O que é estatismo?

O estatismo ocupa uma extremidade de um espectro político, enquanto o oposto é a anarquia. Quanto mais uma filosofia política rejeita o poder centralizado, mais próxima ela está do anarquismo. As abordagens que preferem maior controle governamental são mais estatistas. O estatismo sustenta que o controle das preocupações econômicas ou sociais deve estar nas mãos do governo. As formas extremas de estatismo são difíceis de conciliar com uma visão bíblica; as Escrituras reconhecem o valor do governo sem vê-lo como a solução definitiva para qualquer problema.

A Bíblia rejeita claramente o extremo da anarquia; as Escrituras observam os benefícios da lei e da ordem e a necessidade de certos níveis de supervisão governamental (Romanos 13:1-7; Gênesis 2:16-17; 1 Timóteo 2:2). O ponto em que a Bíblia fala contra o estatismo agressivo é igualmente importante, mas menos direto. A Palavra oferece avisos sobre o investimento de muito poder na autoridade humana (1 Samuel 8:10-19; Provérbios 29:2) e ensina que o governo nunca é mais do que uma fração da resposta para qualquer problema (João 18:6; Atos 5:29).

Termos políticos como estatismo se sobrepõem a outras ideias, embora não sejam idênticos a elas. Dois exemplos comuns são o nacionalismo e o socialismo. Eles compartilham qualidades com o estatismo, mas também incluem diferenças distintas. O apoio a um forte controle governamental sem devoção excessiva a uma nação específica é estatista, mas não nacionalista. A lealdade extrema a um país, embora rejeite o controle agressivo do governo, é nacionalista, mas não estatista. É claro que uma pessoa também pode ser as duas coisas: fanaticamente devotada a uma nação e investir autoridade total em seu governo.

O mesmo se aplica ao socialismo. Esse termo implica um controle comunitário dos recursos de produção. Uma pessoa que acredita que o governo deve regular ou controlar fortemente esses recursos está promovendo uma forma de estatismo, na prática. Ao mesmo tempo, os defensores de recursos controlados pela comunidade e independentes do controle do governo seriam "socialistas", mas não "estatistas". O socialismo é mais difícil de distinguir do estatismo do que o nacionalismo, mas o socialismo e o estatismo não são exatamente a mesma coisa.

Certos termos políticos aparecem com mais frequência como críticas do que como rótulos voluntários. O estatismo é frequentemente usado como uma crítica, implicando em controle inadequado nas mãos do governo. Poucos adotam o termo para descrever sua própria filosofia. Da mesma forma, a anarquia é geralmente aplicada como um insulto, embora alguns aceitem voluntariamente que são anarquistas. Como polos opostos de um espectro, nem o estatismo nem a anarquia são totalmente compatíveis com uma abordagem bíblica. Na ampla faixa entre esses dois extremos há um amplo espaço para a discussão civil (Romanos 14:1).