O que é a teologia negativa?

A teologia negativa, também chamada de teologia apofática, é uma maneira de olhar para Deus usando a negação. É o estudo do que Deus não é, em vez do que Ele é. A teologia negativa afirma que o transcendente Deus é essencialmente desconhecido. Ele é um ser complexo e abstrato demais para os humanos entenderem, e as palavras nunca serão suficientes para descrevê-lo corretamente. Portanto, não podemos fazer declarações positivas sobre Ele. Por exemplo, em vez de dizer: "Deus é bom", a teologia negativa diria: "Não há mal em Deus" e deixaria por isso mesmo. A teologia negativa tenta chegar a um conhecimento de Deus indiretamente, removendo as coisas que Deus não é. A teologia negativa ou apofática é a contraparte da teologia positiva ou catafática, que lida com descrições positivas da natureza de Deus.

A apófase também é às vezes usada para descrever coisas no mundo natural. Por exemplo, a escuridão não é, em si, uma coisa - a escuridão é melhor descrita como uma falta de luz (a luz sendo uma coisa real, substancial, mensurável). Na teologia, a negação é útil também. Agostinho é creditado por ter dito primeiro que o mal é "uma falta"; isto é, o mal é a negação do bem. Da mesma forma, o ódio e a apatia não são criações de Deus; eles são uma ausência de amor, que é parte da natureza de Deus (1 João 4:8).

Quando forçada a se sustentar sozinha, a teologia negativa faz pouco sentido. A teologia negativa tem seu lugar, mas apenas como um equilíbrio para a teologia positiva. As descrições positivas de Deus enchem a Bíblia. Deus é bom (Salmos 135:3), misericordioso (Salmos 116:5) e justo (Salmos 11:7). Jesus se referiu a si mesmo como "o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6), e João o chamou de a vida que era a luz dos homens (João 1:4). Jesus é a personificação da sabedoria, a Palavra, aquele por quem tudo veio a ser e sem ele nada existiria (João 1:1-3).

A teologia negativa é uma filosofia interessante, mas, como uma maneira de descobrir a verdade sobre Deus, ela falha. Uma leitura da Bíblia, que é a Palavra de Deus, mostra imediatamente que Deus está interessado em se revelar ao homem. Jesus foi chamado de "a expressão exata" do ser de Deus (Hebreus 1:3). Um ser humano vivo, respirando, que chorou e amou as crianças, comeu comida e derramou sangue (João 11:35; Lucas 19:41; Mateus 19:14; João 21:12; Lucas 22:44). Esta não é uma imagem de um Deus abstrato ou desconhecido que só pode ser descrito indiretamente. A mensagem do apóstolo João foi baseada em evidência tangível: "O que era desde o princípio,* o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida" (1 João 1:1).

Sim, as palavras têm limitações, mas Deus escolheu as palavras para se comunicar conosco sobre si mesmo. A Bíblia é uma comunicação escrita. E sim, somos limitados em nossa capacidade de entender tudo sobre Deus. Há muitas coisas que nos fazem lutar e muitas coisas que devemos aceitar pela fé (Hebreus 11:6). Algumas coisas sobre Deus são misteriosas, mas não todas. A Bíblia contém mais do que a teologia negativa; faz muitas afirmações positivas sobre Deus. Juntamente com a Bíblia, Deus nos deu o Seu Espírito Santo para "fazer morada" com aqueles que o amam (João 14:23). Podemos conhecer Deus através da comunhão com o Seu Espírito e através da Sua Palavra. "Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:16).