O que é a doutrina do meio-termo?
Você tem alguma pergunta sobre Deus, Jesus, a Bíblia ou teologia? Você precisa de ajuda para entender um versículo ou passagem da Bíblia? Há alguma questão espiritual em sua vida para a qual você precisa de conselho ou orientação?
A doutrina do meio-termo - às vezes chamada de média dourada - é um dogma grego frequentemente associado à estrutura ética de Aristóteles. Aristóteles ensinou que os seres humanos são agentes racionais, com suas ações sendo direcionadas propositalmente para fins específicos, que eles consideram bons. Essas ações são direcionadas para o conceito aristotélico de
Eudaimonia, que pode ser considerado basicamente como "a boa vida".
O exercício da virtude é fundamental para alcançar a
Eudaimonia, parte da qual é moderada pela doutrina do meio-termo. Nesse contexto,
meio-termo refere-se a um ponto médio entre dois extremos. A doutrina do meio-termo ensina que a virtude é encontrada no meio do caminho entre dois vícios. Atingir o meio-termo é viver em um ponto entre os extremos do excesso e da deficiência.
Um exemplo comum dado para explicar a doutrina do meio-termo é a virtude da coragem, que é vista como equilibrada entre os sentimentos de medo e confiança. O excesso de confiança pode levar a ações imprudentes; o excesso de medo pode levar à covardia. Diz-se que um indivíduo que domina a virtude da coragem é aquele que evita os dois extremos.
Nas Escrituras, é possível encontrar nuances do conceito do meio-termo dourado. Por exemplo, Provérbios 30:8-9 diz: "... afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus." A virtude cristã do contentamento pode ser vista como alcançada ao se evitar os extremos ou pecados do excesso e da ganância.
Alguns professores cristãos também se referiram ao meio-termo em seus escritos. Por exemplo, Basílio de Cesareia escreveu: "Os retos de coração têm pensamentos que não se inclinam nem para o excesso nem para a deficiência, mas são direcionados para a média da virtude". Tomás de Aquino (que reverenciava Aristóteles) escreveu: "O mal consiste na discordância de sua regra ou medida. Ora, isso pode acontecer tanto por excederem a medida quanto por ficarem aquém dela. . . . Portanto, é evidente que a virtude moral observa a média."
