Na verdade, da mesma forma como Ele trouxe ordem ao caos e plenitude ao vazio na criação, Ele continua atuando como um participante ativo na vida do povo de Deus. É o Espírito Santo quem regenera o homem, tirando-o do caos de sua rebelião contra Deus e do vazio de seu pecado, moldando-o, guiando-o e preparando-o para o esplendor da nova criação.
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