Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram;
por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes
quando vi a prosperidade desses ímpios. Eles não passam por sofrimento
e têm o corpo saudável e forte. Estão livres dos fardos de todos;
não são atingidos por doenças
como os outros homens. Por isso o orgulho lhes serve de colar,
e eles se vestem de violência. Do seu íntimo brota a maldade;
da sua mente transbordam maquinações. Eles zombam e falam com más intenções;
em sua arrogância ameaçam com opressão. Com a boca arrogam a si os céus,
e com a língua se apossam da terra. Por isso o seu povo se volta para eles
e bebe suas palavras até saciar-se. Eles dizem: "Como saberá Deus?
Terá conhecimento o Altíssimo?" Assim são os ímpios;
sempre despreocupados,
aumentam suas riquezas. Certamente me foi inútil
manter puro o coração
e lavar as mãos na inocência, pois o dia inteiro sou afligido,
e todas as manhãs sou castigado. Se eu tivesse dito: "Falarei como eles",
teria traído os teus filhos. Quando tentei entender tudo isso,
achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus,
e então compreendi o destino dos ímpios. Certamente os pões em terreno escorregadio
e os fazes cair na ruína. Como são destruídos de repente,
completamente tomados de pavor! São como um sonho
que se vai quando acordamos;
quando te levantares, Senhor,
tu os farás desaparecer.